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L o r e n z o   G o n z a l e z

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L o r e n z o   G o n z a l e z

Não se aproxime muito
É escuro aqui dentro
É onde meus demônios se escondem... A música tocando no som do Porsche segue falando de alguém atormentado por demônios que são consequências do passado e não consigo deixar de pensar na quantidade de vezes que escutei Demons da Imagine Dragons, pensando na remota possibilidade da música ter sido inspirada em meu inferno particular, um informo do qual eu não conseguia sair, porque ele estava tão marcado em mim quanto as tatuagens em minha pele. Igual a mulher sentada ao meu lado. Afinal foi por causa dela que no passado eu conheci a pior das dores, enquanto ela se divertia no p.au do meu irmão eu sofria como um idiota por descobri que a menina com quem eu pretendia me casar já estava de noivado marcado com meu próprio irmão.

Nunca me senti tão traído na vida, fiquei tão perdido quanto uma criança longe da mãe.

Eu não sabia quem culpar.

Não sabia oque fazer.

E apesar de já se ter passado tanto tempo muitas vezes meus demônios me perseguem em meus sonhos, com imagens dos momentos em que a tive em meus braços e acreditava ser o homem mais feliz do mundo, nem mesmo as noites regadas a álcool e orgias em quartos de hotéis, foram capaz de apagar as lembranças.

Demorei para seguir em frente, a dor não me deixava, era aterrorizante perceber que não importava quanto tempo passasse ela sempre estaria enraizada em meu peito, foi somente após a faculdade que deixei de ser um irresponsável, era meu dever assumir o legado da minha família. Estava na hora de deixar de ser um idiota apaixonado e eu sabia qual era a minha cura, o amor era meu veneno, ele tinha me destruído aos poucos, corroendo de dentro para fora mas eu prometi que ele jamais seria alguém importante pra mim novamente. Prometi que assim que a vida me desse a chance eu mostraria a ela o monstro que ela tinha criado.

Desejei seu sofrimento, suas lágrimas, sua derrota e realmente acreditei que quando lhe causasse tristeza e dor eu regozijaria de prazer, porém mais uma vez eu sou refém de seu feitiço ao olhar a mulher encolhida contra a porta do carro, os braços pequenos a sua volta em uma tentativa vã de se aquecer e tudo o que me desperta e o desejo de pegá-la em meus braços, proteger o corpo frágil e implorar para que me olhe novamente com suas hipnotizantes esferas escuras, porém desde que descemos do Bombardier Global 7000 Amy me ignora, como se eu fosse tão desprezível quanto um grão de areia em seu saltos altos. É o trânsito caótico de Nova York que tem sua atenção como se fosse tão interessante quanto uma das pinturas de Jackson Pollock, como as que tenho em meu apartamento, e perturbado admitir mas seu desprezo dói. Saber que eu sou o único responsável torna a dor pior. 

Não pensei direito quando agi feito um idiota a horas atrás, não pensei em nada quando falei aquele monte de merda, quando a acusei de coisas banais e disse meias verdades. Tudo oque em que eu conseguia pensar era na sensação dolorida voltando a apertar meu peito como garras afiadas, em todo o sofrimento causado por ela, todas as mentiras contadas por ela, fiquei cego e a machuquei com minhas ações impensadas... Esfregando as mãos sobre meu rosto lamento por ter sido impulsionado por minha dor, mas tenho a consciência que agi da maneira correta, eu tenho que me manter distante.

Amy: Conquistando Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora