Capitolo Ventinove

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⚠️ sei que pareceu que o capítulo anterior era o último. Sinto muito pela demora em atualizar! Este é o penúltimo capítulo se contar o epílogo. Espero que gostem e me perdoem. Obrigada por todos os votos e comentários ❤️ Boa leitura!
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A minha formatura não foi algo tão grandioso. Tia Kate apareceu para tirar fotos durante a cerimônia e me fez rir na maioria por causa da sua briga com a câmera por espaço com os outros pais. Depois fomos comer rosquinhas em uma lanchonete perto da escola. Nesse dia, quando chegamos em casa, descobri que Nolan não estava mais lá. Ela ficou sabendo que ele a traía e viu pessoalmente a prova disso um dia antes da formatura, mas não chorou, simplesmente comprou três garrafas de vinho e me fez beber com ela. Até dançamos valsa pela sala depois de perdemos as contas de quantas taças havíamos bebido.

Por fim, ela não estava triste pela a traição e sim porque eu ia embora, mas meus últimos dias com ela foram os melhores e prometi que a visitaria sempre que pudesse.

Justin se encarregou de me buscar. Na verdade, mais por não confiar que eu conseguisse pegar estrada com o meu jipe até a Califórnia sozinha. Dessa vez ele dormiu na casa da minha tia e eles conversaram muito durante o jantar sobre arte. Ouvir as vozes deles enquanto lavava a louça me deixava feliz.

Antes de partimos, levei Justin até a minha antiga casa. John ainda não tinha ido trabalhar e ficou contente por nossa visita. Apresentei Justin para o meu padrasto e só depois de me despedir dele foi que eu senti que era hora de partir.

Pegamos estrada de manhã e fomos comer em um restaurante na beira da estrada com uma ótima porção de batata frita. Revezamos o volante, mas Justin ainda se preocupava comigo e não se deixou cair no sono nem por um instante. O som era nosso melhor amigo, cantávamos músicas pop em voz alta e conversávamos sobre diversas coisas. Ele era uma ótima companhia de estrada.

Quando ficamos cansados, paramos em um motel e dividimos uma cama. Justin logo caiu no sono depois que tomou banho e eu fiquei assistindo um seriado na televisão antes de me juntar a ele.

Ao amanhecer, fiquei encarando o teto e pensando no que faria a seguir. Eu estava indo morar em uma casa que ainda só tem um colchão e um frigobar, mas não era isso que me assustava. O que me deixava receosa era pensar no quão grandioso era morar com uma pessoa. Virei para encarar o rosto do Justin e ele sorriu, ainda de olhos fechados.

— Bom dia — falou, sorrindo.

— Justin, tem algumas coisas que eu preciso te contar.

Ele abriu os olhos e ficou sério quando percebeu o tom preocupado da minha voz.

— Pode começar.

E então falei sobre toda a minha vida, nos mínimos detalhes. Tudo o que ele precisava saber e que já sabia. Cada coisa que deixei passar quando estávamos juntos. Contei sobre a artista alcoólatra que fora minha mãe e que me ensinou a apreciar as belas paisagens, o pedófilo que traiu a tia artista mais excêntrica e fez bem a todos ter ido embora, o psicólogo que não me entedia e mesmo assim me ama, a garota do cabelo azul que me ajudou a fugir dos problemas e que se foi cedo demais, o garoto das drogas com o sorriso bonito que usou meu corpo e que hoje se tornou voluntário em um abrigo para viciados, o pai que nunca me abandonou e que me deixou seu maior bem, a meia irmã megera que sentia inveja mesmo tendo tudo, o amigo que dei uns amassos e que na verdade me escondia quem era, a amiga que sempre me colocou para cima e me fez acreditar na verdadeira amizade, o garoto intrometido que me fez acreditar que poderia ficar com o seu amigo que estava de luto, o primo do popular que fora esquecido pela garota que amou e se tornou um ótimo amigo, o garoto brincalhão que chorou no meu colo e compartilhou suas inseguranças comigo no banheiro feminino... e a garota morta que sempre esteve presente na minha vida sem que eu me desse conta.

MONA LISA {JB} ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora