Capítulo 23

358 18 2
                                    

Acordei bem cedo antes que as crianças acordassem, deixei o café pronto e fui até a casa de Lua.

Sabia que ela não acordava cedo mas não custava tentar.

- Quem deixou você subir? - Lua abriu a porta, usava um roupão e seu cabelo estava bagunçado. Franziu a testa quando me viu.

- O porteiro - entrei - vim saber se você está bem.

- Ótima - sorriu falsa, vi o apartamento que tinha centenas de caixas - eu deveria te agradecer, não é mesmo?

- Lua, eu...

- Você abriu meus olhos - disse irônica - mas olha o quê você fez. Estou desmanchando um casamento de anos por causa de você.

- Queria ficar com fama de chifruda?

- Se fosse pra descobrir, eu teria descoberto - engoliu seco - você conseguiu cagar em tudo.

- Como assim, Lua? - perguntei indignada - eu amo você, quero sempre te ajudar.

- Mas não dessa vez - negou com a cabeça - você conseguiu acabar o que eu tinha com o Arthur, fora que Micael e ele nunca vai ter a amizade antiga.

- O negócio da empresa não é minha culpa.

- Claro que não - riu irônica - já que conseguiu me ver, por favor - andou até a porta abrindo novamente - pode ir.

- Não faz isso - as lágrimas caíram dos meus olhos.

- Já fiz - levantou o olhar - e não adianta esse choro de crocodilo. Agora você pode se juntar com a Mel.

- Sabia que você ia implicar com isso.

- Se sabia por que me procurou então? - abriu as mãos - vaza daqui Sophia, minha amizade com você acabou.

- Não diga isso, Lua.

- Tchau Sophia - assenti triste, sequei minhas lágrimas e sai do apartamento de Lua.

A porta bateu me deixando de cara ainda no corredor, achei um jeito de ir embora rápido, não queria ser mais humilhada.

Dirigi até um café no posto, pedi um pra mim enquanto pensava na vida. Minha amizade com Lua era tão importante, não podia acabar assim.

Terminei meu café e esperei algumas horas até a gravadora de Micael funcionar, fui até lá dando de cara com seus funcionários, estavam bravos assim como ele.

- Oi Sophia - Jack disse ainda bravo.

- Oi gente, o clima aqui não está muito bom - trinquei os dentes.

- Não está mesmo - Micael saiu de sua sala - tudo bem?

- Lua me disse besteiras e acabamos com nossa amizade.

- Como assim? - franziu o cenho - de noite você me conta melhor.

- Por quê de noite? Você não vai almoçar?

- Eu preciso arrumar essa cagada que aconteceu aqui - colocou as mãos em sua vista, torceu o maxilar.

- Nem vem Borges, você fez a cagada.

- Ah claro - bateu as mãos na mesa agora - cade a pasta de cantores?

- Na sua mesa, mas acontece que a gente não tem grana pra trazer a porra do J Cole.

- Eu tenho contato com a imprensa, posso muito bem chamar ele pra um pocket fechado - bufou.

- Ah claro, e a gente vai ter prejuízo que nem aquele velho?

- Todo mundo escuta J Cole.

- Pararam de escutar J Cole desde que ele lançou o Forest Hills Drive - Jack quase gritou - Borges, coloca uma coisa na sua cabeça, a gente não tem chances de chamar esses caras.

- Faz o seguinte - Micael fechou os olhos tentando se acalmar - qual é a banda que está no auge?

- BTS.

- Não é uma banda, é um grupo - Sarah silabou.

- Foda- se, tanto faz - Micael deu de ombros - chamem a porra do BTS.

- A GENTE NÃO TEM DINHEIRO - Jack berrou.

- ENTÃO DA O CU - gritou e pegou a chave do carro - vamos amor.

Micael pegou em minhas mãos e saímos pra fora da gravadora.

- Vamos no seu carro ou no meu?

- A gente pode ir no meu - estava ficando um pouco calmo. Entramos em seu carro - a gente poderia vender um.

- Você não quer mais ficar com esse carro?

- É que necessariamente a gente não precisa de dois carros, é um gasto a menos se vendermos.

- Micael, por favor - toquei sua mão e ele me encarou - me diz o que está acontecendo, você não é de se preocupar com dinheiro.

Ele respirou fundo.

- Me ligaram hoje - pausou - a gente...

- A gente o que? Me diz - estava apreensiva.

- Vamos ter que vender a casa.

Não podia ser.

Apenas me Ame - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora