Capítulo 8: O silêncio.

6K 617 155
                                    

★ ESSE CAPITULO SE PASSA NO PONTO DE VISTA DO ETHAN ★

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ESSE CAPITULO SE PASSA NO PONTO DE VISTA DO ETHAN

Foi um beijo rápido, durou apenas o tempo de eu sacar o que estava rolando e empurrar Liam para uma distância segura entre nós dois.

- O que você está fazendo? Você me beijou? - pergunto horrorizado, enquanto esfregava o pulso na boca para tirar qualquer vestígio de Liam Martin dela.

O que ele estava pensando? Eu entendo que algumas pessoas confundem simpatia com flerte, mas eu e ele era algo fora de questão.

- Eu... Me desculpa, eu não sei o que deu em mim - ele diz atordoado.

Eu tento ao máximo me manter neutro e indiferente sobre tudo, alguns dizem que isso é uma forma de auto defesa minha, mas eu acredito que esteja mais para uma forma do meu cérebro evitar problemas desnecessários e que poderiam ser facilmente ignorados. Mas apesar de todos os meus esforços para criar essa imagem de mim, Liam Martin parece estar sempre disposto a me tirar do sério. 

- Está perdoado. Olha, eu sei que posso ser extremamente irresistível e imagino o quanto deve ser difícil se controlar perto de mim, mas por favor, não faça isso de novo - falo desdenhoso depois de um suspiro.

- O que? - diz Liam deixando de lado seu momento confuso para trás e voltando a ficar em seu estado habitual, raivoso e facilmente influenciável. - Seu ego está se tornando um ser a parte, Ethan. Eu tomaria cuidado.

Foi perda de tempo o dia de hoje, pois quando eu penso que eu e Liam podemos de alguma forma nos darmos bem, um beijo idiota acontece e nós voltamos à estaca zero.

- Foi uma piada, Liam. Cadê seu senso de humor? - exclamo e reviro os olhos teatralmente.

Liam fecha os olhos verdes e depois os abre com um olhar cansado e arrependido. Eu daria tudo para saber o que se passava na cabeça dele naquele momento.

- Eu nunca devia ter aceitado sair com você - ele diz colocando as mãos no bolso da calça jeans e se virando para ir embora.

Abro a boca para protestar, mas logo a fecho e me viro para ir também.

Talvez Liam estivesse certo, tudo teria sido mais fácil se nós apenas mentíssemos para Dorian.

[•••]

Abro a porta de casa e ouço quando Clary desce as escadas correndo ao meu encontro. Ela vestia uma fantasia de princesa cor de rosa lotada de glitter e uma coroa dourada com algumas pedras artificias.

- Fantasia nova? - pergunto me ajoelhando e deixando que ela viesse me abraçar.

- Papai que me deu, você gostou? - ela responde me soltando.

- Você está linda, eu adorei - digo e Clary sorri antes de correr saltitante para a sala de estar.

Me levanto e subo as escadas até meu quarto. Mas quando chego no segundo andar, percebo que a porta do meu quarto estava aberta e tinha alguém lá dentro.

- Mãe? - Chamo ao me aproximar da porta.

- Sua mãe foi no mercado. - Uma voz masculina responde.

Ao entrar no meu quarto, tenho o desprazer de encontrar meu pai sentado na beira da minha cama. Ele estava folheando um dos meus quadrinhos da Marvel. Ele não havia mudado muito desde a última vez que eu o vi, apenas mais alguns fios grisalhos e pés de galinha ao redor dos seus olhos azuis que eu tive a sorte de herdar.

- Pensei que só fosse mandar um de seus empregados fazer o trabalho sujo - comento o olhando de cima a baixo. - O que está fazendo aqui?

- Não seja tão mal agradecido - ele fala deixando o gibi de lado na cama. - E respondendo a sua pergunta, eu vim ver meus filhos. Pensei em jantarmos em família.

Tiro minha jaqueta e a jogo dentro do armário com um pouco de raiva.

- Resolveu ser um bom pai agora? Me desculpa, mas eu dispenso sua oferta - cuspo e meu pai suspira. - Eu estava com o Liam hoje, sabe, o vizinho da casa da frente?

Sinto meu pai ficar tenso e eu sabia exatamente o porquê, então eu podia usar isso contra ele - mesmo que o assunto ainda fosse uma ferida que eu não queria colocar Merthiolate.

- O que estava fazendo com ele? Se isso for algum plano seu...

- Ele não sabe sobre você e a mãe dele, sobre o caso que vocês tiveram 4 anos atrás. Eu ia contar para ele, mas não tive oportunidade. Como você acha que ele vai reagir a notícia? - o corto num tom pensativo, enquanto cruzava as pernas e me apoiava na porta do armário com as costas.

- Você não faria isso - diz meu pai ficando em pé.

- Quer apostar? - o desafio. - Agora, saia do meu quarto!

[•••]

Chego na escola no outro dia com aparência de ressaca extrema, mas a verdade é que eu não havia dormindo a noite toda, encabulado com o que tinha acontecido comigo e Liam no cinema. 

Eu ainda não sei o que pensar sobre o que aconteceu e muito menos sei como vou olhar na cara de Liam hoje e fingir que está tudo bem.

Ando pelos corredores da escola em passos largos em direção ao banheiro, ignorando todos que viam me cumprimentar. E quando finalmente chego ao meu destino, me sinto temporariamente aliviado. Eu não estava com um humor muito bom para ser sociável.

Vou até a pia do banheiro e jogo água no meu rosto na tentativa falha de me manter acordado.

Volto minha atenção para o espelho na minha frente e a satisfação que eu geralmente sinto quando vejo meu reflexo, é substituída por desgosto. Eu não sei o que é pior, as olheiras debaixo dos meus olhos ou o fato de eu já não reconhecer mais o meu próprio reflexo.

De repente ouço o som de umas das descagardas do banheiro. Me recompondo e tento parecer o mais natural possível quando a porta da cabine se abre e um garoto sai de lá.

Olho de relance para o lado e vejo quando o garoto vem até o meu lado na pia para lavar as mãos.

- Não vai mesmo responder as minhas mensagens? - pergunto, mas Liam não me responde. - Olha, eu sei que eu fui um pouco idiota ontem, mas você está sendo infantil.

Nada. Silêncio.

- O que você quer que eu faça? Peça desculpas? - falo exaltando um pouco a minha voz.

- Só... finja que ontem nunca aconteceu. - Ele responde baixo.

Liam termina de lavar suas mãos e sai do banheiro o mais rápido que consegue.

- Eu acho que isso é impossível.

Inimigos de infância (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora