— Não vou aceitar.
— O que? — Mingyu exclamou surpreso. — Por que não?
— Gyu, eu ganhei esse concurso por acaso. Tudo que tá vindo agora é só consequência disso e eu não esperava nada. Porém eu não vou me desgatar muito assim de primeira, é apenas um conto e eu quero descansar da faculdade. Creio que podem surgir outras oportunidades. — Wonwoo o explicou de maneira calma e pegou o telefone, pronto para informar sua decisão.
— Entendi, você sabe o que é melhor pra você. — Mingyu conteve um suspiro de alívio e continuou a comer a pipoca, esperando Wonwoo terminar sua ligação.
— Sr. Lee? É o Wonwoo, já tomei minha decisão.
— Pode me chamar de Taeyong. Qual sua palavra final?
— Não poderei viajar pelo país com as sessões. — respirou fundo antes de continuar, com medo de que isso pudesse afetar suas futuras chances de algo maior. — Já tenho planos pra essas férias e irei começar a trabalhar num livro logo logo, creio que será mais proveitoso para a editora. Peço desculpas desde já e espero que continuem trabalhando comigo.
— Não peça desculpas. — Taeyong disse de imediato, tentando acalmar o garoto. — Foi apenas uma ideia de última hora, mas fique calmo. Você ainda tem um futuro brilhante pela frente e a editora SVT ficará muito feliz de fazer parte. Não perturbarei mais suas férias, mas fique ligado pois seu conto tem feito muito sucesso. Desde já desejo boas festas e um bom descanso! Até mais, Wonwoo.
— Obrigado! — Wonwoo agradeceu aliviado. — Desejo o mesmo pra você e pra toda a editora. Vocês tem feito um trabalho incrível. Obrigado novamente. Até mais! — e desligou, largando seu celular na mesa ao centro.
— E aí? Tá tudo bem? Você foi expulso? — Mingyu mais uma vez fez milhões de perguntas, uma das suas manias que Wonwoo se acostumou com o tempo. Ele apenas deu um selinho no mais novo e riu.
— Está tudo bem, Gyu. Eu ainda tô na editora. — ele estava prestes a dar play no filme quando Mingyu o chamou.
— Então... eu acho que posso te pedir algo. Mais pra perguntar na verdade. — o mais novo começou meio incerto, porém ao levantar o olhar e encontrar os olhos de Wonwoo focados em si, ele criou forças. — Você vai pra casa nessas férias?
— Não, minha mãe viaja demais nessa época e meu irmão está com meu avô, os vi recentemente ainda. Por que?
— Eu meio que... queria saber se... por acaso... Ah, espera. — ele respirou fundo e Wonwoo riu. — Queria saber se você que passar o natal comigo e com meus pais.
Wonwoo sorriu com a pergunta e sentiu seu interior dar voltas e aquele calor que Mingyu sempre lhe causava se alastrar por seu peito. Ele viu o garoto mexer em suas mãos nervoso enquanto esperava sua resposta.
— Gyu, eu adoraria ir com você. — ele sorriu e segurou as mãos do mais novo, que respirou aliviado e sorriu de volta.
E eles continuaram assistindo filme pelo resto do dia. Apenas os dois aproveitando ao máximo a companhia um do outro.
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Quatro dias se passaram e já era dia vinte e três. O dia em que os dois garotos iriam até a cidade de Mingyu, ficava apenas 20 minutos de onde eles moravam e chegariam rápido. Nesse meio tempo, Wonwoo saiu escondido para comprar os presentes de natal para a família Kim.
Passariam quatro dias com eles e voltariam a capital pra passar o ano novo com os amigos que já haviam combinado. Wonwoo e Mingyu já se encontravam dentro do metrô, as mochilas estavam em seus pés e mesmo com o trajeto curto, Wonwoo ficou sonolento.
Em vinte minutos, eles chegaram à estação de Anyang e saíram do vagão assim que ele parou. Mingyu viu sua irmã parada perto de uma pilastra e decidiu assusta-lá como um bom irmão que era. Ele saiu na frente de Wonwoo e se aproximou por trás da menina, segurando em sua cintura em seguida e dando um pequeno berro.
A garota se assustou e deu vários tapas no irmão que apenas corria dela. Wonwoo riu com a cena e percebeu que seria um bom feriado. Mingyu parou de correr e foi abraçar seus pais que estavam sentados num banco ao lado do lugar que sua irmã estava antes. Assim que se afastou deles, viu Wonwoo um pouco afastado, esperando o namorado terminar de cumprimentar sua família. Ele se aproximou do mais velho e lhe tomou a mão, aproximando-o de seus pais e sua irmã.
— Este é o Wonwoo. — Mingyu o apresentou que logo fez reverências em educação. — Ele é... a minha alma gêmea. — e seus pais não esconderam o choque ao ouvir aquilo.
— Mas, docinho, como? Como assim? Eu pensei que... — sua mãe o perguntou, com olhos quase marejados de felicidade pelo filho.
— Só aconteceu, depois explico melhor. — ele olhou para o garoto ao lado com admiração em seus olhos e sorriu.
— Seja bem vindo, filho. Espero que tenha um ótimo tempo conosco. — o pai de Mingyu apertou sua mão e pegou a mochila do filho do chão.
— Vamos, temos muito o que conversar! — Sra. Kim os chamou e puxou Wonwoo para o seu lado. — Vem, Minhee! — chamou pela filha que estava no celular.
Antes de irem até a residência dos Kim, o pai de Mingyu parou numa padaria no caminho para lancharem, fazendo questão de pagar pelo que Wonwoo consumiu. O rapaz ficou com vergonha, porém aliviado por não ter comido muito.
Ao chegar na casa, a aura confortável do local o envolveu de maneira rápida e ele se sentiu bem em pouco tempo. Mingyu levou as duas mochilas para seu quarto no fim do corredor do segundo andar e Wonwoo sentou-se no sofá da sala, começando timidamente a conversar com a mãe de seu namorado.
Aos poucos, ele foi se soltando, uma vez que passaram o dia conversando por terem ficado um ano sem visitas do filho. A mãe do menino até pediu ajuda para Wonwoo no preparo do jantar, ela também aproveitou pra o pedir algo.
— Hm, Wonwoo? Posso te perguntar algo? — a mais velha começou a falar enquanto preparava a lasanha e Wonwoo arrumava a mesa para os cinco.
— Claro que sim, senhora. — ele disse à medida que colocava os garfos.
— Você sabe, não é? Sobre o pulso do Mingyu e tudo mais. Peço do fundo do meu coração para cuidar do meu bebê, ele já sofreu muito por causa disso. Ele não precisa sair quebrado mais uma vez.
— Sei, eu sou do mesmo jeito que ele. Mas a senhora já ouviu falar sobre almas gêmeas puras? — Wonwoo perguntou e ela colocou a mão na boca em puro espanto, sempre achou que aquilo era uma lenda. O garoto apenas riu. — Nós realmente somos almas gêmeas, não se preocupe, eu cuidarei bem dele.
— Me chame de Sohee, filho. — ela apertou as bochechas de Wonwoo que sorriu com o ato.
O resto da noite foi extremamente agradável. Mingyu ficou feliz em ver sua família se dando bem com Wonwoo, ele estava com muito medo de seus pais serem rígidos com o garoto por causa de sua condição. Entretanto, tudo ocorreu melhor do que esperado.
Eles jantaram e limparam toda a mesa, logo subindo para dormir. Wonwoo foi até o banheiro, onde se trocou e escovou os dentes enquanto Mingyu se trocou em seu quarto. O mais novo possuía uma cama de casal e sua mãe disse que eles podiam dormir nele e não precisava pegar o colchão extra para o convidado. Claro que ela fez Mingyu passar vergonha ao dizer pra eles não bagunçarem, nem fazer muito barulho a noite.
O garoto ficou vermelho da cabeça aos pés e Wonwoo somente riu dele. Após Mingyu escovar os dentes, os dois se ajeitaram na cama e rapidamente dormiram. Havia sido um dia bom e Mingyu estava feliz. As pessoas que ele mais amava estava se dando bem com o seu novo amor.
Ele amava Wonwoo.
Percebera isso neste dia, ao ver o garoto conversando com seus pais e conseguir imaginar um futuro juntos em que passariam anos e anos juntos. Ele sorriu ao chegar a esta conclusão, mas não se arrependia nem um pouco.
Na verdade, ele estava feliz por isso.
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é isto por hj
espero q tenham gostado
prometo voltar logo com mais capitulos
ate mais ♡
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it was you.
Фанфикem um mundo onde sua alma gêmea está predestinada, nascer sem saber é como estar cego, porém ela pode estar mais perto que você imagina. wonwoo e mingyu ainda vão demorar um pouco até perceber