Pov Carl:
Ela não respondia nem dava nenhum sinal de como reagia à aquilo.
-Por favor, me fala que você está dormindo e não escutou uma palavra do que eu disse, por favor não esteja brava.- sussurei para mim mesmo.- Droga, eu não deveria ter falado aquilo! Enid, por favor eu não queria...-fui interrompido quando ela levantou a cabeça, me assustando e me encarou por um segundo antes de fechar os olhos e selar nossos lábios.
Um sentimento totalmente novo me invadiu e eu apenas correspondi, sentindo pela primeira vez, como se estivesse realmente vivo, respirando, por algum motivo. Seus lábios eram macios, o que tornava o beijo delicado. Segurou em minha nuca com suas mãos frias, passando suas unhas pelo meu cabelo, me causando arrepios. Apoiei levemente minha mão em suas costas e a outra em seu rosto, o acariciando. Senti vontade de a abraçar e nunca mais a soltar, faria de tudo para a proteger, ela era especial para mim, mais do que isso.Pov Enid:
-Por favor, me fala que você está dormindo e não escutou uma palavra do que eu disse, por favor não esteja brava, eu não deveria...-ele falava apressadamente quando levantei minha cabeça e o interrompi selando nossos lábios em um beijo calmo, meu primeiro beijo.
Não sabia muito bem o que fazer então apenas coloquei levemente minha mão em seu peito e com a outra o puxei para mais perto, ignorando uma enorme dor.
O seu perfume natural exalou em meu nariz, um cheiro que eu nunca havia percebido, me lembrava algo que não conseguia conectar naquele momento. Era único.
Sua forte respiração me indicou que estavámos perdendo o ar, então me afastei devagar, nos separando e o encarando. Ele riu olhando para mim e deu um beijo suave em minha testa, tirando os cabelos que deslizavam pelo meu rosto e escondiam o quão corada eu estava. Pela primeira vez me senti realmente feliz, fora desse mundo doentil. Por segundos eu era apenas uma adolescente normal, vivendo uma vida de uma adolescente normal, tendo o seu primeiro beijo atrás da escola, com o garoto dos sonhos. Peguei em sua mão, entrelaçando nossos dedos e ficamos assim, quietos, até dormirmos.
...
Senti meu estomâgo virar e aquela mesma sensação me acordou, me obrigando a levantar e querer correr até o banheiro.
-Carl. Eu acho que...-tentei o acordar e de repente tudo veio à minha boca.
-Enid, o que foi?- ele levantou assustado.
Não consegui me expressar, apenas tentei chegar ao banheiro mas vomitei antes disso. Tudo estava tão diferente, uma sensação de queimação me percorreu e o chão estava cheio de sangue. Passei a mão em minha boca, assustada, e tudo o que ficou nela foi sangue. Ele veio até mim e segurou em meus ombros, me virando,podendo ver o estrago que eu havia feito. Ele estava assustado, sem saber o que fazer.
Lá fora chovia fortemente, o que fez com que a luz do quarto apagasse, deixando uma total escuridão.
-Carl?-não me controlei e comecei a chorar, aquilo doía muito.
-Eu estou aqui.-ele me abraçou levemente, colocando sua mão na parte de trás da minha cabeça.-Me escuta, você tem que ficar aqui, eu vou chamar alguém.
-Não, por favor! Não me deixa aqui sozinha.
-Calma, Enid. Vai ficar tudo bem, a chuva causou o apagão, você está segura aqui. Mas eu preciso chamar alguém, você vomitou sangue.-ele disse segurando meu rosto.
-Tudo bem.
-Volto logo, prometo.-disse me soltando. Escutei seus passos se afastando cada vez mais até um barulho na porta me indicar que ele havia saído.
Tenho que admitir, eu estava morrendo de medo. Os mortos poderiam estar por ali, entraram na comunidade e chegariam até mim. Lembrei de meu pai, de como ele fingiu ser bom mas depois mandou seus homens nos seguirem. Até agora não entendi o motivo, ele tem tudo o que quer, ficou com a comunidade para ele.
Senti o gosto de metal voltando à garganta e aquilo se repetiu. Eu devia estar coberta de sangue, pelo menos o meu cheiro era esse.
A porta foi aberta e fiquei extremamente aliviada, ele voltou.
-Carl, finalmente. Morri de medo aqui sozinha, e meu estômago está doendo demais. Trouxe alguém?- minha voz saiu mais fraca do que eu imaginava.
Ele não respondia, apenas andava para mais perto de mim. Minha respiração acelerou a cada passo, fiquei gelada ao perceber que não era ele. Uma mão áspera agarrou meu braço, e uma voz grossa e familiar veio aos meus ouvidos.
-Papai está aqui.(Oie! Espero que vocês tenham gostado, obrigada pelo apoio que vocês dão.Bom, até a próxima! ♥️)
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Carnid- Em meio à destruição (2° Temporada)
FanficO mundo mudou, as pessoas não são mais as mesmas, nada é o mesmo. Acompanhe a história de Carnid em meio à destruição, e como eles lutarão pela sobrevivência do amor nessa segunda etapa de muita ação. (A história contada na fanfic possue muitas modi...