Capítulo 61 - narrado por Isadora

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- Claro... - Falou sorrindo, logo entrei no carro e segurei forte no volante - Vamos lá... Gire a chave e ligue o carro – Falou ele e eu fiz certinho, eu estava nervosa e ria para o vento, apesar de estar suando de nervoso.  - Ótimo amor, já coloquei o carro em marcha livre então você só precisa acelerar, esse pedal faz isso - Disse ele apontando.
- Com emoção, ou sem emoção? - perguntei sorrindo e olhando a pista
- Com emoção, só é bom assim – ele me respondeu ansioso, mas eu via em seus olhos que ele estava feliz, então ele foi vagarosamente baixando o freio de mão.
Assim que Marcos disse que queria com emoção sorri, era tudo que eu precisava naquele momento, eu precisava extravasar todo medo, todo receio, tudo que estava me prendendo de ser feliz ao lado dele. Pisei fundo no acelerador. O carro saiu cantando pneu e eu vi Marcos gargalhar e se segurar no meu banco e no painel. Ri com aquilo.
- Não sai da sua faixa. - ele disse gritando, pois eu já tinha aumentado o volume do som.
- Ok! - eu disse rindo, eu tremia, não sei se pelo fato de dirigir um carro, ou dirigir sem uma perna, ou dirigir grávida.  Mas naquele momento me senti bem. Era uma pista larga e reta. Demoraria um pouco para chegarmos em casa. Então com a música alta, comecei a cantar.
- A pista é sua, meu amor... – Falou sorrindo enquanto eu acelerava, não havia carro algum na pista e no fim dela era a mansão, eu sentia meu coração acelerado, meu peito até doía.
- Marcos... - falei desacelerando de uma vez. Tirei literalmente o pé do volante. Marcos baixou o som me olhando - não estou me sentindo bem - o olhei vendo o carro parar também.
- Isa... Amor... o que está sentindo? – ele disse me vendo se inclinar na direção dele, eu suava muito, ele apertou no meu cinto de segurança e me puxou para o colo dele. - Amor... - Falei olhando seu rosto pálido.
- Estou me sentindo tonta... - falei fechando os olhos. - acho que... Foi a emoção... - falei pausadamente. - Me... - respirei vagarosamente, tudo parecia em câmera lenta. - leva pra... Casa...
O vi me deixar rapidamente no banco e sair do carro, ele correu para o outro lado e deu partida de uma vez indo para casa.
- Não feche os olhos amor, estamos chegando, por favor... – Falou me olhando, estacionou o carro e me tirou de dentro, senti Marcos subir de uma vez as escadas comigo nos braços e me deitar na cama, fechei meus olhos me concentrando apenas em respirar. - Amor... Isa... – Falou ele e eu abri meus olhos devagarinho, o vendo abrir o  frigobar e pegar uma garrafinha de água, levantou um pouco minha cabeça e eu dei um gole.
- Calma... - falei vagarosamente, o quarto estava começando a voltar a cor normal. -  Estou ficando melhor... - falei vendo seu desespero. Olhei para o rosto de Marcos que estava pálido e ri com aquilo. - seu bobo, acho que foi só uma queda de pressão... - falei fechando os olhos e me aconchegando em seus braços. - Me desculpe... - falei rindo. - adorei o que você fez hoje... - falei abrindo os olhos e vendo o quarto parar de rodar.
- Meu amor... que bom que está bem... - Falou aliviado - Eu fui imprudente, claro que você não podia fazer esse tipo se esforço, me desculpe amor... Se não fosse essa ideia idiota você não tinha passado por isso – Falou me abraçando forte - Eu te amo tanto, não quero que nada de mal aconteça com você, nem com nossa filha - Disse com os olhos marejados.
- Ei, ei, to bem, e Alissa também. Relaxa, você me fez sentir a mulher mais gostosa e feliz do mundo. - falei me aconchegando em seus braços. - passou, estou bem melhor. Juro - falei sorrindo e encostando minha testa na dele.
- Ta... se você diz eu acredito, mas não sairei do seu lado, amanhã é sábado não irei para o escritório, quero ficar com você – Falou ele sorrindo e em seguida me deu um selinho lento.
Sorri entre seu beijo e senti uma coisa estranha. Toquei meus seios e senti algo molhado por cima da roupa.
- Oh meu Deus... - falei saindo dos braços de Marcos. Eu estava com vergonha.- ta saindo leite... - falei quase que desesperada.
- Quê? - Disse ele me vendo se afastar dele. - Isso é normal? - Perguntou ainda confuso com minha reação.
- Não sei... Nunca fui mãe! - falei com sarcasmos. - me desculpe... - suspirei. - vi em filmes que é normal é só a vontade da mãe em amamentar o filho... - falei, eu estava vermelha de vergonha. Peguei uma roupa e fui na direção do banheiro, não queria que ele me visse assim.
- Amor... eu posso fazer algo para te ajudar? - Falou na porta do banheiro, onde eu havia trancado.
- Só me deixa sozinha... - falei e tirei aquela roupa. Meus seios estavam tão fartos que saiam leite sozinhos. Suspirei, tomei um banho e vesti um vestido azul escuro, tomara que caia, sai do banheiro e ouvi meu celular tocar. Fui até ali e peguei o celular.
- É Carter. - falei mostrando a Marcos. - Alô?
Vi Marcos se aproximar de mim.
- ANA O QUÊ? - gritei. - em que hospital? Estamos indo!
Falei desligando.
- Marcos, me leva pro hospital, Ana está em trabalho de parto! - falei tremendo. Ela só tinha 7 meses de gestação...
- Quê?! - Falou em voz alta - Mas amor... – ele ia contestar por eu não estar bem o suficiente para sair de casa, mas ele viu meu desespero - Certo amor - Respondeu e me ajudou a descer as escadas, entramos em no carro e saímos para o hospital, eu estava tremendo de nervosismo - Amor, tente se acalmar por favor, vai acabar baixando sua pressão novamente – falou revezando o olhar entre eu e a pista.
- Pare de mandar eu me acalmar! - gritei. Eu parecia estar de tpm. - me desculpe amor... - falei tirando o cinto e beijando com dificuldade o ombro dele e em seguida colocando o cinto novamente. - É que parece que meu humor muda de 2 em 2 minutos... - falei suspirando
Marcos ficou calado, e estacionou de frente ao hospital. Subimos no elevador, sentia meu pé direito doer, afinal ele estava inchado.
- Por favor, sala da Ana Pontes Aguiar... - falei e a moça logo disse o quarto, assim que viramos o corredor vimos Carter com ambas às mãos na cabeça.
Apressamos os passos em direção a Carter que estava louco no lado de fora da sala de cirurgia.
- Marcos! Onde está Ana? Com ela está? - Perguntei e assim que chegamos perto Carter me abraçou ele estava chorando muito.
- Levaram ela para a sala de cirurgia... eu não sei como ela está - Ele disse e Marcos me olhava com medo de que isso afetasse meu bebê também.
- vai ficar tudo bem ... - falei passando a mão em seu cabelo, era estranho vê-lo chorar. - ela entrou mesmo em trabalho de parto? O médico disse alguma coisa? - perguntei e me afastei para saber das notícias olhando em seus olhos.
- O doutor disse que terá que retirar o bebê porque a gravidez dela é de risco - Carter disse saindo do abraço, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar - Calma amigo, Ana é forte, ela vai sair dessa e o bebê também – Falou Marcos tocando em seu ombro, sentamos nas cadeiras logo em frente a sala em que Ana estava, aquela espera era torturante já se passava  de uma horas de cirurgia e nenhum sinal do médico.
Então o médico saiu da sala me fazendo pular da cadeira. Gemi com aquilo, minhas costas doeram e Marcos me olhou preocupado.
- O parto foi um sucesso. - o médico disse e Carter chorou mais. - sua mulher passa bem, e o bebê também.
Comemoramos.
- Podemos vê-los? - perguntei e ele fez que sim.
- Ana está descansando, dormindo. Sua produção de leite não foi o suficiente, parece que o bebê não gostou... - ele disse lamentando e Carter olhou preocupado.
- E agora doutor? - ele disse e eu o olhei também.
- E agora que vamos atrás de alguma mãe que possa doar seu leite, geralmente temos bancas de leite, mas no momento estamos em falta.
Olhei Marcos. Só olhei, eu estava derramando leite, eu sentia naquele momento meu leite escorrendo pelo sutiã.
- Amor... - Falou ainda me encarando, parecíamos conversar com o olhar, e eu sabia que ele me apoiaria em qualquer decisão.
- Eu posso ir... - falei olhando o médico.
Carter me olhou e se ajoelhou.
- Você faria isso pelo meu filho? - ele disse me surpreendendo.
- Faria por qualquer um que precisasse. - falei bem terna e sorrindo, Carter subiu e me abraçou com força. Olhei Marcos que me beijou, então o doutor me levou para um local onde estava as incubadora.
Era uma sala de vidro e eu via Marcos e Carter, um ao lado do outro.
O bebê era bem pequeno, branquinho e com poucos cabelos. Sorri e chorei ao mesmo tempo.
A enfermeira me levou para uma sala, onde eu vesti um avental azul, sai dali e eu sentia o olhar dos dois.
O bebê chorava muito, muito mesmo, o segurei vagarosamente, era tão mole que eu tinha medo de machucar. Tirei meu seio ainda de costas para eles e coloquei o bico na boca do menino.
- Oi Rafael... - falei sorrindo assim que ele pegou o jeito é sugou o leite. - sou sua titia... Isa... - falei rindo. Senti o leite saindo e aquela sensação foi maravilhosa. - Você quer conhecer seu papai? - perguntei virando vagarosamente, Eu chorava e assim que vi Marcos, ele chorava e sorria me olhando. Carter sorria e olhava seu filho.
Peguei a mãozinha de rafa e me aproximei do vidro mostrando os 5 dedinhos, pequenos e finos.
Carter riu e eu ri olhando Marcos.

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Segundo capítulo do dia 😄 quanto mais comentários, mais capítulos eu solto ❤️

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