Alguma vez, você já conheceu duas pessoas que parecem estar predestinadas? Você as vê conversando entre si e percebe que elas não seriam assim com mais ninguém? É como se fosse obra do universo a maneira que elas se entendiam.
Bom, talvez poderia mesmo ser culpa do universo.
Do universo e do sistema de almas gêmeas, algo ensinado desde pequenos a todos. Assim que nasciam, cada pessoa possuí um símbolo em seu pulso com iniciais ao seu lado, sendo diferente de pessoa pra pessoa. É isto que identifica as almas gêmeas. Quem possuir o sinal igual o seu e combinar com as inicias inscritas em seu pulso, tem a certeza do amor e do sentimento completo, mesmo que haja algumas brigas aqui e ali.
Não era surpresa que existia algumas falhas, afinal era um sistema como qualquer outro além de envolver questões biológicas, entretanto estes não eram excluídos da sociedade, só eram casos extremamente raros. Mas não impossível.
O pequeno Wonwoo desde sempre soube de sua condição. Seu símbolo era quase inexistente, tão claro que era difícil de ser visível, assim como as iniciais. Ele nunca ligou pra isso, afinal diziam que pessoas sem o símbolo ou com ele quase invisível conheceriam suas almas gêmeas e se apaixonariam por elas mesmo sem saber. Sua mãe, entretanto, tinha medo de seu filho sofrer algum problema devido à sua condição rara, e por isso o criou com o hábito de usar blusas que cobrissem suas mãos, nada muito estranho para não fazer Wonwoo pensar que tinha alguma doença terminal.
Ele, então, cresceu como qualquer outro. Sempre fora uma criança quieta e estudiosa, sobrevivendo ao fundamental e ensino médio sem que descobrissem, somente revelando ao seu amigo, Soonyoung, que sabia que podia confiar. Conheceram-se no último ano da escola, mas se tornaram amigos tão natural quanto o curso de um rio, sem muito esforço. Só aconteceu. Ambos iriam para a mesma faculdade e mesmo que em áreas diferentes, seria mais fácil para manter contato, planejando até talvez alugarem um apartamento juntos pra contenção de gastos.
As aulas já haviam começado há três semanas e Wonwoo estava sentado numa mesa do campus, rodeado de folhas e com canetas espalhadas ao seu redor quando Soonyoung chegou correndo animado, quase tropeçando no caminho.
— Soonyoung, respira e depois você me fala o que aconteceu. Primeiro, senta. — Wonwoo disse rindo, retirando sua mochila do banco para seu amigo se sentar.
— Won... Menino da aula... Iniciais... Eu não... — ele disse antes de recuperar o fôlego, claramente ansioso para contar o que aconteceu. Ele pausou e respirou, retomando o fôlego — Won, hoje eu fui até a sala para pegar o caderno que eu precisava pro meu trabalho e lá encontrei um menino cantando.
— Continue, o que aconteceu? — o mais alto dos dois largou a caneta, prestando total atenção em seu amigo agora.
— Bom, enquanto ele cantava eu pude ver o seu pulso e o seu sinal era parecido com o meu. Não tenho certeza das iniciais, por isso não concluí nada precipitadamente. De qualquer forma, pode ser ele!
Wonwoo riu da reação de seu amigo. Sua animação parecia ser transmitida pelo ar, era engraçado vê-lo falar animadamente de algo tão sentimental quanto isso.
— Fico muito feliz, Soonyoung. Mas você sabe quem é? Isso facilitaria as coisas.
— Ouvi dizer que ele faz Música, obviamente, mas não me lembro o nome dele. — disse com um bico emburrado nos lábios apoiando seu rosto em sua mão.
— Calma, Soonie, posso perguntar ao meu amigo da aula de Literatura, que conhece o povo de música se ele o conhece. — Wonwoo sugeriu enquanto guardava suas coisas, sua aula começaria logo logo.
— Wonwoo, você é o melhor. Obrigado. — seu amigo agradeceu com um sorriso e saiu em direção a sua próxima aula, ao olhar o relógio em seu pulso.
Wonwoo pegou sua mochila e andou distraidamente até sua sala, observando o céu e os arredores. O dia estava nublado, um dia perfeito aos olhos do garoto, que adorava a cor cinza que pintava os céus nesses momentos. As pessoas que estavam ali naquele momento ou conversavam com amigos ou seguravam um livro ou alguma coisa assim, um típico cenário de faculdade.
Rapidamente, chegou em sua sala e foi perguntar a Junhui, o tal amigo que falara, se ele conhecia o tal garoto que Soonyoung havia visto mais cedo. Era amigo de Junhui, pois tinha ajudado o garoto ao chegar da China a se adaptar a toda a atmosfera nova que ele foi incluso.
— Jun? Pode me fazer um favor? — o moreno perguntou ao sentar na carteira ao lado dele.
— Se estiver ao meu alcance, Wonwoo, posso sim. Diga. — o mais velho deixou a caneta sobre a mesa e o olhou, esperando o pedido.
— Você conhece algumas pessoas da parte de música, certo? Pode me apresentá-los e para o Soonyoung? Ele está procurando um garoto que pode ser a sua possível alma gêmea. — ele pediu gentilmente, temendo ser um pedido meio abusado. Mas oras, ele só estava tentando ajudar seu amigo.
— Sério, Wonwoo? Fico feliz por ele, é claro que eu posso. Vocês podem almoçar conosco hoje, que tal? — o chinês se animou. Adorava essa história de almas gêmeas quando elas davam certo, se sentia encantado como o mundo pode ser assim.
Ele encontrara a sua há mais ou menos um ano. Era outro intercambista da China e ele havia sido designado para ajudá-lo, já que falavam o mesmo idioma. Seu nome era Minghao e ele era um garoto doce e simpático, sempre buscando aprender coisas novas, desde hobbies até idiomas. Eles de início não sabiam sobre a marca um do outro, mas quando Junhui havia caído de bicicleta no parque quando haviam saído para tomar sorvete, Minghao descobriu. Seu pulso doía e o menino o segurou para ver, quando notou sua marca.
Ele tinha ficado chocado, mas ele estava feliz em saber que sua alma gêmea era ele.
— Junhui? — ele disse rindo, mas ainda chocado pela descoberta.
— O que? Eu machuquei muito o pulso? — o mais velho perguntou preocupado.
Minghao apenas negou com a cabeça e mostrou sua própria marca. Junhui o encarou igualmente chocado. Ele havia achado sua alma gêmea? Como assim? Ele estava feliz claro, mas ainda tentando cair a ficha. Ambos apenas foram até a sorveteria rindo da nova descoberta. Junhui assim percebeu como era sortudo e que de um jeito ou outro iria conhecer Minghao. Ambos vinham do mesmo país, entretanto se conheceram num intercâmbio, isso serviu para mostrar aos dois que nunca ligaram para isso como a ligação deles era forte.
— Claro, Jun. Está ótimo para mim. Vamos juntos até a lanchonete quando a aula acabar? — Wonwoo perguntou aliviado, não fora invasivo e conseguira ajudar Soonyoung.
— Com certeza.
Os dois se calaram ao ver o professor entrar em sala. É, Wonwoo estava bem. Mal podia esperar pela hora do almoço. Até parecia que iria encontrar sua própria alma gêmea.
(...)
para Eles.
seventeen amo vcs
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it was you.
Fanfictionem um mundo onde sua alma gêmea está predestinada, nascer sem saber é como estar cego, porém ela pode estar mais perto que você imagina. wonwoo e mingyu ainda vão demorar um pouco até perceber