— Você é tudo que um homem pode desejar — Chris sussurrou junto aos lábios dela. — Estou perdoado?
— Neste momento, eu o desculparia de qualquer coisa.
— Você é de uma sinceridade tão maravilhosa e genuína! — Ele a abraçou mais apertado.
Dulce gostou do que ele dizia, embora não compreendesse muito bem o que significava.
Todos já estavam acomodados à mesa, quando eles entraram na sala de jantar. Martin e Alma ocupavam as cabeceiras da mesa. Christian, Maite e Alfonso estavam sentados à esquerda do duque, enquanto Annie ocupava a cadeira à esquerda da tia, deixando dois lugares vagos para Dulce e Christopher. A família os observava, enquanto tomavam seus lugares à mesa.
Dulce olhou para Alma, cuja atenção se concentrava em Christopher. Notou que ele fizera um ligeiro sinal de cabeça para a tia. Dulce estranhou aquela atitude. O mesmo sinal foi repetido em direção a seu tio.
Questionaria Christopher sobre aquilo mais tarde, quando passassem para o salão principal.
Tinker, o mordomo do duque, estava de pé a um lado da mesa, fiscalizando o trabalho dos outros empregados. Para começar, foi servida uma sopa leve de legumes. Em seguida, carne assada e batatas com creme condimentado.
Dulce permaneceu em silêncio, enquanto os homens discutiam política e tia Alma e as irmãs falavam sobre as crianças. Tinha a impressão de que todos ali estavam cientes do que acontecera no escritório do tio, e podia jurar que detectava um ar de solidariedade nos olhos de Annie e Mai.
Aproveitando uma pausa entre as conversas, voltou-se para Christopher.
— Li que Napoleão foi mandado para a ilha de Elbow em exílio — comentou. — Acredita que tenha chegado mesmo o fim dele?
Houve um silêncio geral e todos olharam para ela.
— Para onde mandaram Napoleão? — Christopher perguntou.
— Para a ilha de Elbow — Dulce repetiu, com segurança.
Alguns dos presentes sussurraram, outros quase engasgaram. Dulce olhou para Christian, sentado à sua frente. O príncipe tinha coberto os lábios com as mãos e ela podia ver seus ombros balançarem, porque ele ria. Olhou para Maite, mas esta também sorria, olhando para o próprio prato.
Dulce encarou Christopher.
— Não vejo qual a graça em alguém ser exilado.
— Querida, Napoleão foi mandado para a ilha de Elba, não Elbow — ele sussurrou-lhe ao ouvido.
Dulce sentiu o rosto arder de embaraço. Não conseguia encarar ninguém. Colocou os talheres junto ao prato e baixou a cabeça. Ao perceber, porém, que os demais continuavam a rir, não pôde mais suportar a humilhação. Jogou o guardanapo com força sobre a mesa, levantou-se e saiu correndo da sala de jantar.
Christopher alcançou-a no corredor e segurou-a pelos pulsos, para que não fosse embora.
— Deixe-me em paz! — ela gritou.
Ele abraçou-a e ela escondeu o rosto no peito dele.
— Desculpe-me, Dulce. Não tive a intenção de ferir seus sentimentos.
— Não gosto que riam de mim. Faz com que eu me sinta incapaz.
— Você é inexperiente, não incapaz — Chris assegurou, enquanto acariciava as costas de Dulce, na tentativa de acalmá-la. — Qualquer um pode cometer erros. Aposto que leu o jornal sem usar os óculos.
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Adorável Condessa - Vondy
RastgeleInglaterra, 1814 Entre mentiras e traições, um ardente jogo de paixões... Por mais que Dulce Maria Saviñón seja linda e graciosa, a reputação de jovem impertinente colocou em risco suas perspectivas de casamento. Somente as pessoas mais próximas a...