Capítulo 6: O vizinho.

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Eu nunca pensei que ficaria tão feliz em entrar no meu quarto, mas considerando os últimos dias em que eu fiquei trancafiado naquele hospital, a ideia de dormir na minha própria cama é acolhedora

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Eu nunca pensei que ficaria tão feliz em entrar no meu quarto, mas considerando os últimos dias em que eu fiquei trancafiado naquele hospital, a ideia de dormir na minha própria cama é acolhedora.

— Até que enfim, paz! — grito me jogando de costas na minha cama.

Fecho meus olhos e respiro fundo, enquanto afundo minha cabeça no travesseiro e sinto o cheio de casa —que eu já estava começando a sentir falta.

Ouço batidas no batente da porta e viro minha cabeça para ver quem era.

— Querido, tome um banho e descanse, o jantar saí às 18:00 — comunica minha mãe, pouco antes de voltar a se virar e ir embora.

Eu não havia conversado muito com os meus pais depois da nossa pequena — grande — discussão no hospital, mas ninguém parece muito interessado em falar sobre o assunto, então fazemos aquilo que nós sabemos fazer de melhor, fingimos que está tudo bem — mesmo que isso não seja verdade.

Depois de alguns minutos, ainda um pouco hesitante, me levanto da cama e vou até o banheiro para tomar um banho quente. Ao tirar a camisa, olho de relance para o espelho e fito o curativo na minha barriga.

Graças aos analgésicos, eu já não sinto mais dor e depois de uma semana desde o ocorrido, o ferimento já estava cicatrizando. Agora, a única coisa que me incomodava era pensar que aquilo provavelmente deixaria uma cicatriz nada agradável na minha pele. Me lembrando todos os dias de que eu sou um completo idiota.

[•••]

Saio do banheiro e caminho até o quarto com uma toalha na cintura. Ao chegar lá, abro a porta do meu armário e pego uma roupa. Mas quando estou próximo de começar a me vestir, ouço alguém tossir atrás de mim.

— Por favor, não faça isso, não quero ter pesadelos pelo resto da minha vida. — Me viro assustado e encontro Ethan Reed tampando os olhos com a manga do moletom. Um moletom amarelo limão e dos bem ridículos.

— O que... Como você entrou aqui? — pergunto apertando a toalha contra o meu corpo. Sinto meu rosto queimar e meu coração bater acelerado.

— Pela janela, seus pais nunca me deixariam entrar pela porta.

Eles nunca te deixariam entrar, e eu também não.

— Isso é invasão, eu poderia te denunciar — comento e ele dá de ombros. — O que você quer?

Ethan para de tampar o rosto com o moletom, mas mantém os olhos fechados.

— Pode se vestir por favor? Isso é muito constrangedor. — Ele diz fazendo uma careta de enojado.

— Depende, se eu me vestir, você vai me dizer o que você veio fazer aqui e o porquê de você não ter simplesmente me mandado uma mensagem se precisava falar comigo?

Inimigos de infância (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora