Capítulo 32 - Sessão 2

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Não há males o suficiente para nos impedir de estar em paz por si, por algo ou alguém.


— Sete Finais

Seul, Capital da Coréia do Sul

Era necessário um pouco mais de paciência para que Jeon Jungkook fosse entendido pelas pessoas ao seu redor e principalmente por sua própria família. Desde muito pequeno teve que aprender a lidar com o fato de seus pais não serem presentes em sua vida, e com isso, acabou desenvolvendo um espírito de garoto dependente, diferente do que realmente deveria acontecer, já que, com a falta dos pais, os filhos costumam se virar por si só; mas no caso de Jungkook, o mesmo se colocou em posição de "dependência da presença dos pais", buscando incansavelmente, mesmo que inconscientemente, maneiras para chamar a atenção de seus progenitores como se dissesse que eles deveriam participar de sua vida. 

Dinheiro. Luxo. Fama. Beleza. Tudo isso constituía o jovem rapaz desejado pelas garotas. Era mais que natural tanto ele quanto seus amigos agirem como se sempre estivesse tudo bem em suas vidas, mas para eles nada estava bem. 

Diante de situações de outras pessoas, parecia até brincadeira um dos Sete ao menos abrir a boca para reclamar, haviam muitas pessoas em posições ruins de verdade. Mas nada disso diminuía a real angústia de cada um. Todos partilham de problemas, se o problema do outro é maior que o do próximo, não significa que seja menos importante que o do outro. 

Depois de ser vítima de constantes dias sem apoio maternal e paternal, Jungkook sentia que ninguém o julgaria pelos erros que cometia. 

Jeon fez que sim com a cabeça enquanto se jogava na cama novamente, olhando que estava prestes à amanhecer. 

Levou os dedos erguidos com a substância e sem espera alguma, a levou em contato com a língua, fechando a boca e jogando a cabeça para trás de olhos fechados. Relaxou os braços e o pescoço, deixando-se leve. 

Esperou por momentos longos sem se preocupar com o sono que sentia por ter passado a madrugada em claro. No exato momento havia acabado de dar quatro horas da manhã, Jungkook queria manter-se acordado por mais um bom tempo, sem se preocupar em gastar o resto de seu tempo desacordado pelo quarto. 

Meia hora depois, espasmos repentinos tomaram conta das pernas e do tronco do rapaz o fazendo erguer um pouco a coluna. Se virou de barriga para baixo e escondeu o rosto entre as cobertas da enorme cama. Soltou alguns risos involuntários e respirou fundo ainda sentindo seus músculos se contraírem levemente. Tudo girava em sua mente, mesmo que estivesse de olhos fechados, sentia o incômodo de sua visão negra entrar em contato com a confusão. 

Virou de barriga para cima novamente e abriu os olhos, vendo o teto ficar em total desordem. Franziu o cenho e ergueu o corpo interessado no que acontecia diante de seus olhos, mordeu a boca com força fitando o lustre claro e pesado pendurado na parede de seu quarto e arregalou os olhos vendo-o descer e voltar para o mesmo canto, como se instigasse a cair. Jungkook levantou rapidamente, mas no desequilíbrio, caiu de joelhos no carpete felpudo e cinza. Gemeu incomodado e continuou olhando para a cor de seu carpete confortável. 

Se apoiou na ponta da cama para levantar e conseguiu minimamente, mesmo que ainda curvado. Abriu os olhos com mais precisão ainda olhando para baixo e tombou para trás caindo sentado na cama novamente enquanto via o carpete cinza se apossar de uma coloração rosada. Entreabriu a boca sem entender e continou olhando para a cena. Olhou ao redor lentamente deparando-se com o todo o quarto mal iluminado ficar alaranjado. Jungkook coçou os olhos em busca de descobrir se o problema era com suas vistas, mas ainda assim, as cores continuaram revezando entre si, logo formando pequenos buracos negros, como se diversos papéis se queimassem se desintegrando.

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