Capítulo 63 - Sessão 3

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Oh, as coisas que você diz

É a vida ou  é apenas para espantar minhas preocupações?

Você é tudo que tenho que lembrar

Você está se afastando

Estarei vindo pra você de qualquer maneira

— Take On Me

Busan, Internato Militar Z2P 

Na vigésima quarta volta consecutiva que Kim Namjoon completava ao redor do campo de treinamento do internato, o mesmo quase sentiu suas pernas vacilarem o levando ao chão, mas se conteve em se curvar tentando recuperar o fôlego que insistia em querer ir embora de seus pulmões. 

O jovem alto sentiu o vento pousar na pele suada, refrescando seu rosto úmido e grudento. O cabelo escorrido por tão liso, também o incomodava naquele instante, graças à sensação grudenta que lhe causava. 

O herdeiro observou o coturno em seus pés, prendendo a calça militar em suas pernas. O verde daquelas vestes deveria lhe meter medo ou até mesmo satisfação, mas o que o uniforme lhe trazia eram sentimentos nulos. 

Mesmo que o garoto corresse até que sentisse seu peito arder, mesmo que fizesse tantos exercícios até que não sentisse mais seus músculos, era como se tudo aquilo não fizesse tanta diferença em sua vida. Ele queria parar de sentir tanto, mas não pensou que entraria em um completo desastre responsável por tirar de si certas sensações importantes. 

Com o passar dos dias, o que mais pensava era em quantas horas de treino teria, no tanto de cartas que seria capaz de ler e no tanto de horas que dormiria. Ele estava vivendo de forma monótona. 

— Você tem que parar com isso! — Namjoon ouviu a voz de sua terapeuta ao seu lado, demonstrando sua total preocupação para com seu paciente. 

— Estou aqui pra isso. 

— Não está aqui para se matar. E eu sempre tenho que te parar antes que você realmente se mate. — a linda mulher de pele negra falava com indignação na voz, esticando uma garrafa de água em direção ao mais novo. 

— Você é só minha terapeuta, mas não tem que me tratar como uma criança. 

— As coisas seriam mais simples se você não se comportasse como uma. 

Namjoon arfou pegando a garrafa das mãos femininas, ajeitando sua postura cansada. 

— Obrigada por me lembrar disso. — falou ele cinicamente. 

— Sua consulta era às oito horas hoje, Kim Namjoon. Você não apareceu na minha sala. — Morgana o repreendeu séria. 

— Eu não gosto de consultas de manhã. — deu de ombros. 

— É para o seu bem. 

— Consulta às oito horas da manhã?! 

— Você não se importa em acordar cedo e vir tentar se matar neste campo militar. — Morgana falou hostil, com pesar. — Quer provar que será um bom soldado um dia? 

— Quero me distrair e esquecer que sou doente, mas sempre que olho para você me lembro de que realmente sou doente.

— Não deveria ser assim. — ela comentou chateada. 

— Você é minha terapeuta. É claro que vou pensar assim sempre que te ver. 

Morgana suspirou cansada. 

— Chegou mais uma carta. — ela levantou o papel azulado entre os dedos. — É do mesmo remetente de sempre. 

Namjoon puxou o papel das mãos feminina, o enfiando dentro do bolso rapidamente, virando a cabeça levemente atordoado. 

Sete FinaisOnde histórias criam vida. Descubra agora