L o r e n z o G o n z a l e z
Viagens inesperadas, rápidas ou longas, fazem parte do meu estilo de vida. Quando se está a frente de uma empresa tão grande quanto a Gonzalez de certa forma se perde o livre arbítrio, algumas raras vezes até posso ser substituído por Antony ou pelo vice presidente, mas reuniões tão importantes quanto as que passei um pouco mais de um mês fazendo tem que ser feitas sobre minha supervisão, tenho que estar a frente descobrir o erro e eliminá-lo, não importa quanto tempo leve, não importa o que tenho que deixar em segundo plano a Gonzalez se torna mais importante quando se senta na cadeira da presidência.
Pra mim ter tanta responsabilidade sobre meus ombros nunca foi um fardo, dormir em hotéis, ficar longe de casa, estar sozinho, não era visto como sofrimento aos meus olhos, algumas vezes voltei para casa a noite e na manhã seguinte já estava em um avião novamente, nunca questionei, nunca reclamei, porém me vejo em uma situação invulgar quando Lucca guia o carro até o estacionamento subterrâneo do prédio. Meu coração parece que vai saltar do peito e não consigo me livrar do suor em minhas mãos mesmo as esfregando com frequência em minha calça jeans. Me sinto como um adolescente prestes a encontrar a garota porquem e apaixonado. Estou sendo patético, reconheço, chega a ser hilário e catastrófico um homem de vinte e oito anos ancioso para ver a própria esposa.
Olho para meu relógio de pulso conferindo as horas, já passa das onze da noite, Amy certamente já deve estar dormindo, posso vê-la amanhã, já fiquei um mês longe e claro que posso ficar mais algumas horas. Lucca estaciona o carro em uma das minhas vagas na garagem porém abro a porta antes que ele possa sair do veículo.
__Não vou precisar dos seus serviços amanhã Lucca, vá para casa e leve o carro, Joshua vai buscá-lo depois. Aproveite o dia de folga com sua família.__ aviso, ele não esconde o sorriso quando compreende minha ordem.
__Obrigada senhor.__ faço um aceno com a mão antes de descer do veículo e dar passos largos até entrar no elevador.
Os números sobem com uma lentidão desnecessária até finalmente parar na minha cobertura.
Saio da caixa de metal com as mãos no bolso e sou recebido pelo apartamento parcialmente escuro, os pequenos abajur iluminam pouca coisa, mesmo assim noto a diferença quando me hábito com o ambiente.
Um vaso de flor com orquídeas sobre a mesa de centro, cortinas com bordados e almofadas com estampa florida são as primeiras mudanças que noto, tudo parece diferente mesmo com mudanças tão tênues, porém de uma maneira inesperada desperta em meu peito uma sensação aconchegante, como se os pequenos detalhes fosse tudo oque faltava para a cobertura se transforma em um lar de verdade.
__Senhor..._ desvio minha atenção das flores amarelas ao som da voz rouca. Não me surpreendo ao ver Joshua a poucos passos de distância, vestido de maneira informal ele se mantém sério, sem nenhum sinal de sorriso.__ Boa noite, espero que tenha tido um bom vôo.
__Boa noite, tivemos um atraso mais tudo foi resolv...__ freio minhas palavras quando meus olhos caem sobre a mulher cochilando sentada em uma das banquetas da cozinha, franzo o cenho diante da posição desconfortável em que ela dorme.__ Vocês não precisavam me esperar.
__O senhor Davies ligou avisando que estavam voltando, Eleanor fez questão de esperá-lo, mas como pode ver ela não aguentou muito tempo.
Merda, eu já deveria saber que Antony não me escutaria quando mandei que ele não avisasse.
Esfrego minha têmpora indignado soltando minha explicação no minuto seguinte. __ Tivemos que esperar devido ao mal tempo, por isso o vôo atrasou... Onde está minha esposa?
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Amy: Conquistando Seu Coração
RomansaSerá o amor, forte o suficiente, para conquistar um coração machucado?