Penúltimo Capítulo

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— Ainda não fez as pazes com Chris. — Alma acari­ciou-lhe as mãos. — Infelizmente, a vida não costuma ser o paraíso com que sonhamos. Além disso, as coisas não são sempre tão claras como deveriam ser.

— De que está falando?

— Estou falando da realidade da vida: você é casada com Chris e o ama, e permanecerá casada com ele até o último dia de sua vida — Alma explicou.

— Caso ele não venha a pedir novamente o divórcio.

— Depois de tudo que aconteceu, mesmo que você viesse a trair Christopher de verdade, ele continuaria acre­ditando em sua palavra. Tem seu marido na palma da mão, Dulce. Ele está em débito com você. Saiba tirar proveito da situação.

— Pedi a ele de joelhos e ele não quis me ouvir. Bateu a porta na minha cara, permitiu que outra mulher usasse o anel que dei a ele como presente de casamento e colocou essa mulher em meu quarto. Passei dias e noites solitários, enquanto Chris se divertia com a viúva.

— Não pode afirmar isso. Como deveria saber ago­ra, por experiência própria, as aparências enganam — Alma ponderou.

— Minha reputação foi destruída. — Dulce parecia não ter ouvido as palavras da tia. — Miriam Ochoa desrespeitou meu filho antes mesmo de ele ter nascido, enquanto Marian Stanley agiu como se eu não existisse e recebeu aplausos da platéia por sua atitude. Jamais poderei comparecer a eventos sociais e, pior de tudo, a teimosia de meu marido me obrigou a admitir publica­mente minha vergonhosa incapacidade.

— Isso tudo já é passado. Em breve, você e seu mari­do terão um filho. Pense no futuro, Dulce. Prometa-me que vai ouvir o que ele tem a dizer.

— Claro que vou ouvir. E depois vou mandá-lo embora.

— Ouça, Chris deu uma declaração aoTimes em que se refere a você como verdadeira, leal e corajosa.

— É verdade?

— Deixei o jornal na sala de jantar. Pascoal está aí fora esperando para ajudá-la a descer. Ele vai ler a de­claração para você.

— Obrigada, titia.

Dulce deixou seus aposentos e dirigiu-se a sala de jantar, acompanhada por Pascoal, que ela havia contra­tado como empregado de confiança.

— Bom dia, Pascoal. — Sorriu para ele.

— Bom dia, senhora. — Ele ofereceu o braço a ela. — Sente-se melhor esta manhã?

— Muito melhor, obrigada.

Pascoal ajudou Dulce a sentar-se e serviu o café da manhã.

— Não sei o que faria sem você, meu amigo — disse ela ao fiel empregado. — O conde deve estar sentindo muita falta de seus serviços.

— Problema dele. — Pascoal se recusava a pensar no ex-patrão.

— Tem razão. — Ela sorriu. — Você me traria o Times e leria a tal declaração que ele deu sobre mim?

Pascoal lançou um olhar significativo para Tinker, que se apressou a dizer:

— Desculpe senhora. Não temos o Timesde hoje.

— Minha tia disse que tinha lido o jornal esta manhã e eu posso vê-lo ali no canto da mesa.

Devia haver alguma coisa ruim no jornal. Talvez um insulto a ela. Decerto, seus fiéis escudeiros estavam ten­tando poupá-la.

Adorável Condessa - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora