Dulce e Christopher se entreolharam.
— Para honrar um acordo feito entre mim e a tia de Dulce, a duquesa de Inverary. Aceitei o acordo para redimir danos causados por meu falecido pai à família Saviñon.
— O senhor está me dizendo que não foi um casamento por amor? — Howell olhou para Dulce, que chorava em silêncio.
— Não foi um casamento por amor. Não havia amor.
— A voz de Christopher tinha se tornado hesitante.
— Está falando apenas por si próprio, ou também por lady Uckermann?
— Acredito estar falando também por ela.
— Há toda uma história de acontecimentos negativos cercando os Uckermann e os Saviñon, que o senhor alega ter tentado reparar. Correto?
— Sim.
— Quem são as três meninas que moram com o senhor?
— As meninas são minhas filhas, com três ex-amantes — Christopher afirmou.
— Quantos anos elas têm?
— Cinco.
— Três filhas de cinco anos de três mulheres diferentes? Três filhas em um só ano?
— Sim.
— O conde é um garanhão! — O comentário, seguido de risos, veio da galeria.
O juiz pediu silêncio, batendo com o martelo sobre a mesa.
— Por que suas filhas foram morar com o senhor? — Howell retomou o interrogatório.
— Foram abandonadas à minha porta pelas mães.
— Antes ou depois de seu casamento com Dulce Saviñon?
— Depois.
— Já se perguntou por que as três mães abandonariam as filhas num espaço de tempo tão curto? Afinal, pelo que é de meu conhecimento, não o tinham perturbado anteriormente. É correto dizer isso?
— Acredito que alguém deu dinheiro a elas para tentar arruinar meu casamento.
— E isso aconteceu?
— A chegada das meninas não afastou minha esposa de mim. Para minha surpresa, ela acolheu as meninas com muito amor. — Christopher olhou para Dulce. — Ela expressou o desejo de que as meninas ficassem permanentemente conosco, uma vez que sou o pai, e elas irmãs entre si.
— Atitude louvável da condessa Uckermann, não concorda?
— Sim, concordo.
— A propósito, sua irmã voltou da Austrália antes ou depois de seu casamento com lady Dulce?
— Duas semanas antes do casamento acredito eu.
— O contrato já havia sido assinado e os planos de casamento concluídos, quando a Sra. Belinda James chegou?
— Sim.
— Quando foi que sua primeira filha chegou à sua mansão?
— Talvez, duas ou três semanas após o casamento.
— Obrigado, conde Uckermann. Sem mais perguntas, Meritíssimos. — Howell voltou a sentar-se ao lado da cliente por um instante.
— Sr. Burrows. — O juiz dirigiu-se ao advogado de Christopher, a fim de saber se não tinha mais perguntas.
— Não tenho mais testemunhas, Meritíssimo. Howell voltou à frente da sala.
— Chamo lady Dulce Saviñon Uckermann, condessa de Uckermann, a depor.
Houve um rumor geral na galeria e, em seguida, um absoluto silêncio tomou conta do local. Todos queriam ouvir a jovem condessa que, com a ajuda dos cunhados, erguia-se da cadeira e caminhava até o banco das testemunhas, com a mão sobre o ventre.
O traje branco de Dulce realçava sua juventude. Seu rosto, no entanto, estava pálido e aparentava sofrimento. Sob os grandes olhos amendoas havia agora marcas escuras, evidências de noites mal dormidas e exaustão.
— Lady Uckermann, procure relaxar — Howell aconselhou depois que o meirinho providenciou um assento mais confortável para ela. — Vamos tentar pôr fim a esses interrogatórios hoje e não depois que o bebê tiver nascido. Por favor, condessa, diga-nos, como conheceu os irmãos Philbin?
— Phineas e Barnaby Philbin são tutores de meus sobrinhos.
— Qual sua ligação com eles, além dessa? Dulce respirou fundo. A hora da verdade havia chegado, e o melhor era acabar logo com aquilo.
_________________________________________
A fanfic ja esta chegando na reta final
Curtam e Comentem
VOCÊ ESTÁ LENDO
Adorável Condessa - Vondy
DiversosInglaterra, 1814 Entre mentiras e traições, um ardente jogo de paixões... Por mais que Dulce Maria Saviñón seja linda e graciosa, a reputação de jovem impertinente colocou em risco suas perspectivas de casamento. Somente as pessoas mais próximas a...