Capitulo Quinze

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Conversar com Marcelo é tão maravilhoso quanto conversar com Jacke, ambos prestam atenção em detalhes e nunca julgam você. Nós conversamos tanto que nem sequer vi o tempo passar, a fome até parecia ter ido embora, mas quando eles chegaram, rependidamente ela voltou.

- Não é tão ruim. - Jacke logo avisou quando chegou.

- Não entendo porque eles estão nos alimentando. - me levanto.

- Princesa, me parece que isso tem algo relacionado a termos que lutar por Avardam. - Mick ficou pensativo.

- Eles realmente acham que vamos fazer isso? - disse Marcelo enojado.

- Nós vamos, só que de uma maneira diferente. - exclamou Mick.

Eu e Marcelo levantamos quando os guardas se aproximaram e nos levaram até a sala de jantar.

- Comam o que quiserem e o quanto quiserem. - Sara disse enquanto arrumava os pratos.

Uma sensação estranha percorreu por todo meu corpo assim que encarei Sara. Ela é a minha mãe. A mãe que eu quis por tantos anos, amei mesmo sem tê-la por tantos anos, e agora ela está aqui na minha frente e eu nem sequer lhe dei um abraço. A sensação me incomoda, não sei se é relamente ela, mas eu preciso descobrir. Me levanto e a envolvo em meus braços com força, o que é recíproco.

- Majestade. - Marcelo fez uma reverência .

- Majestade? A única Majestade aqui sou eu , Marcelo. - Karmen entrou e extendeu sua mão para que Marcelo pudesse a beijar.

- A senhora? A senhora não merece nada. Sara e Elise merecem o poder. - ele cuspiu suas palavras.

Karmen chegou perto de seu ouvido,  falou alguma coisa que forçou Marcelo a obedece-la. Queria poder saber o que disse.

- Ótimo, almocem e depois avise aos homens que teremos uma reunião. - Karmen falou e se retirou da sala, com os olhos focados em mim, demonstrando todo seu ódio.

- Meu pai e Jacke não são menores que você para serem citados dessa maneira.

- O que disse?

- Isso mesmo que você ouviu.

- Não, na verdade ela não disse nada. - minha mãe me encobriu.

- Quieta – gritou - Acho que vocês dois estão se achando em alguma posição, estão ousados... Esqueçam a reunião, me encontrem depois do almoço na porta de entrada.

Troquei alguns olhares assustados com Marcelo e Sara. Não deveríamos ter a desafiado, agora sabe-se lá o que irá fazer.

- O que pensam que estão fazendo? Ela não se abala com isso, o que acham que ela não é capaz? Ela tem o poder, entendam, poder é tudo. O que nos resta é obedecer.

- Deve ser por isso que você ficou aqui todos esses anos, mesmo sabendo que tinha uma filha e muito mais coisas para cuidar.

Sara abriu a boca e parecia que iria retrucar, mas não o fez, apenas calou-se e nos entregou os pratos. Não queria ter falado isso, não era a intensão magoa-la, mas o fiz, e agora sinto-me mal, afinal, eu nem sei o que minha mãe foi obrigada a passar.

- Mãe...

Ela me olhou com seus olhos brilhantes, com certeza é uma nova sensação para ela poder ouvir alguém chamando-a de "mãe".

- Me perdoe. - eu falei.

Ela veio ao me encontro e me envolveu em seus braços maternos, um abraço forte, carregado de arrependimento por ter me deixado sem uma mãe por todos esses anos, mas também cheio de amor, demonstrando que o seu "ser mãe" nunca foi embora.

A Garota da Capa Azul - RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora