E, inclinando a cabeça, tomou-lhe os lábios num longo beijo.
Na tarde seguinte, Dulce pegou as luvas e a sombrinha, assim que Christopher saiu para uma reunião de negócios, e dirigiu-se apressadamente à casa de seus tutores, os irmãos Philbin. Quem sabe eles tinham uma varinha mágica que a fizesse aprender a ler?
— Boa tarde condessa — Phineas saudou-a ao abrir a porta. — Por aqui. — Ele indicou a sala onde já haviam se reunido antes.
— Boa tarde — ela cumprimentou Barnaby Philbin, o mais jovem dos irmãos.
— Que prazer condessa — Barnaby respondeu. — Sente-se aqui, por favor. — Ele indicou a mesa. — Perto da janela é melhor, porque é um lugar bem iluminado.
Dulce sentou-se, abriu a carteira e entregou uma generosa quantia de dinheiro aos irmãos Philbin. Era todo o dinheiro que Christopher lhe dera para passar o mês.
— Aqui está. É o pagamento por quatro semanas de aulas — explicou.
— Obrigado, senhora. — Phineas pegou o dinheiro e colocou-o sobre uma prateleira.
— Estou pronta para começar—anunciou. — Prometo fazer o melhor que puder.
Após ter aprendido a primeira estratégia de leitura com seus tutores, Dulce saiu da casa deles disposta a praticar com dedicação. Tudo o que teria a fazer seria ler com som de "b" onde visse "d", até que conseguisse fazê-lo com a mesma naturalidade com que respirava.
— Por favor, Pascoal. Traga-me o Timese um copo de limonada — pediu, assim que chegou em casa. — Estarei no salão. A propósito, meu marido já chegou?
— Ainda não, senhora.
Poucos minutos mais tarde, o mordomo retornava com uma bandeja de prata, onde trazia uma jarra de limonada e um cálice de cristal, além do jornal. Ele depositou a bandeja sobre a mesa em frente ao local onde Dulce estava sentada e, então, olhou para ela, hesitante.
— Algum problema?
— Há uma mulher no hall de entrada. É uma mulher, não uma dama, se é que me entende. Ela pede para falar com o conde.
— Quem é ela?
— É uma mulher sem classe. — Pascoal não sabia o que dizer. — Expliquei a ela que a senhora não poderia falar com ela. Disse que esperará pelo senhor conde.
— Eu falarei com ela.
Dulce levantou-se e, seguida por Pascoal, dirigiu-se ao hall de entrada.
Havia três mulheres no hall. Uma delas era bonita, de cabelos negros, e caminhava de um lado para outro, inquieta. Usava um vestido que deixava os seios fartos à mostra. Voltou-se ao ouvir os passos de Dulce.
Uma garotinha de cabelos também negros, de aproximadamente cinco anos, sentada no banco da entrada, parecia-se com a mulher, e Dulce imaginou que fosse filha dela. Tinham os mesmos traços. Havia uma terceira pessoa com elas, uma senhora mais velha.
— É a condessa de Uckermann? — a mulher indagou.
—Desculpe-me, mas meu marido e nosso mordomo são os responsáveis pela contratação de empregados — explicou Dulce.
— Não estou procurando emprego. Sou dançarina de balé.
— Como posso ajudá-la?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Adorável Condessa - Vondy
عشوائيInglaterra, 1814 Entre mentiras e traições, um ardente jogo de paixões... Por mais que Dulce Maria Saviñón seja linda e graciosa, a reputação de jovem impertinente colocou em risco suas perspectivas de casamento. Somente as pessoas mais próximas a...