Capítulo 85 - Sessão 3

5.5K 518 1.1K
                                    

Você é o medo, eu não ligo

Porque nunca estive tão fora de mim

Me siga até a escuridão

Me deixe te levar além dos satélites

- Love Me Like You Do

Seoul, Capital da Coréia do Sul

Certamente, nossa audácia em agir pela vida de alguém sem a permissão desse alguém é um alarde para que acordemos e paremos enquanto há tempo, mas pensar no quanto fazer coisas pela sua curiosidade só aumentava ainda mais a vontade de Soyoon em descobrir o que mais sua mãe escondia.

O que é uma conquista quando ela já não faz mais tanta diferença em nossa vida? A tensão fora responsável por manter Yun Soyoon completamente desestabilizada, o que a garota mais queria, com toda certeza, era desvendar de uma vez o que sua mãe tinha a ver com Syru, e então, as descobertas se tornaram muito mais do que descobertas. Diante de um segredo guardado por tantos anos, Yoon compreendera que sua progenitora escondia muito mais do que devia.

Do outro lado do pátio a jovem chegou a enxergar o corpo de Takog Syru em um caminho relacionado ao mesmo que o seu. A garota respirou fundo encolhendo-se rapidamente, mexendo no cabelo sem graça. Mas foram curtos segundos até que o mais velho finalmente estivesse perto de verdade, bem de frente para o rosto da adolescente a ponto de inventar uma desculpa qualquer para se livrar da situação.

— Vejo que está melhor. — a voz grossa de Russel soou apenas para que Soyoon ouvisse, enquanto o mesmo mexia os ombros acomodados em uma camisa branca. — Mas acha que está bem o suficiente para voltar ao colégio?

— Eu me sinto ótima. — disse Soyoon, se afundando em pensamentos mais uma vez.

— É claro que se sente... é claro que se sente... — repetiu Syru. — Imaginei que fosse teimosa, mas não pensei que fosse tanto.

— Olha, professor Takog, eu sou realmente grata por ter me ajudado... mas prefiro que o senhor não tente interferir na minha opinião sobre estar bem ou não. — disse Soyoon, levantando levemente as mãos.

Syru respirou fundo.

— Sobre o que me disse aquele dia... acho que nós precisamos conversar. — pediu ele sem deixar de olhá-la.

Yun mordeu levemente os lábios e desviou o olhar.

— Não dê ouvidos à tudo o que eu falo... — coçou a garganta inquieta. — Eu só queria que você estivesse ciente de que não precisa engolir tudo o que tem guardado por achar que eu não sei de nada. Mas não é como se eu fosse te chamar de papai ou pedir o seu sobrenome...

Syru engoliu saliva balançando a cabeça, depois olhou para os próprios pés visualizando uma forma mais adequada para responder, mas no fundo só queria ao menos aproveitar a chance de estar de frente para Soyoon.

Syru se curvou bastante ficando ainda mais próximo e soltou ar dizendo:

— Você nasceu com o gênio duvidoso e o dom de respostas irritantes da sua mãe... — empurrou levemente a testa feminina a fazendo bufar e o olhar confusa. — Mas nada do que você me diga vai me fazer desistir de procurar pontos em que você pareça comigo.

Ela cruzou os braços.

— Vai cansar de procurar. Eu nunca vou te deixar saber se tenho algo em comum com você, porque sempre estaremos longe ou do outro. — virou o rosto emburrada.

Syru riu sem desgrudar o olhar da face da mais nova, levemente tampada por seus longos cabelos.

— Parece que você é tão cabeça dura quanto eu... filhinha. — bateu no topo da cabeça da mais baixa e sorriu fechado antes de se afastar sem desfazer as curva em seus lábios.

Sete FinaisOnde histórias criam vida. Descubra agora