Apenas me Ame - 2ª Temporada

Capítulo 29

Tinha feito o almoço rápido enquanto me entupia de vinho pra esquecer a rápida conversa com Micael. As crianças tinham chegado e tentei não fazer um clima desagradável pra que eles não percebessem, pelo menos daria certo na minha cabeça.

Enquanto almoçávamos eu mal tinha tocado na comida, Pedro, Alice e Micael conversaram sobre alguma coisa enquanto eu teclava rapidamente conversando por mensagem, e era com ele, Will. Não conseguia esconder, a cada mensagem era um riso baixinho ou uma mordida de língua, uma coisa tinha certeza.

Estava me divertindo.

- Mãe, com quem tanto você conversa aí? - Pedro arqueou uma sobrancelha enquanto mordia a ponta do meu dedo.

- O quê? - ri leve, todos me encararam.

- Você está teclando faz mais de horas, a gente não pode almoçar com o celular na mesa.

- Acontece que eu sou sua mãe e posso fazer o que eu quiser.

- Desculpa aí, tecnológica - Pedro voltou a comer.

- Ela está falando com o amiguinho dela - Micael garfou a comida, o ciúme foi bem real.

- Que amigo, mamãe? - foi a vez de Alice perguntar.

- Um amigo meu, você não conhece - teclei rápido e bloqueei o celular - agora é sério, vou terminar de comer.

- Só você vai terminar de comer, todo mundo já acabou - Micael me encarou com um pouco de raiva.

- Não tem problema, eu me acostumei a fazer as coisas sozinha - fuzilei ele com o olhar e terminei de comer - e já que eu fico muito sozinha, Pedro, a louça hoje é sua. Você lava e Alice seca.

- O quê deu em você hoje? - me perguntou incrédulo.

- Vi o passarinho verde - dei um sorriso vingativo e continuei a jantar. Eles me olharam estranho mas continuaram a tentar conversar.

Minha felicidade era tanta que fiz questão de ter esse semblante no rosto, parecia ter dezoito anos novamente.

Terminei de comer e larguei o prato na pia, subi pro quarto e escutei passos me seguindo, tinha certeza que era Micael estudando uma explicação minha.

- Bem feliz com seu amiguinho.

- O combinado era não ter ciúmes.

- Acontece que você quebrou a primeira regra.

- Que regra? - encarei Micael.

- Não trazer a putaria pra dentro de casa.

- Que tipo de putaria? Conversar pelo celular? - franzi o cenho - não estou entendendo.

- Você mal interagiu com a gente, seus filhos estavam almoçando enquanto você estava falando besteira com um desconhecido.

- Vamos ter um encontro.

- Dane-se, você trouxe ele pra dentro da casa.

- Você fala como se ele estivesse aqui na nossa frente.

- Se você gostar, daqui uns dias ele vai estar assim.

- Micael, pare de drama - fechei meus olhos - conversamos que não rolaria ciúmes mas é impossível.

- Não estou com ciúmes.

- Está sim - me aproximei dele - que engraçado, eu não estou com ciúmes de você.

- Então quer dizer...

- Isso não quer dizer nada - respirei fundo - eu vou ter ciúmes sim quando souber que ela chupou o seu pau ou você chupou a buceta dela por minutos, fez ela gozar na sua boca ou até mesmo quicar em você pra conseguir um ápice incrível - me aproximei ainda mais - eu vou ter muito ciúme se você chegar aqui exausto e satisfeito querendo por mais.

Micael ficou sem palavras, apenas me beijou com ternura segurando meu rosto com delicadeza.

- Me desculpe, eu exagerei.

- Tudo bem - coloquei minhas mãos em seu ombro - só não exagere mais, agora temos um casamento aberto.

- É - ele assentiu - eu vacilei.

- Não precisa se desculpar - dei um selinho em seus lábios e entrei no banheiro.

Tudo estava a mil maravilhas.