Capítulo 39

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- O quê foi? - Micael me olhou.

- Nada - respirei fundo - vamos embora? Estou cansada.

- Acabamos de chegar - explicou.

- O Pedro está cagando e andando pra gente - revirei os olhos e me levantei - ALICE! - dei um grito fazendo com que até o próprio Pedro olhasse.

- Oi mamãe - ela apareceu correndo - estava brincando de pega pega.

- Vamos embora, seu irmão vai ficar por aí ainda - dei a mão pra que Alice pegasse mas ela negou.

- Posso ficar com Pedro?

- Vamos filha, a gente vai passar na sorveteria - Micael sorriu se levantando também.

- Ah, nós vamos? - encarei ele.

- Vamos - me respondeu irônico pegando a chave do carro.

Deixei Pedro com Carla e fui até o estacionamento, Alice vinha com Micael atrás cantarolando alguma coisa que não consegui identificar. Entramos no carro e partimos pra alguma sorveteria.

- Você gosta desse, não é? - Micael observou Alice que deixava quase todo o sorvete respingar na roupa.

- Eu gosto - lambeu a mão - você gosta desse aí papai?

- Gosto, é o meu preferido - sorriu tomando seu sorvete - você não vai pegar nada?

- Estou sem vontade.

- Mamãe, está muito gostoso - fez uma carinha fofa - você deveria tomar um.

- A mamãe não quer, meu amor - disse calma - olhe só a sua blusa, toda suja - ri leve.

Alice apertou os olhinhos e voltou a terminar seu sorvete.

Micael ficou quieto deliciando o seu enquanto não íamos pra casa. Antes de entrar no carro dei uma leve limpada em Alice que pareceu tomar um banho de sorvete, fiz de tudo pra que a mesma não sujasse o carro.

Quando chegamos em casa me senti um pouco leve, as palavras de Micael doeram em mim, mas não podia continuar daquele jeito, ele iria perceber.

- Filha, por quê não sobe e vai tomar um banho? Eu te ensinei como arruma a banheira - Alice assentiu e subiu correndo, iria dar um aviso mas Micael me interrompeu.

- Você já pensou?

- Em quê?

- O aniversário dela está chegando - se acomodou no sofá - precisamos fazer alguma coisa.

- Vamos fazer uma festa, simples.

- Você tem dinheiro pra fazer uma festa?

- Tenho, minha loja pode dar.

- Esqueço desse mínimo detalhe.

- Deveria se lembrar - encarei minhas unhas - eu odeio você.

- Também odeio você mas te aturo porque te amo.

- Que merda - me levantei - combinamos que não iríamos brigar, e olha só - bufei - a gente vive brigando.

- Se você colaborasse talvez não iríamos viver brigando.

- Ah, eu? - perguntei incrédula - Micael, olha o estado que você me deixa.

- Te deixo como? - se levantou - não sei o quê eu faço tanto pra você.

- O problema é que você nasceu e eu me casei com você.

- Não casasse.

- Tudo bem, tudo bem - respirei fundo - não vamos começar outra briga, já tem varias no pacote.

- Ás vezes eu acho que você ficou louca.

- Eu louca? - encarei o teto - é difícil conviver com você.

- Então por quê a gente não dá um fim nisso?

- Você quer dar um fim nisso? - cheguei mais perto - me diga, quer dar um fim nisso?

Micael ficou mudo, seus lábios se abriram pra silabar mas o telefone não deixou. Ele correu até o aparelho pegando nas mãos e atendendo.

- Alô? Sim, é ele - encarou o chão - tudo bem, vou passar pra ela - deu um leve sorriso - abraço.

- Quem é? - perguntei baixo.

- Seu pai - cerrou os olhos.

Pelo menos algo bom tinha acontecido aquela hora.

Apenas me Ame - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora