"Nothing really matters."

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Pov Enid:
-Carl!
Exclamei indo em sua direção e o abraçando, ele abriu um sorriso tão grande, mas tinha sangue em seus lábios e nos dentes o que me provocou raiva. Ele estava estranho, quieto.
-O que houve com seu rosto?-perguntei segurando seu queixo.
-Não foi nada.-Philip disse se levantando e vindo até nós.
-Como não foi nada!
-Enid. Está tudo bem.-Carl disse rouco acariciando minha bochecha. O encarei confusa, tinha alguma coisa ali.
-Espera aí, você bateu nele?- elevei o tom de voz e me virei para meu pai, que sorriu coçando a sombrancelha.
-Não fui eu, juro! Mas... Sinto em lhe dizer que outra pessoa fará isso.
-Que engraçado, você acha mesmo que eu vou deixar?-debochei.
-Sim, acho que vai.-gargalhou batendo a mão na perna. Ele chorava de rir.
-Você é tão bobo.-Carl falou.
Ele parou e o olhou bravo.
-Escuta aqui, menino. Se você se acha mais esperto que eu, então explique para ela o que está acontecendo aqui.
Carl fechou a mão e sua respiração se aprofundou, a segurei forte.
-Você vai sair da vida dela e nós vamos para casa, fim da história.-ele disse.
-Por favor, garoto! Não seja irônico!
-Para com isso! Chega de graça! Eu não vou ficar nessa palhaçada mais, qual foi o motivo de você o trazer aqui? Eu te conheço, o que vai acontecer?
-Boa menina, vamos direto ao ponto então. Enid querida, sente-se.-apontou para a cama.
-Eu não vou fazer o que você manda!
Ficou segundos em silêncio quando  me puxou pelo braço com força e me jogou na cama, gemi de dor pois ele apertou meu ferimento.
Vi Carl o pegando pelo pescoço e encostando na parede, fiquei com medo do que aconteceria ele está muito fraco.
-Faz isso de novo e eu juro que acabo com a sua graça.-sussurou perto de seu rosto, fiquei surpresa quando ele o soltou e vi Philip tossindo.
Senti lágrimas caindo pelo meu rosto e me senti impotente, nunca imaginei que eu era tão fraca.
Morales atacou Carl o jogando no chão e ficando em cima dele. Colocou os dedos em sua garganta e fez uma pressão absurda, Carl estava sem ar.
-Para! Para por favor!-gritei chorando.
Philip veio até mim e me segurou antes que eu pudesse levantar e agir.
-Me solta!
Apertou a mão contra minha boca, a mordi e corri até a janela pegando a primeira pedra que vi.
-Eu mandei parar!-bati com a pedra na cabeça de Morales o fazendo desmaiar.
Meu pai a pegou na minha mão e puxou a faca do bolso, a colocando no pescoço de Carl. Foi tudo tão rápido que eu nem ao menos me lembrava do que havia acontecido. Ele respirava com tanta dificuldade que não ligou para a faca.
-Por favor não faz isso, eu te imploro. Eu faço tudo o que você mandar, qualquer coisa.
-Enid...Não fala isso, eu...
-Carl eu não posso te perder! Me deixa fazer isso por você, por nós.
Ele tirou a faca e a guardou.
Carl veio até mim e me abraçou, eu apenas chorei em seu ombro.
-Qualquer coisa...Gostei.
-Deixa ela em paz.-se virou ficando na minha frente.-Você não vai enconstar um dedo nela, vai ter que passar por mim antes.
-Que fofo.
Eu soluçava muito, senti o medo de Carl também. Estavámos assustados, só queríamos ir embora e eu precisava dizer o que sentia por ele, sabia que um de nós morreria.
-Carl.-tremi na voz.
-Senta na cadeira ao lado da cama e eu não faço nada com ela.
Ele se sentou ainda segurando minha mão fria.
Philip abriu uma gaveta e retirou cordas grossas, naquele momento eu previ que nunca mais voltaríamos para casa.
-Fica quieto como combinado, não se mexa e eu não toco nela.
Nesse momento pensei em um plano, que logo já vi falhar quando uma mulher forte chegou. Ele começou a amarrá-lo na cadeira, e a corda era tão forte quanto algemas.
-Faça o mesmo com ela, Natalie.
Minutos depois nós dois estavámos amarrados, eu na cama e ele ao meu lado.
-O que vai acontecer com a gente?-Carl perguntou.
-Com a gente?-ele riu.-Com você, minha menininha não vai sofrer nem um pouco, pelo menos não fisicamente.
Engoli em seco e olhei para Carl que me olhava sorrindo de lado, ele morria de medo.
-Enid, aconteça o que acontecer saiba que eu nunca vou te deixar para trás, nunca vou te abandonar.
Philip se aproximava com uma faca e eu me debati provocando machucados em meus pulsos.
-Vai ficar tudo bem.- falou.
Meu pai a colocou sobre o braço dele e retirou receioso, ele sempre carregará culpa por ser um monstro.
-Eu te amo, Enid...-foi interrompido quando um corte foi feito o que o fez gritar.
-Eu te amo,Carl.-falei em meio à soluços.
Eu gritava muito para ele parar, aquilo era horrível, era diabólico, uma tortura! Sangue caía em sua roupa e aquele barulho de pele sendo rasgada me fez querer sumir e acordar desse pesadelo horrível. Tudo parou e era como se eu não ouvisse ou pensasse em mais nada, como se eu paralizasse com a cena. Ele gritava como nunca antes, mas ao mesmo tempo eu o via mudo, eu não podia fazer nada, mas podia sentir tudo, e era terrível.
-Chega!-berrei.
-Tudo bem. Não quero matá-lo, sofra um pouco campeão.-deu um tapinha em um dos cortes e ele gritou.
-Qual é motivo? O que fizemos para merecer isso?-perguntei ainda chorando.
-Nada. Como eu disse, só quero seu bem e eu te amo muito. Esse menino não é bom para você, então queria dar um recado para ele nunca mais voltar aqui.-disse fechando a porta.
Nossos soluços eram o único som que havia no quarto, estavámos em choque.
-Como você está?
-Está doendo...Muito. Mas, eu...Tenho fé que...A gente vai sair daqui e eu vou poder te beijar...
Eu dei uma risada, só ele mesmo para me fazer rir em uma situação dessas. 
-Igualmente.
Ele deitou a cabeça e ameaçou descansar, fechando o olho.
-Carl, fica comigo. Ei, vamos conversar! Tudo bem?
-Claro...-sua cabeça foi encostando na cadeira novamente, ele estava muito branco.
-Carl, conversa comigo.
Uma preocupação me bateu toda vez que isso aconteceu, meu coração quase saía pela boca sempre. Espero que o Rick esteja procurando por nós, não acho que temos muito tempo.

Pov Carl:
Meus braços sangravam e ardiam muito, era diferente de tudo o que eu havia passado, mas não era a pior coisa. Eu ia passar por aquilo, nós dois íamos.
Senti meu corpo amolecer e eu me distraía como se o sono me pegasse, mas ainda assim sentia muita dor. 
Enid disse que me ama, isso com certeza foi o destaque do dia, sem brincadeira. Eu a amo tanto.
-Boas notícias.-ele voltou.
-Imagino.-Enid disse.
-Vocês vão sair daqui.
Nos entreolhamos confusos e ela negou com a cabeça, indicando que não iríamos embora.
-Para onde?-ela perguntou com os olhos arregalados.
-Para o porão. Julie desamarre ela e a leve para baixo, depois volte e faça o mesmo com o menino.
-Onde você vai?-a mulher perguntou.
-Tenho assuntos para resolver.-sorriu maliciosamente fechando a porta.
-Escroto.-a mulher falou soltando Enid.
-Concordo.-ela riu.
-Desculpe, galera. Se eu não fizer o que ele manda, minha família morre.
Já volto para te buscar.-ela apontou para mim e levou Enid.

Pov Enid:
Ela me enfiou em um lugar que fedia carniça, deduzi que ninguém passava por lá.
-Tem gente morta aqui?- perguntei tossindo.
-Provavelmente ratos.-ela me prendeu em um tipo de cela e subiu as escadas.
-Ótimo.
Minutos depois ela voltou com Carl, ele tropeçou no caminho umas duas vezes, pelo menos que eu vi.
-Olha, não era para eu estar fazendo isso. Mas, ele não disse nada sobre vocês ficarem separados.-ela disse o colocando no mesmo lugar que eu.-Se ele perguntar falem que foi a Nina. E ah, volto aqui para cuidar dos seus cortes quando eu puder.- saiu.
-Você pode pegar infecção aqui, e agora?-falei com medo.
-Vou ficar bem, ela vai voltar.
-Não conte com isso.
-Já pude.-ela disse descendo as escadas com uma caixa vermelha na mão.
Nós dois rimos, mas sabíamos que não podíamos confiar nela, nem em ninguém.
-Passe o braço pelo vão, não se preocupe é largo.
-Carl...-eu sussurei preocupada.
Ele me encarou e fez o que ela pediu. Depois de alguns segundos ele deu um grito.
-O que você está fazendo?-berrei.
-Calma, é só água oxigenada. Ela impede que uma infecção aconteça, mata as bactérias.
-Tudo bem, Enid.-ele disse.
-Só estou receiosa quanto Philip. Se ele descer aqui e te pegar...-eu disse.
-Não vai, tenho certeza. Está bem ocupado, bem.-ela revirou os olhos.-Vou colocar um pano, okay?
-Okay.-Carl disse.
-Me dê o outro braço. Sério mesmo, o que se passa na cabeça daquele idiota?
-Nem ele sabe.-eu ri.
-O que você pensa que está fazendo?-meu pai apareceu na escuridão cruzando os braços.

(Oie! Gente que medo desse homem, um babaca. Se eu tivesse na história eu morreria mas não deixaria de socar a cara dele. Que louco! Espero que gostem, beijos! ❤)

 Carnid- Em meio à destruição (2° Temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora