Yoongi era tão inacreditável que estava me levando para um playground em plenas cinco horas da tarde.
Pois é, eu também não tinha entendido.
Ele havia me confessado sua brilhante ideia de um encontro num parque infantil quando estávamos no carro, sua mão apoiada na minha perna enquanto eu ainda mantinha meus dedos entrelaçados nos seus - porque era muito boa a sensação morna e macia me acalmando.
Quando indaguei, pela terceira vez, onde seria nosso encontro e comecei a dramatizar e jogar em sua cara que no nosso primeiro encontro eu estava achando que ele iria me estuprar, e agora estava achando o mesmo, o loiro riu alto e admitiu, por fim:
— Para ser sincero, estou com vontade de ir na praia. Mas como isso é impossível hoje, vamos ter um encontro incrível em um daqueles parquinhos de areia!
E eu ri muito depois, até perceber que ele estava falando muito sério.
Para ser sincero, eu não me importava bem com o lugar do encontro. O importante era estar com Yoongi, porque ele era capaz de gerar um fenômeno dentro de mim, que consistia em me fazer sentir confortável em qualquer lugar que fosse. Ele poderia me levar para o fim do mundo, desde que estivesse com as mãos enlaçadas nas minhas.
Apesar disso e de ser um completo bobo apaixonado pelo Min, eu esperava que ele ao menos me levasse no cinema, um restaurante ou algo assim. Mas, francamente? Não sei porque esperei isso, levando em conta que meu primeiro encontro consigo foi em um parque florestal no meio de uma montanha.
Se o gosto por moda de Taehyung era estranho, então o gosto de Yoongi por lugares distintos era ainda mais bizarro.
Não que nós fôssemos um casal, mas geralmente os encontros alheios eram em lugares românticos, com comida, velas e aromas de flores. Mas os nossos, comicamente, eram em parques cheios de mato e areia.
Eu até considerei reclamar, mas quando percebi que ele estava empolgado para brincar com areia, deixei para lá. Yoongi parecia uma criancinha presa no corpo de um adulto, como no filme americano De repente 30.
De qualquer forma, passamos numa loja de conveniência e compramos besteiras para comer antes de enfim chegar ao parque. Ri sozinho quando percebi que realmente estava prestes a ter um encontro ali, mas meu riso foi substituído por um sorriso bobo quando Yoongi saiu do carro comigo, correndo para entrelaçar suas mãos nas minhas mais uma vez.
— Eu não acredito que vamos ter um encontro num playground — Admiti para puxar assunto enquanto caminhávamos em direção à entrada do parque.
— Prometo fazer um castelo de areia para você — Yoongi devolveu, provocando risos em nós dois.
Estava rindo, mas admito que não duvidava que ele de fato começasse a brincar de areia e esquecesse que estávamos ali para dar uns beijos.
Quando enfim entramos no parque, me concentrei em ignorar os gritos das poucas crianças que haviam ali e me ocupar em observar cada espaço daquele lugar. Adorava o jeito que as pedrinhas brancas delimitavam a separação da areia e da grama, o vermelho e verde vivos dos escorregadores e brinquedos que, para ser sincero, eu nem sabia para que serviam.
Aquilo me deixava um tanto nostálgico, lembrando vagamente das vezes que meus pais me traziam a lugares como esse. Sentia falta daquilo, de não ter uma péssima relação com o meu pai e não obrigar minha mãe a esconder coisas dele. Sentia falta de quando éramos uma família de verdade, e não um compilado de segredos e inseguranças pessoais.
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End Game || yoonseok.
Fanfiction"Acima de estudante de jornalismo, um péssimo filho na visão do pai, garçom, amigo de três gazelas barulhentas, viciado em cultura nerd e em videogames, Hoseok provavelmente era apaixonado por Min Yoongi." Hoseok já havia se acostumado a enco...