Sete Finais

Capítulo 21 - Sessão 1

Diga-me o que eu tenho que fazer
Não há como te entender
As luzes estão acesas, mas ninguém está em casa
Você diz que não consigo entender
Mas você não está me dando uma chance
Quando me deixa, para onde você vai?

— Talking To Myself

Seoul, Capital da Coréia do Sul

A fúria fincada no peito de Jin parecia querer se transportar para fora. Se pudesse, toda a energia negativa que estava sentindo, destruiria as coisas ao seu redor. Estava prestes a xingar qualquer um que aparecesse em sua frente.

Passou andando rapidamente ao lado da piscina de sua casa, pronto para ir direito para a entrada do local. Abriu a porta com força e empurrou-a para o lado um dos empregados que estavam parados para recebê-lo.

Parou abruptamente ao se encontrar na sala de estar e olhou furioso para os rostos de seus pais.

— Jin, como foi o...

— Lavagem de dinheiro?! É sério isso? — Jin exclamou na mesma hora olhando desafiadoramente para seu pai.

— Jin...

— Que merda é essa?! O que tá acontecendo? — continuou falando sem parar com a cabeça explodindo em raiva. — Você ficou louco de sujar seu nome com essas coisas?

— O que está havendo? Do que é que você está sabendo? — o homem mais velho questionou afrouxando a gravata e jogando a parte de cima de seu terno em cima do sofá.

— Estou sabendo do que provavelmente toda a Coréia está sabendo. Você está se fazendo de desentendido? Não sabe ainda que seu nome está sendo exposto em vários jornais nacionais acusado de lavagem?

Binwoo manteve os olhos bem abertos naquele momento buscando incansavelmente uma desculpa para fazer com que seu filho esquecesse o que estava acontecendo, mas desistiu disso ao reparar na forma fria e dura a qual os olhos puxados de seu garoto o fitavam.

— As coisas vão ser resolvidas...

— As coisas vão ser resolvidas?! — Seokjin retrucou com ódio. — Você ficou doido, appa?

— Valéry, nos dê licença, eu vou conversar com nosso filho. — Binwoo disse de forma firme. Valéry enrugou a face com cuidado olhando suavemente para os dois homens a sua frente.  

— Jin, o seu pai não está em condições para discussões, essa algazarra toda só vai piorar as coisas. — a voz fina da mulher foi ouvida, Jin a olhou na mesma hora e respirou fundo.

— Omma, sobe. Por favor. — Seokjin repetiu as palavras de seu progenitor. A mulher coçou a garganta com delicadeza.

— Vocês são homens. Conversem conforme isso. — ela mandou antes de sair enquanto passava as mãos em seu vestido branco, enfeitado por aberturas nos ombros.

Binwoo riu baixo, mas continuou calado e parado vendo sua esposa sumir de sua vista. A depressão e decepção escondia-se atrás do orgulho da conversa que se seguiria. O silêncio os acolheu como um casaco quente em meio ao frio. Era naquele momento em que encontravam-se em estado reflexivo. Pareciam estar realmente pensando no que dizer após finalmente ficarem sozinhos.

— Por que você fez isso?

Jin começou novamente, mas agora havia hesitação em sua voz.

— Por que você fez isso? Sua mãe está preocupada o suficiente, por que não pensou nisso antes de querer arranjar uma confusão com ela presente?