"I don't know."

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Pov Carl:
Ao chegarmos novamente na comunidade, sentimos o clima pesar devido à morte de Rosita. Me deu um aperto no coração e me senti egoísta por ter esquecido disso quando estava com Enid. Mas, ela não diria para ficarmos tristes, e sim para lembrarmos dela de forma boa. Sorri com esse pensamento.
-Sentem.-meu pai apontou para dois lugares em uma mesa, e ele sentou em um na minha frente.
-Cadê a Michonne?-perguntei.
-Descansando, ela já almoçou. Agora eu te pergunto, cadê a nossa comida?
Assim que ele terminou de falar uma mulher colocou um prato para ele, com uma miséria de comida, mas que já era mais que bom. Nós três rimos.
-Pai, ela está descansando na nossa cabana?
A resposta dele demora devido a um braço entre nós, dando comida a mim e Enid.
-Claro, agora ela dorme conosco, não é?
-É mesmo.-coço a garganta, lembrando que precisavamos entrar lá para procurar "aquilo". Pego na perna de Enid, que sorri, me levando a fazer o mesmo.
-Eita, estão cheio de segredos.-meu pai comenta.-Rindo atoa...
-Imagina, coisa da sua cabeça.-digo.
-Até hoje você não me contou se vocês realmente namoram, Carl.
Enid corou e desviou a atenção para outras pessoas. Meu pai sempre muito discreto e cheio de noção.
-Sim.-digo.
Ela me olha com um sorriso e pega em minha mão debaixo da mesa, eu acaricio a sua. Ele fica em silêncio por um tempo analisando a situação, tentando esconder sua alegria e parecer sério.
-Mas...Ah, deixa.-ele diz rindo.
-Ah não, agora fala pai.
-Vocês já se beijaram?
Enid aperta minha mão, ela não via a hora de sair dali, tenho que admitir que nem eu.
-Por que todo mundo pergunta isso? Claro que sim, é o que namorados fazem.-respondo.
-E você não me contou! Quando foi isso?
-Não achei que precisava...O primeiro foi na noite em que fomos baleados.
-O primeiro? Então teve outros depois?
-Pai, lógico que sim.
-Achei que só andassem de mãos dadas e se abraçassem.
Ele não conseguia parar de sorrir, estava muito engraçado e desajeitado ao querer saber de tudo.
-Nós já vamos.-eu disse olhando nossos pratos vazios.-Até mais tarde, pai.
Enid foi na minha frente, e quando fui segui-la, ele segurou meu braço levemente.
-Parabéns, filho.-ele diz baixo, eu agradeço e sigo ela. Íamos até nossa cabana.
Abro a porta lentamente e seu rangido faz meu coração acelerar. Vejo Michonne deitada na última cama, virada para a parede, suspiro por achar que seria mais difícil de ela acordar. Começamos procurando nas empoeiradas gavetas do lado da cama em que ela estava, do meu pai e dela.
-Enid.-sussuro a olhando de lado.
-O que foi?
Levanta um pacote de camisinha e ela abre um sorriso discreto e cora. Esqueço que preciso fazer tudo silenciosamente e acabo batendo a gaveta, causando um barulho que acorda Michonne.
-O que estão fazendo?-ela já estava virada nos encarando sonolenta.
-Ah...Eu tava procurando uma coisa para o meu pai.-minto.
-Sei...O que tem nas mãos?-pergunta se sentando na cama.
-Nada.-respondo enquanto enfio o tesouro no bolso de trás lentamente.
-Deixa eu ver.
Coloco as mãos na frente do corpo e as abro, ela me olha no fundo dos olhos, como se não tivesse acreditado.
-Michonne, temos que ir.-digo pegando na mão de Enid.
-Não vai levar o que seu pai pediu?
-Ah, eu não achei, desculpa te acordar por nada.
Ela balança a cabeça sorrindo e boceja, se preparando para dormir novamente.
-Não acho que ela acreditou muito.-Enid me diz quando saímos.
-Pois é, nem eu, mas com certeza isso foi a última coisa que passou pela sua cabeça.
-Então...O que quer fazer agora?-ela questiona com receio.-Espera, eu não tenho ideia de como fazer isso, Carl.
Rio com o que disse, mas mais de nervoso pois eu tinha o mesmo pensamento.
-Na hora nós vamos saber.
-Okay, mas tem um problema enorme. Aonde?
-No quarto de medicamentos, onde fomos tratados depois do tiro.
-Não acha meio... desconfortável?-faz uma careta engraçada.
-Só indo para descobrir.-rio.-Mas não acho que estamos muito no clima agora, que tal descansar um pouco?
-Era isso o que eu ia sugerir, você lê meus pensamentos mesmo.
Entramos novamente na cabana e ela logo se jogou na minha cama, fazendo Michonne acordar novamente.
-Vocês estão de brincadeira com a minha cara? Tenham piedade.-bufa brava fechando os olhos, nos fazendo rir.
-Ei, essa cama é minha.-finjo expulsar Enid.
-E...
-E que eu iria adorar que você dormisse comigo.
-O que disse, garoto?-Michonne arqueia a sobrancelha e abre apenas um olho. Eu apenas ri e deitei ao lado de Enid, que me abraçou e colocou a cabeça em meu peito. Assim dormimos.

Pov Enid:
Acordo e procuro por alguém na cabana além de mim e Carl, então sacudo seu corpo para que levantasse.
-Estamos sozinhos.-ele diz e me beija.
Pego em sua nuca o fazendo arrepiar, e sinto suas mãos descendo pelas minhas costas. -Quer ir para lá ou ficar aqui?
Olho para a tranca da porta e depois para a cama de Aaron, que ficava fora do alcance de visão da janela.
-Pode ser aqui.
Ele suspira nervoso e me dá um beijo na bochecha, descendo para o meu pescoço. Levantei e ele seguiu colado em mim, me provocando sensação de desejo.

 Carnid- Em meio à destruição (2° Temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora