— Vou acompanhar você até lá dentro. — Dulce voltou-se para as babás. — Tomem conta das meninas e não saiam de perto delas. — Olhou para Chris. — Não quero Belinda e Karla perto das meninas.
Vinte minutos mais tarde, as duas mulheres entravam na biblioteca, onde Dulce tricotava uma manta para o bebê.
— Boa tarde, Dulce — a cunhada cumprimentou.
— Parece muito bem — elogiou Karla, fingindo interesse.
—Pode nos trazer chá com biscoitos? — a condessa pediu ao mordomo.
— Num instante, senhora.
— Usem a biblioteca à vontade.
— Poderia me recomendar um livro? — Karla indagou.
— Qualquer obra de Jane Austen é altamente recomendável.
— Já li todos.
— Bem, cada um tem um gosto diferente. Procure você mesma.
— Como estão as meninas? — Belinda fingiu um súbito interesse pelas sobrinhas.
— Brincando no jardim — respondeu Dulce secamente.
— E os enjôos? — Karla perguntou com pretensa solidariedade.
— Às vezes ainda sinto um pouco.
Dulce baixou os olhos para o tricô. Sentia que aquelas mulheres planejavam algo ruim para ela.
—Espero que possamos passar o Natal juntas — Belinda comentou. — Voltaremos à Austrália na primavera.
Embora aquela notícia devesse trazer-lhe alívio, Dulce continuava inquieta.
Naquele instante, Pascoal retornou à biblioteca, e com ele, dois outros criados que se puseram a servir o chá
— Uma carta para a senhora, condessa. — O mordomo passou-lhe um envelope.
— Obrigada. — Dulce segurou o envelope, tentando imaginar quem poderia ter escrito para ela.
— Não vai abrir a carta? — Karla indagou, assim que os empregados se retiraram.
— Meus óculos se quebraram — ela mentiu. — Pedirei a Chris que leia para mim quando chegar. — Estava ansiosa para saber o que havia no envelope. — Poderia ler para mim? — Dulce pediu a Karla, levada por um repentino impulso.
— Se não se importa... — Karla murmurou e abriu a carta: — "Encontre-me na casa dos irmãos Philbin às cinco horas. Chris."
Karla devolveu a carta a Dulce.
— Preciso sair — ela anunciou, desapontada em pensar que o marido já tinha conhecimento de sua dificuldade com a leitura. Seu presente de Natal para ele já não seria uma surpresa. — Usem a biblioteca à vontade.
Depois de pegar a bolsa e um xale, desceu as escadas, decidida a caminhar até a casa dos tutores. Meia hora mais tarde, chegava à casa dos irmãos Philbin. Bateu à porta e Barnaby veio abrir.
— Que surpresa vê-la, condessa! — ele cumprimentou. — Entre, por favor.
— O conde ficou sabendo das aulas de leitura. Virá encontrar-me aqui às cinco horas. Acha que poderia me ajudar a escrever a carta de amor para ele? — Dulce estava agitada e ansiosa.
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Adorável Condessa - Vondy
De TodoInglaterra, 1814 Entre mentiras e traições, um ardente jogo de paixões... Por mais que Dulce Maria Saviñón seja linda e graciosa, a reputação de jovem impertinente colocou em risco suas perspectivas de casamento. Somente as pessoas mais próximas a...