— Filho? Posso entrar? — Ouviu-se leves batidas na porta.
— Claro, pai. — O mais velho entrou e sentou-se na ponta da cama.
— Como foi a escola hoje?
— Normal. Não teve nada de diferente. — Deu de ombros para em seguida sentar-se em posição de lótus.
— Que pena. — Seu olhar que até então encontrava-se baixo, fora direcionado ao loiro — Temos que conversar, filho.
— Eu já esperava por isso mesmo. — Sibilou com certa indiferença. — Pode mandar a bronca. — Suspirou cansado.
— Não vim te dar bronca. — Alegou. — Apenas queria entender o porquê Jimin. — O mais velho parecia cansado.
— Por que o quê pai?
— Entender por que fazes isso com a Rose... Ela sempre foi tão boa pra você. Pra nós.
— Ah, é mesmo?! — Era perceptível uma pitada de ironia em seu timbre. — Boa como? Jogando o resto da minha autoestima no lixo? Ou fazendo e inventando fofocas com o meu nome só pra me ferrar?
— Não exagere Jimin. — O mais novo relutou e muito para não acabar revirando suas orbes. — A Rose jamais faria algo assim, ainda mais com você. Sabe que ela sempre te viu como um filho.
— Imagina se não visse... — Bufou irritado. — Eu não aguento mais pai. Ela sempre me provoca dizendo que sou gordo ou colocando a culpa em mim por coisas que não fiz, além de fazer com que o senhor nunca me ouça e a dê razão em tudo, mesmo que ela sequer esteja certa.
— Como já disse, isso é exagero seu. — Jimin olhava-o inconformado. Não era possível que ele fosse tão cego. — Poxa filho, ela sempre esteve presente pra nós e eu tenho certeza que você está interpretando as coisas de modo equivocado. Não consigo acreditar que a Rô faria coisas assim.
Jimin já sentia seus olhos queimarem. Talvez essa era uma boa hora para chorar e gritar para todos ouvirem o quanto ele odiava sua própria vida.
No entanto, ele não o fez. Apenas engoliu momentaneamente o choro.
— A mamãe acreditaria em mim.
Foi só o que disse e deitou-se de costas para seu pai, que logo entendeu o recado e saiu do cômodo.
Suas lágrimas e soluços quase silenciosos, nem ao menos esperaram os passos no corredor se dissiparem, logo envolveram o Park numa bolha de melancolia.
Alguns espectadores que apenas assistiam tudo de fora achavam tudo aquilo como uma grande besteira ou dizem ser puro drama, mas Park realmente tinha motivos para chorar.
Perdeu sua mãe em um acidente trágico, quando tinha apenas 5 anos de idade. — O que o fez mudar totalmente, deixando trancado a sete chaves aquela criança falante e alegre para se tornar um garotinho mudo e antissocial.
Durante anos conviveu apenas com seu pai, amigos e seus avós — Que por serem velhos e doentes morreram dois anos depois de sua mãe. Primeiro seu avô, que teve uma parada cardíaca uma semana antes de seu sétimo aniversário, e seguida sua amada avó que morreu pelo vazio e saudade causada pelo falecido de seu cônjuge.
Meses depois houve mais uma perda. A perda de seu pai.
Havia perdido aquele homem incrível e prestativo para o trabalho e sua mais nova mãe.
Jimin não tinha muitas opções de escolha, tinha que viver ali, afinal era apenas uma criança que não possuía renda própria e que conhecia muito pouco sobre a vida.
Restou-lhe apenas seus amigos, que haviam se tornado sua verdadeira família e único refúgio no qual o Park poderia se apoiar.
[...]Jimin caminhava distraído pelas calçadas, com seus fones de ouvidos enquanto rumava em direção à escola. Nem ao menos percebeu que estava sendo seguido desde o momento em que deixara sua residência.
Apenas notou que estava sendo acompanhado, quando sentiu um braço forte rodear seu pescoço.
— Que merda é essa? — Se afastou retirando os fones de ouvido e logo reconhecera o dono daquele braço.
— Bom dia pra você também, Chim.
— Acho que você não tem intimidade para me chamar assim, Jeon.
— Meu Deus, pra quê tanta formalidade Jimin?! — Reclamou. — Me chame só de Jungkook ou de Kook. — Disse simplista.
— Eu chamo como eu quiser, Jeon. — Adiantou os passos deixando o mais novo para trás.
— Como você é estressadinho, ein?! Você não era assim quando éramos crianças. — Sim eles eram amigos quando crianças.
— As pessoas evoluem, garoto. Não se baseie naquela criança boba e ingênua de anos atrás. Eu mudei. E aposto que você também.
— Não tanto quanto você. — Deu de ombros, ainda no encalço do loiro. — Mas confesso que estou contente por sua mudança. — Sorriu ladino. — Gosto de ver você falando e agindo assim.
Já encontravam-se dentro do grande pátio da escola.
— Pena que você não tem que gostar de nada. — Tirou o braço do garoto de seu pescoço, que em algum momento havia voltado a rodeá-lo. — Agora me deixe em paz e vá atrás de seus amiguinhos sem cérebro.
Distanciou-se e se dirigiu a sala de aula, na qual seus melhores amigos estavam a sua espera.
— Pronto para mais um dia neste inferno? — Jin perguntou assim que o avistou.
— Se eu disser que não você foge daqui comigo?
— Perguntou a pessoa errada, Jimin. — Outra voz interveio, cheia de graça. — Já viu nerd cabular aula? — Indagou Youngjae e o Kim lançou-lhe um olhar descontente com o comentário.
— Nerd com muito orgulho, querido. Pelo menos tenho a beleza e sensatez que certas pessoas não tem. — Retrucou, referindo-se ao Choi.
— SeokJin e seu ego gigantesco ataca novamente. — Jae bufou, fazendo o Park rir.
Logo todos já estavam em seus respectivos lugares: Choi ao lado esquerdo e o Kim ao lado direito de Jimin. O que o menor não imaginava era que algo diferente iria acontecer... Teria que aturar Jeon Jungkook a aula inteira sentado atrás de si.
— Olá Park! — Sibilou sorridente, rente ao ouvido do menor.
★★
Me perdoem pela demora e pelo capítulo sem graça!
Não desistam da fic ainda! ❤
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O Idiota Do Meu Vizinho ❀ JiKook ❀
Fiksi PenggemarTudo começou por causa de um pequeno descuido... - Nossa, Park! - Exclamou, aparentemente tão surpreso quanto o menor. - Hoje não é o seu aniversário mas você está de parabéns. - Prosseguiu dizendo, colocando o corpo para fora da janela. - Vai se fe...