No País das Maravilhas

A Floresta Negra

Considere a menina grande que você é, considere o caminho que percorreu até aqui, considere o tempo, considere qualquer coisa, mas não chore.

- Alice Através do Espelho

Eu fiquei olhando para aquele lugar e todo meu corpo gritava "Annabeth, corra!". E eu realmente queria fazer isso, mas não. Eu segui em frente com Chapeleiro ao meu lado e mais a frente Percy.

Já assistiu Once Upon a Time? Sabe a Floresta Infinita? É assim que se chama, né? Enfim, aquela lá mesmo. Me senti como se estivesse nela. Tudo muito escuro, tudo muito dark. Só faltava o Rumpelstiltskin aparecer ali perguntando se queremos um acordo.

O caminho até aquela floresta não foi tranquilo, então me sentia mais agitada que o comum. Percy ia a frente ainda me ignorando, o que fazia com que eu sentisse mais raiva. Era eu que deveria ignora-lo e não ao contrário. Eu nunca menti sobre quem eu era. Nunca menti sobre nada, já ele... Se bem que se ele tivesse contado, não teria acreditado de qualquer forma.

Mas isso não importava. Não ali, não naquele momento. Ele simplesmente achou que eu estando ali descobrindo que nosso mundo é mais maluco do que eu pensei que seria, e que contos de fadas, não eram contos de fada iria resolver todos os problemas, que eu correria para seus braços e tudo estaria bem? Não! Nada estava bem. Eu não estava bem.

E sabe o que é pior? É que ele acha que eu estou errada. Que eu não deveria estar de "birra" porque na verdade ele a Duquesa não tínhamos nada, e que aquilo era tudo fingimento. Como se isso me importasse!

Importava sim. Me senti muito aliviada por saber que os dois não estavam juntos de verdade, mas não interessa! Algo me dizia que a Duquesa tinha muito mais do que fingimento por ele.

Ele achou que eu correria para os braços dele assim que o visse? Faz dois anos! Dois! Dois anos que a gente terminou, dois anos que ele simplesmente sumiu. E ele achou que eu simplesmente fingiria que nada mudou?

Homens...

Um barulho fez como que eu interrompesse meus pensamentos raivosos contra Percy e ficasse alerta. Tanto o Chapeleiro, quanto Percy me pediram para ficar quieta. Quase revirei os olhos, se não fosse pelo barulho alto que ouvimos novamente.

Eu diria que a gente se escondeu, mas não foi totalmente verdade. Não tinha aonde nós nos escondermos. Então corremos para as arvores e nos encostamos nelas quase como se estivéssemos escondidos.

Ficamos em silencio tentando ouvir qualquer coisa, mas nenhum outro barulho foi ouvido, então simplesmente continuamos nosso caminho.

-Você sabe onde está a Pedra? - perguntei a Percy, pois ele estava andando bem decidido. Como se soubesse aonde ir.

-Na verdade não. - Percy me respondeu. -Mas sei onde podemos começar a procurar.

-E onde seria? - Fiz a óbvia pergunta.

-A cidade dos Cavaleiros de Prata. - Chapeleiro respondeu. -Certo?

-Sim, ela mesma. Antes que houvesse reis e rainhas no País da Maravilhas, nosso mundo era governado pelos Cavaleiros de Prata. Foram eles que criaram a pedra. Pelo menos é assim que conta a história. A cidade está perdida e esquecida há muitos anos, mas dizem que ela pode ser vista do centro da floresta. E que só pode ser encontrada pelos valentes de coração. - explicou Percy. -Vamos torcer para que você se encaixe nessa categoria.