capítulo 20

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E, inclinando a cabeça, tomou-lhe os lábios num lon­go beijo.

Na tarde seguinte, Dulce pegou as luvas e a som­brinha, assim que Christopher saiu para uma reunião de negócios, e dirigiu-se apressadamente à casa de seus tutores, os irmãos Philbin. Quem sabe eles tinham uma varinha mágica que a fizesse aprender a ler?

— Boa tarde condessa — Phineas saudou-a ao abrir a porta. — Por aqui. — Ele indicou a sala onde já haviam se reunido antes.

— Boa tarde — ela cumprimentou Barnaby Philbin, o mais jovem dos irmãos.

— Que prazer condessa — Barnaby respondeu. — Sente-se aqui, por favor. — Ele indicou a mesa. — Perto da janela é melhor, porque é um lugar bem iluminado.

Dulce sentou-se, abriu a carteira e entregou uma ge­nerosa quantia de dinheiro aos irmãos Philbin. Era todo o dinheiro que Christopher lhe dera para passar o mês.

— Aqui está. É o pagamento por quatro semanas de aulas — explicou.

— Obrigado, senhora. — Phineas pegou o dinheiro e colocou-o sobre uma prateleira.

— Estou pronta para começar—anunciou. — Prometo fazer o melhor que puder.

Após ter aprendido a primeira estratégia de leitura com seus tutores, Dulce saiu da casa deles disposta a praticar com dedicação. Tudo o que teria a fazer seria ler com som de "b" onde visse "d", até que conseguisse fazê-lo com a mesma naturalidade com que respirava.

— Por favor, Pascoal. Traga-me o Timese um copo de limonada — pediu, assim que chegou em casa. — Estarei no salão. A propósito, meu marido já chegou?

— Ainda não, senhora.

Poucos minutos mais tarde, o mordomo retornava com uma bandeja de prata, onde trazia uma jarra de limona­da e um cálice de cristal, além do jornal. Ele depositou a bandeja sobre a mesa em frente ao local onde Dulce estava sentada e, então, olhou para ela, hesitante.

— Algum problema?

— Há uma mulher no hall de entrada. É uma mulher, não uma dama, se é que me entende. Ela pede para falar com o conde.

— Quem é ela?

— É uma mulher sem classe. — Pascoal não sabia o que dizer. — Expliquei a ela que a senhora não poderia falar com ela. Disse que esperará pelo senhor conde.

— Eu falarei com ela.

Dulce levantou-se e, seguida por Pascoal, dirigiu-se ao hall de entrada.

Havia três mulheres no hall. Uma delas era bonita, de cabelos negros, e caminhava de um lado para outro, inquieta. Usava um vestido que deixava os seios fartos à mostra. Voltou-se ao ouvir os passos de Dulce.

Uma garotinha de cabelos também negros, de apro­ximadamente cinco anos, sentada no banco da entrada, parecia-se com a mulher, e Dulce imaginou que fosse filha dela. Tinham os mesmos traços. Havia uma terceira pessoa com elas, uma senhora mais velha.

— É a condessa de Uckermann? — a mulher indagou.

—Desculpe-me, mas meu marido e nosso mordomo são os responsáveis pela contratação de empregados — explicou Dulce.

— Não estou procurando emprego. Sou dançarina de balé.

— Como posso ajudá-la?

Adorável Condessa - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora