O Chapeleiro Maluco

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—Não pode ser! – Chapeleiro disse vindo em minha direção por cima da mesa quebrando varias xicaras. —Você é igualzinha a sua avó! Mas que coincidência mais maravilhosa!

Olha, eu não tinha certeza se era eu que estava muito pequena ou se ele era excessivamente alto, porque eu tinha que literalmente levantar a cabeça para conseguir enxerga-lo. Ele não é como eu pensava. Eu confesso que estava esperando um cara com os olhos coloridos e cabelo vermelho, como o Jhonny Depp em seu papel no filme da Disney, mas não tinha nada a ver. Ele era moreno e tinha a pele branca, os olhos eram incrivelmente cinzas – como os meus – ele usava calça preta, uma camisa corte v e um terno vermelho. Sua cartola era grande e colorida. Se eu não tivesse em um lugar totalmente estranho eu diria que ele era um cara comum no meu mundo, exceto, talvez, pela cartola.

—Venha, venha! – Agarrou minha mão com uma alegria não contida e me arrastou mesa acima, comigo tropeçando sem realmente conseguir andar sob meus pés.

—Chapeleiro, você segue com ela? – Olhei para o Coelho que ainda estava parado na entrada da floresta perguntou.

—Ah, sim! Claro! Com certeza! – ele respondeu empolgado!

—Ei! Não vai ficar? – eu perguntei para ele.

—Não. Não posso, mas logo nos encontraremos no castelo na rainha Branca. – O Coelho me respondeu com um singelo sorriso. Olhando para Rap disse. —Fique com eles e os acompanhe.

—Sim, senhor. – respondeu de prontidão.

Logo depois de o Coelho, a Mia e os gêmeos se afastarem, Rap se aproximou da longa mesa e se sentou na cadeira a minha frente.

Eu estava sentada em uma poltrona – ou pelo menos era isso que parecia, mas na verdade eu estava mesmo sentada era sobre vários livros, porque eu acho que estava pequena demais para aquele lugar.

Antes mesmo de o Chapeleiro conseguir falar, um rapaz se aproximou com uma bandeja com mais xicaras e um bule de chá quente. O Rapaz tinha cabelos cacheados e seus olhos eram azul. Mas tinha orelhas grandes como de um coelho, mas era como um ursinho de pelúcia velho, gasto e sujo.

—Haha, é hora do chá! – ele disse. Como tudo naquele lugar era uma base do livro de Carroll supus que aquele era rapaz era a Lebre de Março. Ele se sentou ao meu lado e ficou por longos minutos olhando para mim como se estivesse hipnotizado. E eu retribuía o olhar, mas com os olhos arregalados esperando por algo.

—É ela! – do nada a Lebre gritou me fazendo pular de susto. —Chapeleiro, é ela. Olha para ela. É ela! Estamos salvos! Estamos salvos!

—Sim, sim, Março se acalme. – Chapeleiro disse olhando para ele como se ele fosse louco. O que era verdade. Todos ali eram loucos!

—Hã... Alguém pode aqui me dizer do que vocês estão falando? – eu perguntei boiando no assunto.

—Eu estive analisando palavras que começam com a letra M. – disse o chapeleiro olhando para mim. —Sabe, eu achei que você não viria mais, andou sumida não é mesmo menininha? – ele disse batendo de ele o dedo em meu pequeno nariz.

—Hã...

—Mas quando o Príncipe mandou aquela carta avisando que estava mandando o Coelho atrás de você, eu me animei. Sabia que você viria. Eu apoiei totalmente a ideia, afinal está no seu sangue.

Eu ainda não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Ele não falava coisa com coisa. Não é a toa que ele se chama Chapeleiro Maluco. Esse cara é maluquinho de pedra.

—Do que...

—Você sabe a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha? – ele perguntou me cortando novamente. Eu fiquei olhando estupefata para ele, não tinha fala. Ele era muito estranho.

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