call call call

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Era quinta de manhã e Wonwoo já conversava animado com Soonyoung no campus da universidade. O mais velho dos dois insistiu em saber sobre tudo que ocorreu nos últimos dias pois Wonwoo havia o esquecido. Os dois sabiam que era brincadeira e Wonwoo o contou sobre tudo. Sobre o que ocorreu depois da festa, Mingyu indo o buscar na biblioteca pra almoçar e do encontro no dia anterior. Tudo parecia certo para Wonwoo.

— Meu menino cresceu! Até parece que foi ontem que te peguei no colo. — Soonyoung fingiu falso choro e limpou suas lágrimas imaginárias.

— Tá tudo bem, vovô. O tempo passa rápido. — Wonwoo o consolou, passando a mão em suas costas.

Eles riram e seguiram para suas aulas. Wonwoo sentou-se perto da janela e tirou seu caderno da mochila. O dia estava nublado e era quase certeza que choveria, o menino estava morrendo de vontade de escrever e deixar a caneta correr pelo papel, escrevendo sobre as inúmeras reflexões que residiam sua mente. Ele sentiu uma pontada em seu peito, mas viu o professor entrar na sala e a ignorou.

O professor terminou de explicar o conteúdo e passara uma atividade avaliativa, dando passe livre para ir embora mais cedo à medida que a terminassem. Wonwoo, que estava atento na aula, a terminou entre os primeiros e juntou suas coisas, deixando o lugar. Como a aula era nos últimos horários da manhã, ele saiu do prédio por volta das onze e meia e caminhou até a lanchonete que almoçava de costume com seus amigos, eles iriam para lá assim que as aulas acabassem.

Ele sentou no lugar usual e observou as nuvens cinzas e carregadas se moverem pelo céu. Poucos minutos depois, trovões já podiam ser ouvidos e Wonwoo vez ou outra se encolhia pelo grande estrondo. Ele não era uma das pessoas mais corajosas do mundo, ainda mais quando se tratava de trovões. Temia barulhos altos com todo seu ser.

Ele suspirou aliviado ao ver Jisoo, Minghao e Mingyu entrar no estabelecimento. Os meninos o avistaram e se juntaram a ele, obviamente Mingyu sentou ao seu lado e já perguntava sobre suas aulas. Wonwoo sorriu com a presença do garoto e dos amigos, conseguindo assim ignorar a sensação ruim que formava na boca do estômago. Devia ser fome.

O resto dos garotos se juntaram a eles e almoçaram normalmente. Agora, Soonyoung e Minghao estavam tentando decidir o que comer de sobremesa em uma conversa não muito amigável. Minghao sugeriu sorvete de início, mas Soonyoung disse que preferia bolo. O mais novo deu a ideia de pedirem petit gateau, só que ele nem deu bola pois estava ocupado listando o porquê de pedirem bolo. Minghao apenas o encarava com um olhar meio debochado, ele estava praticamente falando sozinho.

— Soonyoung, por que não pedir Petit Gateau? É basicamente sorvete com bolo, aí os dois ficariam satisfeitos. — Jun repetiu a sugestão do namorado para o amigo

— É uma ótima ideia. — uma luz parecia ter acendido ma cabeça do garoto. — Por que você não é inteligente igual seu namorado, Hao? — o mais novo o encarou incrédulo.

— EU ACABEI DE FALAR ISSO, SUA PESTE! VOCÊ NEM ME OUVIU. — Minghao respondeu, em um tom de voz elevado, furioso com o que o mais velho acabara de dizer. Todos na mesa riram da reação do garoto, que não conseguia controlar muito bem sua boca.

Os meninos riam enquanto Jihoon realiza o pedido para a garçonete, uma mulher por volta dos quarenta anos que sempre os atendiam pois já eram clientes de casa. Wonwoo ria quando seu celular tocou em seu bolso. A tela indicava o nome mãe, ele o atendeu rapidamente para não irrita-la e se afastou da mesa barulhenta. Mingyu o viu se encostar na parede e observava sua mudança de expressão gradativa.

— Olá, mãe. Como está a senhora? — ele a cumprimentou, estranhando a ligação repentina.

— Meu filho! — disse em um tom um pouco animado, parecendo aliviada por ele ter atendido o telefone. — Estou bem sim, e você? — ela queria perguntar mais, porém não conseguia.

— Estou bem, tá tudo bem por aqui. Por que me ligou do nada? Está quase perto das férias e eu poderei visitar a senhora.

Houve um silêncio na ligação antes da mulher falar.

— É a sua vó.

Wonwoo fraquejou. Ao ouvir aquelas palavras, ele empalideceu e se apoiou na parede pois suas pernas pareciam geleia. Ele tentou respirar fundo para perguntar o que estava acontecendo, mas tudo parecia estar rodando e agora ele ouvia um zumbido incômodo em sua orelha.

— E-ela está bem? O que houve? — o garoto perguntou, era difícil formular frases quando seu mundo parecia entrar em colapso.

Devido ao emprego de aeromoça de sua mãe e a falta do pai, ele e seu irmão, Bohyuk, foram criados por sua avó. Uma senhora doce e querida, que nunca deixava faltar nada para os meninos. Fora capaz de os dar uma educação digna, uma casa boa, comidas caseiras ótimas que nunca seriam esquecidas pelos garotos e ainda ajudava o marido na floricultura por meio período, amava o local e sentia-se bem ao trabalhar lá.

Wonwoo sofreria demais se algo acontecesse com ela.

— Ela está internada. Os médicos disseram que é início de uma pneumonia e tentarão a ajudar, porém ela já está muito idosa. — a progenitora disse em um tom choroso, não mentiria para o garoto pois seria pior, mas ter que dizer aquilo a ele era de quebrar o coração.

— Bohyuk já sabe? — o menino havia se mudado para o centro da sua cidade natal para ficar mais perto da faculdade que estudava. Wonwoo havia se mudado para a capital pois tinha mais oportunidades, e seu irmão havia ficado pelos avós.

— Sabe sim, ele está indo pra casa do seu avô agora.

— Vou tentar comprar passagem para ir nesse final de semana. — o menino informou a mãe, decidido de sua escolha.

— Mas está perto das suas provas já, isso vai te atrapalhar.

— Mãe, eu recupero o conteúdo depois. Essa pode ser a última vez que a verei. — ele disse em um tom triste, porém firme. — Nós dois sabemos disso, ela já esteve doente antes e ficou muito mal.

— Tudo bem, meu filho, estaremos te esperando.

— Até mais, mãe. Qualquer coisa, me liga. Te amo.

— Tchau, Won. Também te amo. — ela se despediu e desligou.

Wonwoo se encostou na parede e respirou fundo. Mingyu observou tudo da mesa e estava preocupado com o mais velho, sua reação durante a ligação não tinha sido nada boa. Ao ver Wonwoo guardar o celular, ele levantou da mesa sem hesitar e caminhou até onde ele estava. Ele levantou seu rosto e encarou seus olhos, que agora transbordavam preocupação e medo.

— Nonu, o que houve? Está tudo bem? — Mingyu o questionou, segurando seus ombros.

Wonwoo não conseguiu falar pois estava se sentindo mal, apenas balançou a cabeça indicando que não estava bem. Mingyu o sentou na mesa ao lado e foi até o grupo de amigos que os encaravam preocupados com a situação do amigo.

— Eu vou levar ele pra casa, ele não está nada bem. Qualquer coisa, aviso vocês. — ele os informou e pegou as duas mochilas que estavam na cadeira, após pagar sua parte e a de Wonwoo.

Caminhou até o garoto que fitava o chão quase que sem piscar e o puxou delicadamente pelo braço. Wonwoo não conseguia controlar seus movimentos direito e apenas deixou Mingyu o guiar pelas ruas.

Tudo estava desmoronando.

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shit about to go down
desculpa mas eu precisava :((
ate o proximo capitulo

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