Eles chegaram ao local e foram diretamente à bibliotecária, uma senhora simpática que lia um romance qualquer com seus óculos escorregando na ponta do nariz.
— Com licença... — Wonwoo disse em um tom baixo, com medo de atrapalhar a leitura mesmo que ela estivesse em seu horário de trabalho.
— Diga, meu jovem. Em que posso ajudar? — ela abaixou o livro, o marcando antes de fechar, e sorriu para os garotos a sua frente.
— Estávamos procurando livros sobre almas gêmeas, é para um trabalho. — Wonwoo segurou firmemente na alça de sua mochila, apreensivo com o que aquela busca podia resultar.
— Sigam-me. — a senhora os chamou, se direcionando ao segundo corredor, porém parando em frente da última pratileira. — Isso é o que temos sobre almas gêmeas. Boa sorte, garotos! — ela sorriu e saiu, voltando a sua leitura.
Ambos pegaram um livro cada e começaram a ler, ali mesmo no chão ao lado da estante, já que era no fim do corredor e não atrapalhariam a passagem de ninguém. Eles leram por horas a fio, achando informações picadas aqui e ali. Os olhos de Mingyu arderam e o mesmo conferiu em seu celular o horário, vendo que já passava das seis da noite. Só tinham mais três livros restantes e Wonwoo já estava desanimado, ser positivo não era uma das suas melhores qualidades.
Mingyu pegou o último livro e o virou, analisando sua aparência velha e sua capa gasta. Ele o abriu e sentiu a poeira incomodar seu nariz, mas ignorou, totalmente focado na última leitura do dia. Ele começou a lê-lo e logo nos dois primeiros capítulos teve uma surpresa. Estava falando sobre a história que Wonwoo o contara e os casos até então relatados. Mingyu abriu um enorme sorriso e cutucou Wonwoo ao seu lado, que já estava praticamente deitado no colo de Mingyu.
— O que foi, Gyu? — o mais velho perguntou e coçou os olhos, estavam ardendo pela constante leitura.
— Olhe! — Mingyu o mostrou o livro com cuidado, receoso que ele virasse pó em suas mãos, se fosse parar pra pensar em quantos anos aquilo existia.
Wonwoo leu e releu aquela página até conseguir perceber o aquilo quis dizer.
Era real.
Almas gêmeas puras existiam e não eram apenas um mito.
Wonwoo levantou a cabeça e encontrou os olhos de Mingyu. Eles estavam brilhando e ele tinha o sorriso mais bonito que Wonwoo tinha visto menino dar. O mais velho soltou o ar que nem percebeu que tinha prendido e puxou o garoto para um abraço, não acreditava naquilo. Sentia que iria explodir a qualquer hora.
Mingyu o apertou em seus braços e escondeu seu rosto na curvatura do pescoço do outro, tentando impedir as lágrimas que formavam em seus olhos. Eram de felicidade. Finalmente, após tudo que passou, ele encontrou aquela pessoa que fazia tudo valer a pena e que estaria sempre ao seu lado. E ele estava tão feliz de saber que essa pessoa era Wonwoo.
Wonwoo sentiu o mais novo tremer em seus braços e se afastou levemente, levantando o rosto do menino para encontrar seus olhos vermelhos.
— Gyu, você está chorando? Pensei que ficaria feliz. — Wonwoo fez bico enquanto segurava o rosto alheio com tanta delicadeza, parecia que Mingyu poderia quebrar a qualquer momento.
— Eu estou. — ele riu e limpou os olhos, secando as lágrimas. — É só que não tem como explicar essa sensação de descobrir que não vou viver mais às cegas. Mesmo depois de tudo, eu ainda tive chance. O universo não me odeia! — Wonwoo riu com a infantilidade do menino e puxou calmamente o rosto de Mingyu, deixando um selar suave em seus lábios.
— Vai ficar tudo bem, Gyu. Estamos bem agora. — Wonwoo o abraçou novamente.
Ele segurou o pulso do mais novo, traçando a letra J com seus finos dedos. Ao passar o dedo em cima da marca falsa do mais novo, sentiu o seu próprio doer e não pode evitar soltar um grunhido incômodo. Isso chamou a atenção de Mingyu que curioso, perguntou o que havia acontecido. Wonwoo apenas disse pra ele não se preocupar e que não era nada.
Então, Mingyu segurou o pulso do mais velho e puxou o casaco que cobria seus dedos, o deixando a mostra. Ele quase caiu pra trás ao ver a letra K agora visível em sua pele. Wonwoo estava de olhos fechados e foi surpreendido por uma cutucada na costela, o fazendo encolher por sentir cócegas. Ele abriu os olhos e encontrou um Mingyu perplexo segurando seu pulso. Confuso, ele se desvencilhou do suave toque de Mingyu para observar o que de tão estranho o mais novo havia visto ali.
Dito e feito, Wonwoo quase engasgou com a própria saliva ao ver a letra recém marcada ali. Ele passou o dedo por cima, encarando aquilo sem acreditar.
— C-Como? — ele sussurrou, ainda incrédulo com aquilo.
— Do mesmo jeito que houve comigo. — Mingyu segurou seu ombro, no intuito de acalmar o garoto.
Wonwoo o encarou e sorriu terno por ter o garoto ao seu lado, ele não sabia como tinha tanta sorte. Ele buscou seu celular esquecido pelo chão para ver que já eram seis e quarenta e deviam ir pra casa, afinal a biblioteca fecharia às sete. Os dois se levantaram e guardaram os livros na prateleira, com exceção daquele que acharam sobre as almas gêmeas puras. Wonwoo disse que queria falar com sua professora de literatura sobre isso e ter certeza que era tudo real, e Mingyu obviamente concordou.
Os dois meninos caminharam até o balcão para informar que iriam levar aquele livro e a bibliotecária prontamente os atendeu. Wonwoo guardou o livro na mochila e começou a caminhar em direção à sua casa, ao lado de Mingyu que sorria abobado.
— Won, o que acha de pedirmos pizza e assistir filme? — Mingyu perguntou enquanto balançava exageradamente suas mãos entrelaçadas.
— Mas, Gyu, amanhã temos aula. — Wonwoo observou.
—E? Amanhã antes de irmos, passamos na sua casa pra você pegar seu material. Por favor... — Mingyu fez beicinho e Wonwoo torceu o nariz com a "fofura" do garoto.
— Está bem.
Mingyu sorriu e em poucos minutos, eles chegaram a sua casa. Ele abriu a porta e deixou a mochila de Wonwoo numa cadeira perto da porta, enquanto ligava para a pizzaria para pedir as duas pizzas, uma de calabresa e bacon e a outra de chocolate com banana. Era um dia especial, de certa forma.
Já sentados no sofá, Mingyu ligou a TV e colocou Os Incríveis para passar, e Wonwoo colocou refrigerante para os dois e segurava as caixas de pizza em seu colo. Eles comiam e assistiam o filme atentamente, como se fosse a primeira vez. Quando terminaram de comer, guardaram os pedaços restantes, lavaram as mãos e deixaram os copos sujos na pia. Voltaram para a sala e deitaram no sofá, Mingyu com Wonwoo no meio de suas pernas, o abraçando pela cintura. Uma aura doméstica e confortável tomou conta do lugar e os dois sorriram satisfeitos.
O dia tinha sido incrível, apesar de tudo.
Duas horas depois, o filme já tinha acabado e um reality show qualquer passava na tela, porém Wonwoo já estava adormecido nos braços de Mingyu, que brincava com seus cabelos. Ao checar as horas no relógio ao lado da TV, ele a desligou e levou Wonwoo até seu quarto em seu colo, após perceber que não teria coragem de acorda-lo só para irem pra cama.
Ele deitou Wonwoo sob o colchão e arrumou as cobertas, tirou os sapatos e desligou a luz, deitando ao lado de Wonwoo. Mingyu os cobriu e antes que pudesse fechar os olhos, sentiu Wonwoo se arrumar no colchão e deitar sua cabeça em seu peitoral. O mais novo sorriu e o puxou, o abraçando e os aconchegando ainda mais.
Nessa noite, ele dormiu bem.
Wonwoo sorriu ao ouvir os batimentos cardíacos de Mingyu e caiu no sono mais uma vez.
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att dupla pelo 1k ♡
espero q tenham gostado
amo vcs
ate a proxima
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it was you.
Fanfictionem um mundo onde sua alma gêmea está predestinada, nascer sem saber é como estar cego, porém ela pode estar mais perto que você imagina. wonwoo e mingyu ainda vão demorar um pouco até perceber