Capítulo 19- Farsa

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Os três saíram da sala dos professores, agora vazia, e foram até a sala de Lockhart. Quando estavam chegando na sala, ouviram coisas sendo arrastadas e passos apressados. Harry bateu na porta e fez-se um repentino silêncio na sala. De repente, se abriu uma fresta da porta e o olho de Lockhart, espiando.

- Ah... Sr. Potter... Sr. Weasley... Srta. Snape... - Lockhart disse, e abriu mais a porta. - Estou muito ocupado no momento, se puderem ser rápidos...

- Professor, temos umas informações para o senhor. Achamos que podem ajudá-lo. - Harry disse.

- Hum... bem... não é tão... Quero dizer... bem... muito bem... - Lockhart disse.

O professor abriu a porta da sala e os três entraram. A sala toda estava quase desmontada. Tinham dois malões abertos no chão.

- O senhor vai a algum lugar? - Grace perguntou.

- Hum, bem, vou. Chamado urgente, inevitável, tenho que partir... - Lockhart respondeu.

- E a minha irmã? - Rony perguntou.

- Bem, sobre isso... foi muito azar... Ninguém lamenta mais do que eu... - Lockhart disse.

- O senhor é o professor de Defesa Contra As Artes das Trevas! Não pode ir embora agora! Não com toda essas artes das trevas em ação! - Harry disse.

- Bem... devo dizer... quando aceitei o emprego... nada na descrição da função... não era de esperar... - Lockhart respondeu.

- O senhor quer dizer que está fugindo? Depois de tudo que fez nos seus livros... - Grace disse.

- Os livros podem ser enganosos. - Lockhart disse.

- Mas foi o senhor quem os escreveu. - Harry disse.

- Meu caro rapaz. Use o bom senso. Meus livros não teriam vendido nem a metade se as pessoas não achassem que eu fiz todas aquelas coisas. Ninguém quer ler histórias de um velho bruxo feio da Armênia, mesmo que tenha salvado uma cidade de lobisomens. Ele ficaria medonho na capa. Nem sabe se vestir. E a bruxa que afugentou o espírito agourento tinha lábio leporino. Quero dizer, convenhamos... - Lockhart disse.

- Então o senhor só está recebendo crédito pelo que outros bruxos e bruxas fizeram? - Grace perguntou.

- Grace, Grace. - Lockhart disse, sacudindo a cabeça. - A coisa não é tão simples assim. Há muito trabalho envolvido. Eu tive que procurar essas pessoas. Perguntar exatamente como conseguiram fazer o que fizeram. Depois tive que lançar um Feitiço da Memória para elas esquecerem o que fizeram. Se há uma coisa de que me orgulho é do meu Feitiço da Memória. Não, foi muito trabalhoso, Grace. Não é só autografar livros e tirar fotos de publicidade, sabe. Se você quer ser famoso, tem que estar preparado para dar duro.

Gilderoy fechou os malões e os trancou.

- Vejamos. Acho que é só. É. Só falta uma coisa. - Disse o professor.

Tirou a varinha do bolso e se virou para os três.

- Lamento muito, crianças, mas tenho que lançar um Feitiço da Memória em vocês agora. Não posso permitir que saiam espalhando os meus segredos por aí. Eu jamais venderia outro livro...

Grace e Harry apanharam a varinha bem na hora.

- Expelliarmus! - Os dois berraram.

O professor foi atirado para trás, caiu por cima do malão, a varinha voou no ar. Rony agarrou-a e atirou-a pela janela.

- O senhor não devia ter deixado o Prof. Snape nos ensinar isso. - Harry disse.

Harry e Grace apontavam a varinha na direção do professor.

- Que é que vocês querem que eu faça? Eu não sei onde fica a Câmara Secreta. Não há nada que eu possa fazer. - Lockhart disse.

- O senhor está com sorte. Achamos que sabemos onde fica. E o que tem lá dentro. Vamos. - Grace disse.

Os três saíram as escadas e foram para o banheiro da Murta-Que-Geme.

- Ah, é você. - Murta disse para Harry. - Que é que você quer agora?

- Perguntar como foi que você morreu. - Harry respondeu.

- Aaaaah, foi pavoroso. Aconteceu bem aqui. Morri aqui mesmo neste boxe. Me lembro tão bem! Eu tinha me escondido porque Olívia Hornby estava caçoando de mim por causa dos meus óculos. Tranquei a porta e fiquei chorando e então ouvi alguém entrar. Disseram uma coisa engraçada. Deve ter sido numa língua diferente, acho. Em todo o caso, o que me incomodou foi que era a voz de um garoto. Então destranquei a porta do boxe para mandar ele sair e ir usar o banheiro dos garotos e então... Morri. - Murta disse.

- Como? - Grace perguntou.

- Não faço ideia. Só me lembro de ter visto dois olhos grandes e amarelos.

- E onde foi exatamente que você viu os olhos? - Harry perguntou.

- Por ali. - Murta disse, apontando na direção da pia.

Todos foram em direção da pia.

- Harry. Diga alguma coisa. Alguma coisa em língua de cobra. - Rony disse.

Harry fixou o olhar na pia, e falou algo que ninguém entendeu. A pia sumiu deixando um cano exposto, largo o suficiente para um homem escorregar dentro dele.

- Vou descer. - Harry disse.

- Eu também. - Rony e Grace disseram.

- Bem, parece que vocês não precisam de mim. Eu vou... - Lockhart disse.

O professor estava indo em direção a porta, mas Rony, Harry e Grace apontaram as varinhas para ele.

- Você pode descer primeiro. - Grace disse.

- Crianças. Crianças, que bem isto vai fazer? - O professor disse.

Harry o cutucou com a varinha, e as pernas dele escorregaram para dentro do cano.

- Eu não acho... - Começou a dizer, mas Grace e Rony lhe deram um empurrão. 

A filha de Snape e LilyOnde histórias criam vida. Descubra agora