"Gangsta."

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Pov Carl:
-O plano é o seguinte...-me assustei quando um soco na mesa estralou em meus ouvidos- Vamos atacar hoje, faremos bombas e as colocaremos abaixo do portão, quando vierem revidar: boom! O que acham?-meu pai perguntou de braços cruzados e olhos agonizantes.
-Só tem um problema, a Rosita é a mestre em armamentos. Sem ela não temos como continuar o plano.- Aaron disse.
-Vai dar tudo certo, se acalmem.-reagi.
-Acha mesmo?-senti um leve sussurro de Enid no meu pescoço e apertei sua mão.
-Acho.
Horas depois todos se arrumaram enquanto a líder de Oceanside liberava as armas e nos alertava sobre os perigos. Ela nos manteve presos na mesma conversa durante uma hora, explicando que se tudo viesse a dar errado, ela e seu grupo não teriam nada a ver.
Assim que voltamos à nossa cabana pude perceber o quanto Enid e todos estavam extremamente abalados.
-Vai dar certo, eu prometo.- sussurei em seu ouvido enquanto ela colocava seu casaco sobre o corpo.
Ao passar o cabelo por trás da touca, se virou para mim e ficamos alguns centímetros de distância.
-Eu merecia morrer por elas, eu merecia morrer por todos.-ela disparou as palavras em cima de mim, o que me paralisou.

Pov Enid:
Nunca estive tão pior. Eu não tenho como explicar o meu estado, simplesmente porque eu não sinto nada, apenas um frio e sentimento de culpa no peito. O que eu queria fazer no momento, era abraçar Carl uma última vez. Estou tão cansada de como faço tudo errado, de como causo enormes problemas na vida das pessoas sem ao menos me esforçar. Isso é tão egoísta, mais uma vez me sinto idiota! Mas, quando formos atacar, eu sinceramente gostaria que uma das bombas ou balas caíssem bem em cima de mim. Eu não quero mais viver.
-Vem aqui.-Carl pegou levemente em minha mão e nos trancou em um dos compartimentos da comunidade. Eu desabafei um pouco com ele, por puro impulso.
-O que está fazendo?
-Vamos chorar.-ele disse encostado na porta e me encarando com uma expressão séria.
-Não entendo...
Estávamos em um lugar tão apertado que mal podíamos respirar, mas por algum motivo eu me senti segura lá dentro. Talvez fosse sua companhia.
-Nós vamos chorar.-ele falou pausadamente e abriu um sorriso de lado.
-Está ficando louco?
Sem resposta, pude jurar que vi sua boca tremer, como se estivesse prestes a desmoronar. Ele me envolveu em seus braços cuidadosamente, e senti meu pescoço ficar molhado aos poucos.
-Carl.-eu tentei o acalmar. Seu abdomên fazia movimentos para puxar o ar que lhe faltava, e seu coração estava acelerado. Rapidamente eu senti que as lágrimas estavam chegando para mim também, e o apertei o mais forte que pude.
-Todos prontos?-um grito abafado e distante me fez suspirar, imaginando como esconderíamos nossos rostos inchados.- Cadê o Carl e a Enid?-Rick completou.-sua voz se distanciava mais e mais.
No compartimento pequeno e empoeirado, apenas podíamos ouvir nossas respirações curtas e desesperadas. Nunca me permiti desabar com alguém, apenas com ele.
-O que estão fazendo?-Daryl bateu na porta.-Isso não é hora gente, vamos.
Ficamos alguns segundos abraçados e nos acalmando, até que nos separamos. Eu não queria ir.
-Eu te amo, vai dar tudo certo.-ele disse deixando um beijo em minha testa.
-Eu te amo.-o abracei uma última vez, talvez essa seria minha despedida.
Carl abriu a porta e literalmente todos nos encararam como se estivessem indignados, como se estivéssemos fazendo algo errado, mas ao verem nosso estado ficaram sem graça.
-Vamos.- Rick coçou a garganta.- O que aconteceu?-ele se dirigiu à Carl, que apertou minha mão como se fosse a desmontar.
- Nada.
-Vão para o carro.-senti um leve toque no meu ombro.
-Vamos buscá-las.-Carl sorriu.


Oie gente! Ufa, depois de muito tempo (eu peço infinitas desculpas), resolvi continuar com a fic. Os comentários de vcs me animaram, e mesmo não tendo tanto retorno como no início, vou continuar e dar o meu melhor. Espero que gostem. Bjs ❤

 Carnid- Em meio à destruição (2° Temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora