Capítulo 74 - Sessão 3

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Por acaso eu passo pela sua mente, em algum momento?

Você já acordou algum dia buscando por mim?

— Anytime


Seul, Capital da Coréia do Sul

Manhã de Segunda-feira -

Poucas coisas podiam realmente levar Yun Soyoon para longe da própria consciência, mas agora… ela já se encontrava em meio à um grande caos indesejável e tinha certeza de que não seria mais ela a pessoa responsável por resolver tudo.

Soyoon sabia que havia perdido o controle de muitas coisas.

A partir do instante em que afirmou não ser filha de quem achava ser, foi como se também afirmasse que todas as suas estruturas tinham sido quebradas assim como um castelo de cartas vai embora em um sopro.

Nada podia mudar o que a maldita madrugada de domingo havia significado para Soyoon. Ficar sentada no chão frio tentando absorver tudo o que havia deduzido, não fora um processo fácil, até porque…. Não havia sido uma missão cem por cento completa. Fingir estar bem quando voltou à olhar para sua mãe e atuar como se não tivesse visto ou ouvido nada não parecia mais tão ruim, já que a jovem preferia que pudesse continuar sem saber da verdade a ter que lidar com ela.

Seu coração doía mais uma vez. Era como estar entrando em um processo de depressão por si mesma. Por certos segundos, tudo o que a família Yun significava para Soyon pareceu se perder. Era como se a garota não se sentisse mais no direto de pisar na própria casa por ser apenas o fruto de uma mentira. Aquilo era horrível. Sentir que poderia ser comparada à alguém de fora lhe causou falta de ar.

Estar cercada de gente logo no início do dia após uma longa madrugada mal dormida e confusa, com toda certeza não era o objetivo de Soyoon.

O prato cheio de guloseimas foi colocado em cima da mesa. Soyoon encarou logo em seguida o sucrilhos afogado no leite posto em sua frente pelas mãos finas e pálidas de sua mãe.

— Você passou o dia todo fora ontem, filha, mas fizemos as compras da semana antes e eu não pude me esquecer de trazer o que você havia me pedido quinta-feira. — Yura contou calma enquanto se sentava na mesa ao lado do marido para tomar café.

Soyoon encarou a tigela cheia de sucrilhos mais uma vez e em seguida subiu o olhar para os rostos de seus pais. Sua mãe ainda sorria com seu habitual bom humor matinal, e senhor Jisang lia papéis de seus jogos da sorte. Aparentemente, as coisas continuavam as mesmas, exceto pelo fato de Soyoon estar ciente de que podia não ter um pingo de sangue de sua suposta avó, Yun Minji e do homem que a criou, Yun Jisang.

Yoon pegou na colher que estava dentro da tigela cheia de leite e mexeu sem vontade na comida. Pela primeira vez em anos Soyoon não sentia um pingo de vontade de comer e aquilo quase a assustou, se não soubesse o motivo pelo qual não estava fazendo questão de estar bem alimentada para enfrentar mais um dia.

— A mamãe falou com você, Soyoon, não vai responder? — Nesook perguntou ameaçadora enquanto bebia um gole de chá.

— Qual o nome do seu primeiro namorado, mãe? — Soyoon questionou direta, fazendo um silêncio tomar conta da mesa.

— Que tipo de pergunta é essa, Yun Soyoon? — Jisang olhou sério para a filha mais velha.

— É apenas uma pergunta. — ela deu de ombros sem tirar os olhos da tigela.

— Não sei qual o motivo da sua pergunta, filha, mas... eu realmente não me lembro qual o nome do meu primeiro namorado. — Yura respondeu soltando uma leve risada.

Sete FinaisOnde histórias criam vida. Descubra agora