End Game || yoonseok.

five - plan B.

Haviam dois principais motivos que me faziam ter certeza de que eu amava meus amigos: as reações deles a respeito das minhas histórias, e o fato de eles pagarem meu hambúrguer todo sábado.

— Caraca, Hoseok, do jeito que você fala parece que o cara colocou as estrelas no céu ou sei lá — Disse Taehyung com a boca cheia do sanduíche, enquanto me encarava com certa empolgação.

Jungkook concordou com uma exclamação, dando um longo gole em seu refrigerante antes de completar:

— O que mais me assusta é o cara não acreditar nem um pouco no amor. Será que ele é sociopata?!

— Cala a boca, Jungkook! — Jimin exclamou, observando os dois menores com uma expressão enojada, e eu também o faria se não estivesse na mesma situação que eles.

Naquele círculo de amizade, Jimin era certamente o mais sensato - mesmo que não fosse lá um exemplo de sensatez. Quero dizer, éramos quatro garotos com faixa etária parecida que se conheciam há um bom tempo. Era de se esperar que nossa proximidade fosse gritante, a ponto de ser desconfortável pra quem nos visse de fora.

Não que eu me importasse. Sempre enxerguei a amizade que tinha com os três garotos como um presente do universo, e era bom perceber que eu podia contar com eles sempre que precisasse. Me trazia conforto e a certeza de que, não importa o que acontecesse, ia ficar tudo bem se eles continuassem do meu lado.

— Mas me conta, Hoseok — Jimin prosseguiu, ignorando a briga entre Taehyung e Jungkook que insistia em decidir qual era o refrigerante menos calórico da mesa - provando o quanto eles mudavam facilmente de assunto — Como você pretende encontrar Yoongi de novo?

Os dois mais novos ficaram em silêncio na mesma hora, para prestar atenção na minha resposta que, coincidentemente, nem eu sabia.

Não era segredo a ninguém que eu sempre fui um tanto confuso e indeciso. Toda e qualquer decisão se tornava um grande desafio pra mim, já que meu cérebro insistia em considerar todas as possibilidades existentes.

E é claro que não ia ser diferente com essa situação.

Quer dizer, não era uma grande incógnita: Yoongi havia deixado claro que não tinha interesse por ninguém e eu sabia que não seria diferente com a minha pessoa. Mas, ainda assim, a sensação dos toques dele estavam vívidas em minha mente, como se minha pele tivesse decorado o calor que ele emanava.

Eu ainda recordava da maneira que o sorriso dele iluminava seu semblante, exibindo aquelas gengivas rosadas que me faziam enxerga-lo de forma adorável, mesmo que eu tivesse total noção de que não havia nada de adorável naquele homem.

Sua voz grossa e com uma rouquidão leve acompanhada da risada e da forma despreocupada impregnada em seu timbre era algo que me tirava do sério também, além da curiosidade que nascia em mim sempre que ele se mostrava misterioso quanto à suas ideias ou sua vida. Tudo em Yoongi era extremamente fascinante e interessante.

Não sei se isso se dava por culpa da minha personalidade evasiva e até intrometida, mas outra coisa que também havia despertado meu interesse era nessa história de Yoongi não acreditar em amor. Por algum motivo, eu não pude expelir de mim a vontade de fazê-lo acreditar, e convencê-lo de que o amor existia, sim.

— Eu não sei se vou encontrar Yoongi de novo — murmurei com certa contradição, como se admitir aquilo em voz alta fosse mais doloroso — Nosso encontro acabou ontem, e é isso. Sem mais.

— Como assim, hyung?! — Jungkook indagou parecendo surpreso — Você acabou de dizer que adorou o encontro e que quer sair mais vezes com ele e tudo mais.