Capítulo 29 - Narrado por Isadora.

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Um mês depois.*

Um mês havia se passado, eu praticamente morava no hospital agora, as cicatrizes demoraram a fechar e eu levei uma queda no quarto sozinha enquanto tentava ir ao banheiro de muletas. Mas logo todos os meus ferimentos e pontos se fecharam, mas eu precisava ficar no hospital para exames de rotina e fisioterapia. Eu já havia também engordado dois quilos dos cinco que havia perdido, Eu não ficava muito com Marcos, na verdade mal nos beijamos esses dias, eu ainda sentia muita vergonha de mim, ele disse diversas vezes que não ligava, mas eu me importava sim. Eu fazia fisioterapia duas vezes ao dia e isso me cansava muito, fora as dores que eu sentia, tanto na perna quanto nas costas.

- Isa, sua prótese chegou. – o doutor Vinicius entrou no meu quarto sorrindo e eu sorri para ele, tentando parecer animada, mas na verdade eu estava apavorada, eu ia realmente andar sozinha pela primeira vez depois do acidente.

- Claro, estou pronta. - falei e forcei um sorriso. Eu não, com certeza não estava pronta.

Me colocaram em uma cadeira de rodas e cobriram minha perna com um edredom.

- Vamos? - ele disse e eu fiz que sim. Abriram a porta e dei de cara com os 4 ali, Marcos, Tiago, Ana e Carter; Marcos estava feliz e preocupado ao mesmo tempo.

- Trouxe, uma roupa para você. - Ana disse me entregando uma sacola, hoje eu receberia alta também.

Peguei e ele me levou para a sala.

Era uma sala clara e estava cheio de enfermeiros. Me colocaram deitada e começaram a explicar como funciona a prótese.

Colocaram na minha coxa um tipo uma placa de silicone, para não machucar com o impacto. Aquilo doeu um pouco por ser apertado, mas nada que eu não pudesse suportar, já que não estava mais com nenhum ponto. Colocaram a prótese e doeu muito. Principalmente quando me pediram para ficar em pé.

- Dói.. - falei reclamando e fazendo careta enquanto me apoiava nas grades da cama como apoio.

- Dói porque você não está acostumada com o seu corpo ser sustentado com a coxa.. mas vai passar logo. - ele disse e eu o olhei.

- Dói muito. - reclamei sentando e vendo o joelho da minha prótese dobrar, e ficar igualzinho com minha outra perna, mesmo tamanho, mesma altura. Quase sorri.

- Com a fisioterapia, com os remédios e o tempo vai melhorar. - ele disse me dando as muletas.

A enfermeira me ajudou a me vestir, um short simples preto e uma blusa.

Tentei por o máximo do peso do outro lado, doía muito mesmo.

- Posso chamar sua família para ver? - ele disse e eu fiz que sim, Tiago tinha que ver... Era ele quem pagava...

Eu não conseguia ficar sozinha em pé As muletas doíam minhas costas e a prótese incomodava, além de apertar.

Ana entrou e me olhou, Tiago teve a mesma reação. Eu tentei sorrir, mas quando vi Marcos... Desabei a chorar olhando o chão.

- Não... - falei chorando muito até sentir ele me abraçando. As muletas caíram e eu fiquei ali em seus braços. Chorando muito. Era horrível o fato de ele me ver daquele jeito.

- Calma meu amor... Estou aqui pra você - Disse ele me abraçando forte.

- Essa é uma fase crucial para ela, quanto mais rápido ela se acostumar com a prótese mais rápido ela voltará a realizar suas atividades sem problema algum, ela está liberada para ir, mas peço que voltem o quanto antes para começar a fisioterapia com a prótese - O doutor disse e todos afirmamos com a Cabeça.

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