capítulo 33

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Dulce e Christopher se entreolharam.

— Para honrar um acordo feito entre mim e a tia de Dulce, a duquesa de Inverary. Aceitei o acordo para redimir danos causados por meu falecido pai à família Saviñon.

— O senhor está me dizendo que não foi um casamen­to por amor? — Howell olhou para Dulce, que chorava em silêncio.

— Não foi um casamento por amor. Não havia amor.

— A voz de Christopher tinha se tornado hesitante.

— Está falando apenas por si próprio, ou também por lady Uckermann?

— Acredito estar falando também por ela.

— Há toda uma história de acontecimentos negativos cercando os Uckermann e os Saviñon, que o senhor alega ter tentado reparar. Correto?

— Sim.

— Quem são as três meninas que moram com o senhor?

— As meninas são minhas filhas, com três ex-aman­tes — Christopher afirmou.

— Quantos anos elas têm?

— Cinco.

— Três filhas de cinco anos de três mulheres diferen­tes? Três filhas em um só ano?

— Sim.

— O conde é um garanhão! — O comentário, seguido de risos, veio da galeria.

O juiz pediu silêncio, batendo com o martelo sobre a mesa.

— Por que suas filhas foram morar com o senhor? — Howell retomou o interrogatório.

— Foram abandonadas à minha porta pelas mães.

— Antes ou depois de seu casamento com Dulce Saviñon?

— Depois.

— Já se perguntou por que as três mães abandona­riam as filhas num espaço de tempo tão curto? Afinal, pelo que é de meu conhecimento, não o tinham perturba­do anteriormente. É correto dizer isso?

— Acredito que alguém deu dinheiro a elas para ten­tar arruinar meu casamento.

— E isso aconteceu?

— A chegada das meninas não afastou minha espo­sa de mim. Para minha surpresa, ela acolheu as meni­nas com muito amor. — Christopher olhou para Dulce. — Ela expressou o desejo de que as meninas ficassem permanentemente conosco, uma vez que sou o pai, e elas irmãs entre si.

— Atitude louvável da condessa Uckermann, não con­corda?

— Sim, concordo.

— A propósito, sua irmã voltou da Austrália antes ou depois de seu casamento com lady Dulce?

— Duas semanas antes do casamento acredito eu.

— O contrato já havia sido assinado e os planos de ca­samento concluídos, quando a Sra. Belinda James chegou?

— Sim.

— Quando foi que sua primeira filha chegou à sua mansão?

— Talvez, duas ou três semanas após o casamento.

— Obrigado, conde Uckermann. Sem mais perguntas, Meritíssimos. — Howell voltou a sentar-se ao lado da cliente por um instante.

— Sr. Burrows. — O juiz dirigiu-se ao advogado de Christopher, a fim de saber se não tinha mais perguntas.

— Não tenho mais testemunhas, Meritíssimo. Howell voltou à frente da sala.

— Chamo lady Dulce Saviñon Uckermann, condessa de Uckermann, a depor.

Houve um rumor geral na galeria e, em seguida, um absoluto silêncio tomou conta do local. Todos queriam ouvir a jovem condessa que, com a ajuda dos cunhados, erguia-se da cadeira e caminhava até o banco das teste­munhas, com a mão sobre o ventre.

O traje branco de Dulce realçava sua juventude. Seu rosto, no entanto, estava pálido e aparentava sofrimento. Sob os grandes olhos amendoas havia agora marcas escuras, evidências de noites mal dormidas e exaustão.

— Lady Uckermann, procure relaxar — Howell acon­selhou depois que o meirinho providenciou um assen­to mais confortável para ela. — Vamos tentar pôr fim a esses interrogatórios hoje e não depois que o bebê tiver nascido. Por favor, condessa, diga-nos, como conheceu os irmãos Philbin?

— Phineas e Barnaby Philbin são tutores de meus so­brinhos.

— Qual sua ligação com eles, além dessa? Dulce respirou fundo. A hora da verdade havia che­gado, e o melhor era acabar logo com aquilo.

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A fanfic ja esta chegando na reta final
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Adorável Condessa - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora