capítulo 26

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— Vou acompanhar você até lá dentro. — Dulce vol­tou-se para as babás. — Tomem conta das meninas e não saiam de perto delas. — Olhou para Chris. — Não quero Belinda e Karla perto das meninas.

Vinte minutos mais tarde, as duas mulheres entra­vam na biblioteca, onde Dulce tricotava uma manta para o bebê.

— Boa tarde, Dulce — a cunhada cumprimentou.

— Parece muito bem — elogiou Karla, fingindo interesse.

—Pode nos trazer chá com biscoitos? — a condessa pediu ao mordomo.

— Num instante, senhora.

— Usem a biblioteca à vontade.

— Poderia me recomendar um livro? — Karla indagou.

— Qualquer obra de Jane Austen é altamente reco­mendável.

— Já li todos.

— Bem, cada um tem um gosto diferente. Procure você mesma.

— Como estão as meninas? — Belinda fingiu um súbi­to interesse pelas sobrinhas.

— Brincando no jardim — respondeu Dulce seca­mente.

— E os enjôos? — Karla perguntou com pretensa so­lidariedade.

— Às vezes ainda sinto um pouco.

Dulce baixou os olhos para o tricô. Sentia que aque­las mulheres planejavam algo ruim para ela.

—Espero que possamos passar o Natal juntas — Belinda comentou. — Voltaremos à Austrália na primavera.

Embora aquela notícia devesse trazer-lhe alívio, Dulce continuava inquieta.

Naquele instante, Pascoal retornou à biblioteca, e com ele, dois outros criados que se puseram a servir o chá

— Uma carta para a senhora, condessa. — O mordo­mo passou-lhe um envelope.

— Obrigada. — Dulce segurou o envelope, tentando imaginar quem poderia ter escrito para ela.

— Não vai abrir a carta? — Karla indagou, assim que os empregados se retiraram.

— Meus óculos se quebraram — ela mentiu. — Pedirei a Chris que leia para mim quando chegar. — Estava an­siosa para saber o que havia no envelope. — Poderia ler para mim? — Dulce pediu a Karla, levada por um re­pentino impulso.

— Se não se importa... — Karla murmurou e abriu a carta: — "Encontre-me na casa dos irmãos Philbin às cinco horas. Chris."

Karla devolveu a carta a Dulce.

— Preciso sair — ela anunciou, desapontada em pen­sar que o marido já tinha conhecimento de sua dificulda­de com a leitura. Seu presente de Natal para ele já não seria uma surpresa. — Usem a biblioteca à vontade.

Depois de pegar a bolsa e um xale, desceu as escadas, decidida a caminhar até a casa dos tutores. Meia hora mais tarde, chegava à casa dos irmãos Philbin. Bateu à porta e Barnaby veio abrir.

— Que surpresa vê-la, condessa! — ele cumprimen­tou. — Entre, por favor.

— O conde ficou sabendo das aulas de leitura. Virá encontrar-me aqui às cinco horas. Acha que poderia me ajudar a escrever a carta de amor para ele? — Dulce estava agitada e ansiosa.

Adorável Condessa - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora