Capítulo 59

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Pedro tinha recebido alta, a maior maravilha de todas, menos pra mim.

Micael se trocou junto com Alice e foram buscar o mesmo, fiquei em casa esperando chegarem. Assisti um pouco de TV e dei uma olhada nas mensagens, Lua ainda não tinha dado sinal de vida.

- Mamãe, o Pedro chegou - Alice disse sorridente quando passou a porta. Pedro estava atras dela com a cabeça enfaixada ainda.

- Oi, Pedro - cruzei meus braços.

- Bom, acho que vocês têm muito que conversar - Micael bateu as mãos - princesa, vamos sair um pouco? Sim? - perguntou a Alice que vibrou em comemoração.

Agora éramos eu e Pedro sozinhos.

- Eu, eu queria te pedir desculpas - me entregou uma rosa embrulhada em um papel específico - fui rude com a senhora.

- Me respeite mas nunca me chame de senhora - sorri abraçando Pedro que respirou aliviado sentindo a conexão do abraço - me desculpe também por isso, eu não queria te machucar, em nenhum momento.

- Eu sei que não - me abraçou fortemente - me desculpe por tudo mesmo.

- Está tudo bem - esfreguei seus braços na tentativa de protegê-lo - e sua cabeça? Você já viu os pontos?

- Já vi sim, tive que cortar um pouco do meu cabelo - se justificou, andamos até seu quarto.

- Cabelo cresce, você vai ver só - sentei na cama de Pedro o vendo encarar um porta retrato enfeitado. Tinha ele e Carla na foto - você quer conversar sobre isso?

- Ela me magoou demais, mãe - sentou-se junto comigo. Me impressionei, pela primeira vez Pedro estava se abrindo comigo.

- Você quer se abrir? Um ombro amigo ajuda.

- A gente andava brigando demais, não estava dando certo - encarou o carpete do quarto - ela me magoou quando disse umas coisas, eu não gostei.

- Você tem vontade de voltar a falar com ela? Nem que sejam amigos - o abracei de lado.

- Não, quero o máximo de distância - me encarou.

- Como quiser - sorrimos.

- Mãe, você lembra quando eu cantei aquela música ridícula no natal? - rimos.

- Eu lembro, claro que eu lembro.

- Eu fiquei te enchendo o saco com aquele dingo béu idiota.

- E agora você é um homem - passei a mão em seu rosto - parece que foi ontem que vimos você nascer.

- Meu pai disse que eu já fui sequestrado, é verdade? - franziu a testa.

- Foi sim, eu não gosto de lembrar desse dia - respirei fundo - nós mobilizamos tudo pra tentar te achar, foi horrível Pedro.

- Meu pai entregou o dinheiro?

- Entregou, e você chegou aqui com o tio Arthur e ele, dormindo - sorri me lembrando.

- Eu não me lembro de muita coisa, me lembro do básico - sorriu - lembro quando Alice chegou do hospital, toda pequenininha.

- Ela era uma gracinha, ainda é.

- Mãe, eu amo a minha irmã - me encarou sinceramente, eu queria chorar com aquilo - chamo ela de chata mas eu a amo, e vou fazer de tudo pra protegê-la.

Apenas abracei Pedro com lágrimas nos olhos, ele sorriu com o ato e retribuiu o abraço.

- Eu te amo, mãe.

- Eu te amo, filho.

Apenas me Ame - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora