Vazio sem fim

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A chuva, o frio, a dor, eram coisas presentes naquele horrível e doloroso dia.
O dia em que eu perdi as pessoas que me geraram, a mulher que me deu a luz, meu pai que me protegerá do monstro embaixo da cama, minha mãe que cuidou dos meus 'dodóis' quando papai tentou me ensinar a andar.
Da minha mãe me dando dicas de como conversar com o menino a qual tive uma paqura aos 6 anos, do meu pai que dizia que só poderia namorar depois dos 32.
Das noites de cinema onde eu e minha mãe  assistimos a um clichê romântico, das noites em que eu jogava videogame com meu pai.
Das pessoas que eu amava incondicionalmente, mas era tanto, tanto amor, que chegava doer meu  coração.
E agora, não há nada que preenche meu coração tirando minha querida avó, a qual todo dia esclareço a sua importância para mim, a qual agradeço todo dia por estar comigo nos momentos difíceis, da qual prepara bolo de chocolate com morangos e um copo bem gelado de água, quando estou triste.

Meu nome é Valerie Thompson, tenho 16 anos e sofro de depressão, uma doença que para mim, parece não ter cura, a garota que recebe xingamentos por todos da escola por ser 'órfã', apesar de dizer que tenho minha amada vó, a menina que não liga para esse tipo de pessoa, a menina que quer ser amada, mas não admite.

Sou acordada pelos raios de luz que se sentiram convidados a atravessar a janela do meu quarto.
Resmungo um 'droga' e tento dormir mais um pouco nem que seja dois minutos, porém, nem sempre temos o quê desejamos.
Saio da cama e desço para a cozinha encontrando minha avó, com seu avental rosa com bolinhas brancas em frente ao fogão.

- Tão clichê - murmuro. Ando até a mesma e deposito um beijo sobre sua testa a qual estava presentes algumas rugás, denunciando seus 67 anos de vida.

- Bom dia vó! - tento dar o meu melhor sorriso, pelo menos para que ela ache que estou bem.

- Bom dia, meu amor! E pode parar com esse sorriso falso. - Eu eu amo minha vó pois posso ser eu mesma com ela.

- Noite difícil. - a explico.

- Eu não entendo esse tempo! Ontem estava o maior friozinho gostoso e hoje, esse sol de matar! - minha avó definitivamemente odeia sol, ou sejá, compartilhamos o mesmo sentimento.

- Te entendo avó. - Ela nada responde, põe meu café sobre o prato, sento-me e como as maravilhosas panquecas calmamente.

- Obrigada pelo café vó. Tenho que me trocar, estou atrasada. - digo me levantando da mesa.

- Sempre está, minha querida, sempre está. - diz dando um sorriso fofo.

Subo para o meu quarto, caminho até o closet como minha mente diz, mas meu coração quer mesmo é a macia e querida cama.
Pego um vestido, mais para camisa, e uma casaco verde.

 Faço um coque em meus cabelos castanhos claros e me direciono ao hospício, inferno, desgraça com pessoas desgraçadas, também conhecido como escola

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Faço um coque em meus cabelos castanhos claros e me direciono ao hospício, inferno, desgraça com pessoas desgraçadas, também conhecido como escola.
No caminho até a mesma, paro para pensar sobre minha vida daqui para a frente.
Irei fazer uma prova para conseguir uma bolsa de estudo em uma boa faculdade, irei ficar ansiosa para saber se passei ou não, irei passar e estudar muito, me formar, porém trabalhar em um emprego totalmente oposto do que desejo, irei trabalhar todos os dias, não estarei vivendo, estarei apenas existindo nesse mundo monótono.
Tão clichê, solto um suspiro, afinal, meu dia nem começou.


°

Está é a minha segunda obra, quero que ela saia mais seria e mais madura.
Foi um prólogo para conhecer a Valerie e seu passado.
Se gostou comente e vote, obrigado por ler.
Autora-chan.

O Supremo e a HumanaOnde histórias criam vida. Descubra agora