Capitolo Venticinque

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Depois de conversar avidamente com meu pai, ele pareceu animado com a possiblidade de aumentar o fluxo do hotel, disse que tinha uma foto de seu avô e de seu pai com o Elvis e que seria bom pendurá-las na recepção. Agora eu só tinha que fazer a divulgação pela internet e Peter se propôs a me ajudar nessa parte. Passei a semana conversando com ele sobre isso e até analisamos todos o papeis que Justin trouxe, não havia nenhuma cláusula que fosse muito absurda na quebra de contrato, não perguntei ao meu pai se ele realmente havia assinado aqueles papeis... torci para que ele ainda estivesse enrolando a imobiliária, ou melhor, a mãe do Justin.

Passar a semana falando com o Peter aumentou ainda mais minha culpa. Eu não queria ficar tão próxima dele, mesmo ele sempre sendo muito legal comigo. Eu não achava que isso fosse justo com o Justin, sei que ele teme que o que aconteceu com Isabel aconteça novamente. Só que eu tinha que ajudar meu pai, seria um jeito de compensar pelas coisas ruins que fiz enquanto estive na Califórnia.

— Você tem certeza de que não se sente incomodado? — perguntei, pela vigésima vez no telefone.

— Eu confio em você, Mona Lisa — Justin respondeu, calmamente.

— E quando o inverno chegar a gente poderá passar um bom tempo juntos — troquei de assunto. — Você poderá ficar mais do que um final de semana aqui.

Justin ficou algum tempo sem dizer nada, pensei que a ligação tivesse caído, mas ele voltou a falar:

— Na verdade, tenho outros planos.

— Outros planos? Mas a gente já tinha planejado...

— Você vai vir para cá e passará uma semana comigo e meus amigos em um chalé. Posso falar com a sua tia, se quiser.

Parei para pensar por um momento. Com os amigos dele?

— Eu não sei se isso é uma boa ideia.

— Não tem problema, você ainda tem muito tempo para pensar sobre isso.

— Obrigada pelo convite, irei conversar com a minha tia antes de você vir.

— E você já conversou com ela sobre o Nolan?

— Justin...

— Você tem que falar com ela! — Ele percebeu que tinha alterado a voz e então respirou fundo. — Não gosto de pensar que ele pode fazer alguma coisa com você a qualquer momento, isso não é certo. Se seu pai soubesse disso, ele nunca teria...

— Sim, ele teria. — Agora eu estava alterada. — Ele não me ouviu! E eu sempre soube que ele me achava um mal exemplo para a Anna, sabendo disso não o faria mudar de opinião sobre me mandar para Nova York.

— Tudo bem, Mona Lisa. Não quero brigar pelo telefone.

— Eu também não. Desculpe.

— Só espero que tudo fiquei bem com você.

— Tudo ficará bem quando você estiver aqui. — Sorri.

— Só mais alguns dias — disse ele, rindo. — E estarei levando um presente para você.

— Sabe que não precisa comprar coisas para mim, temos que guardar para a nossa futura casa.

— Fique tranquila, não me custou nada.

— E o que é? — perguntei, curiosa.

— Surpresa.

— Argh, odeio isso... se você não estivesse em outro estado, eu o mataria por me fazer ficar pensando nessa surpresa por três dias!

MONA LISA {JB} ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora