Capítulo 22

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Coloquei um vestido pouco colado, saltos e meu par de brincos dourados. Micael arrumou seu terno e se entristeceu um pouco, era difícil ainda.

- Vai ficar tudo bem - bati minhas mãos em suas costas - está lindo.

- Vamos? Já estamos atrasados - mudou de assunto pegando a chave do carro.

Desci com cuidado as escadas enquanto Micael já estava lá em baixo, Pedro jogava vídeo game enquanto Alice desenhava no caderno.

- Pedro, o jantar está na geladeira, só esquentar - avisei - Alice, a mamãe amava você, qualquer coisa me liguem.

- Tá - Pedro nem tirou os olhos da TV, cerrei os meus cansada e fui pra dentro do carro.

Micael aquela noite estava empresariando um antigo cantor, eu disse a ele que seria uma má ideia já que o cara tinha seus cinquenta e quatro anos, todos os fãs já deveriam estar mofando. Ele insistiu e achou uma ótima ideia empresária-lo novamente, bateu os pés como uma criança birrenta e depois disso não interferi mais.

Hoje seria o primeiro recital depois de anos, alugaram um barzinho de luxo que comportava as pessoas que iriam. Não levando a mal mas estava odiando ter que ficar ali com cara de paisagem, eu não conhecia o cantor e muito menos não estava afim, só estava ali porque era Micael e ele tinha me pedido de joelhos dizendo que ia ser legal.

Não estava sendo nada legal.

A cada música eu bocejava, remexi minhas pernas querendo minha cama quentinha. Olhei Micael de canto e vi cantando as músicas, estava totalmente no clima, como alguém podia chegar aquele ponto? Nunca pensei que o veria assim, todo descontraído.

- Você curtiu? - saímos do barzinho quando tudo tinha acabado.

- Você sabe que isso é uma péssima ideia.

- Por quê? - colocou as mãos no volante.

- Porque ninguém conhece esse cara, não tinha ninguém lá.

- Pare de ser pessimista - prestou atenção no trânsito - você queria que ele cantasse Just Dance?

- Pelo menos daria um público bom, Lady Gaga está no auge.

- Aquilo é música de verdade, o quê você escuta não é música de verdade.

- A não? - tô indignada - desculpe, senhor de idade.

Micael negou com a cabeça rindo leve.

Finalmente estava em casa quando aquilo tudo tinha acabado, tirei meu salto subindo as escadas e achando muito estranho o silêncio. Não tínhamos chegado tarde.

- Alice? Pedro? - andei o corredor, nada de falas - meus pequenos???? - cantarolei mas já estava ficando com medo.

Andei até meu quarto e quando abri tive a maior surpresa.

Alice no banheiro em cima de um banco acabando com minha paleta de sombras importada, Pedro com os ternos de Micael rindo a beça.

- Oi mamãe - Alice se virou pra mim, não conseguia ver seu olho já que uma sombra roxa dominou, estava engraçado mas aquilo doeu.

Minha paleta importada, que dor no coração.

- Estamos brincando de ser vocês - Pedro riu mais uma vez deitando na cama, o terno tinha ficado duas vezes maior em seu corpo.

- TIREM ISSO AGORAAAA - gritei tirando Alice de cima do banquinho. Pedro arregalou os olhos com medo.

- O quê aconteceu? - Micael veio correndo, sua respiração estava falhada.

- Olha o que seus filhos fizeram... MINHA PALETA AH NÃO - choraminguei vendo os restos na pia - EU VOU MATAR VOCÊS.

- EU NÃO TIVE NADA A VER COM ISSO - Pedro levantou as mãos.

- EU PEDI PRA QUE OLHASSE A SUA IRMÃ.

- E EU OLHEI - abraçou Alice - estamos nos divertindo.

- SAIAM DAQUI AGORA - os tirei do meu quarto enquanto davam gargalhadas. Micael segurou o riso - ISSO É TUDO CULPA SUA.

- MINHA? - Micael quis me beijar mas esquivei - amor, eu achei super engraçado.

- Problema seu, são minhas coisas - me irritei - essa noite já deu pra mim.

Bufei indo até o closet.

Aquilo bastava.

Apenas me Ame - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora