Hécate, a Lagarta

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Capítulo 2 - Por Annabeth

Parei de gritar. Já tinha desistido disso, porque parece que nunca acabava. Quase pensei em estar numa queda sem fim. Nem me assustava mais com os objetos que voavam a minha volta. Já vi piano, cama, xicaras de chá e alguns outros objetos estranhos que viam em minha direção. Nenhum deles me acertava.

Eu caia, caia, caia, e nunca acabava. Ficou meio entediante, mas me preocupei por míseros segundo com quando eu chegasse ao fim... Aquilo ia doer.

Do nada comecei a enxergar uma coisa xadrez no fundo e me toquei que estava chegando ao fundo e preparei para sentir a queda, mas foi muito estranho: foi como se eu tivesse caído de uma pequena distancia, e não de metros de altura. Olhei ao redor para ver onde estava, vi um lustre de cristal ao meu lado, mas ele estava com todas as lamparinas dele para cima como se a gravidade fosse ao contraria lá. Então olhei para cima e soltei um grito. Não era a gravidade que estava ao contrario. Era eu que estava de alguma forma no teto do enorme salão que se encontrava debaixo de mim.

Então senti um aperto na barriga e uma leve tontura e "baque" eu estava caída no chão. Aquilo doeu. Levantei esfregando a bunda ainda dormente da queda e olhei ao meu redor. Eu estava num salão incrivelmente grande com grandes cortinas vermelhas que cobriam todas as janelas do local. Uma pequena mesa estava posta no meio do salão com um pequeno frasco com um liquido azul. Um pequeno bilhete escrito à mão estava depositado em baixo do frasco: "Beba-me". Soltei uma pequena risada. Não pode ser; isso é ridículo e não está acontecendo. Como no livro de Carroll, como minha vó me contou. Olhei ao redor e comecei a afastar as cortinas. Como imaginava, não tinha nada atrás das cortinas, apenas uma que continha uma pequena porta.

Sorri com isso. Voltei para a mesa e junto com o frasco uma pequena chave de ouro estava ali. Fiquei pensando se faria isso ou não, e por mais louco que seja, segurei a chave na mão e peguei o pequeno frasco, abri e o bebi. Não senti nenhuma diferença em meu corpo que continuava igual, mas quando olhei para cima, notei que tinha encolhido. A mesa era muito grande e o teto estava a metros e metros a cima de mim.

Corri para a pequena porta pensando em como eu era louca, e fazendo uma promessa a mim mesma de que quando descobrisse como sair daquele lugar nunca mais duvidaria da minha vó e de suas histórias. Parei em frente à porta pensando se deveria mesmo abrir e descobrir o que tinha atrás dela ou se deveria ficar ali naquele salão esperando algo acontecer.

Decidi abrir a porta, não podia garantir se ficar naquele salão era seguro. Coloquei a pequena chave na fechadura e girei ouvindo um "trec" quando a porta se abriu. Fiquei maravilhada com o que vi. Uma floresta linda com plantas e arvores que nunca vi em toda a minha vida.

Um grupo de pessoas estranhas estava ali parado olhando diretamente para mim. Sem saber bem o que deveria fazer desci os pequenos degraus que tinha a minha frente e andei até eles.

Se aproximando mais deles comecei a notar umas coisas estranhas na aparência deles. Eles tinham algumas feições de animais. O garoto de cabelos cacheados e orelhas de elfos tinha um rabo que parecia com o de um rato e três pelinhos de cada lado em seu rosto como se fossem bigodes. Ao seu lado dois baixinhos gordinhos com cara de bolacha e roupas engraçadas sorriam para ela, e uma garota que tinha orelhas de gato, um rabo e olhos de felinos.

-A... A...Alice? - perguntou o baixinho gordinho da esquerda.

-Não. Meu nome é Annabeth. Quem são vocês?

-Eu sou o Tudly e esse é meu irmão Bubly. - apresentou-se o baixinho da esquerda.

-Não, eu sou o Bubly e esse é o Tudly. - o baixinho da direita disse.

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