E eu não tenho medo de ceder às emoções
Porque eu sei que isso pode ser algo real
— Touch
Seoul, Capital da Coréia do Sul
A barriga virada para cima entregava o quanto Soyoon estava cansada, se mantendo jogada em sua cama quentinha e extremamente confortável. Virou-se cheirando as cobertas cor de creme estampada com margaridas; tinha cheiro de produtos de limpeza. Sorriu ao perceber que sua mãe havia trocado as roupas de cama.
Fechou os olhos gemendo baixinho ao se lembrar que o dia parecia lindo.
Era sábado.
Ela não teria desculpas para não ir ao jogo. Pela primeira vez torceu para que chovesse muito.
Não se sentia obrigada, é claro. Yoongi parecia ter deixado claro o quanto não estava interessado em fazê-la inferior a ele como os outros faziam. Ainda sim ela achava que era justo que aparecesse, ficasse pelo menos uns dez minutos e fosse embora, só para que Min pudesse perceber que ela estava grata por tê-la salvado quando precisou.
Se tinha uma coisa que Soyoon não era, era mal agradecida. Ela sabia guardar cada pequena coisa e lembrar de todos os detalhes. Ela lembraria de como foi ajudada.
Se levantou com calma e procurou por sua mãe, percebendo só depois que a mesma estava dentro do quarto. Soyoon entrou no quarto de seus pais com um sorriso gentil nos lábios e se sentou de frente para sua progenitora.
— Fico mais tranquila te vendo tomar todos os remédios na hora certa. — Soyoon comentou enquanto analisava a mais velha engolir um comprimido acompanhado de alguns goles de água.
A mãe de Soyoon era muito jovem, mas sua juventude era atrapalhada por sua diabete. Senhora Yun havia adquirido a doença ao completar trinta e dois anos, desde então vinha controlando os sintomas com cuidado e com a ajuda da família. Não eram raras as vezes em que a mulher passava mal, isso preocupava a família que sempre fazia com que ela se sentisse como uma criança por toda a preocupação posta na mesma.
— Já passou do tempo de vocês pararem de investir tanta preocupação em mim. Eu sou uma mulher já feita e que pode se cuidar.
— Tenha calma, omma. Eu só fiz um comentário. — Soyoon rebateu.
— Eu sei... Me desculpe, eu só... estou cansada. — suspirou colocando o frasco de comprimidos em cima do criado mudo. — Cansada de todos esses remédios, cansada das malditas consultas... Cansada de ver minha família sempre preocupada comigo.
— Não, omma. Você não está cansada. — Yoon sorriu de forma acolhedora. — Só está sensível...
Yoon forçou os braços para baixo. Olhou as próprias unhas e vacilou o olhar entre o chão. Olhou as camadas que saíam do esmalte das unha de seus pés por alguns segundos antes de ouvir sua mãe novamente.
— Ah, deixaram isso aqui hoje mais cedo. — Soyoon olhou para frente vendo sua mãe esticar um papel alaranjado em sua direção. Percebeu na hora, era o convite de entrada para o jogo.
Sem dizer mais nada, pegou o papel das mãos de sua omma e saiu do quarto ainda em silêncio.
~◈~
Jimin falava compulsivamente forçando a voz de forma que todos pudesse ouvir com clareza tudo o que ele dizia no vestiário.
Jin andava da esquerda para a direita. Era sua forma de acalmar os nervos e se concentrar. Jungkook estava sentado olhando para o chão enquanto apoiava os braços nas coxas, tentava se concentrar diante da gritaria ao lado de fora.
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Sete Finais
FanfictionPara Yun Soyoon, ter entrado na escola mais cara e importante da Coréia do Sul foi uma grande vitória. Em uma escola onde a questão social vale muito, e os alunos são divididos por fortuna, Soyoon se sente perdida por ser filha de donos de uma peque...