Já fazia uma semana desde que North havia sido operada. Graças a Deus tudo ocorreu bem e a menina teve uma semana cheia de mimos, vindo de mim, de Shawn, e até de Hailey. Como eu disse, a loira não estava nada bem. Ora não estava nem aí para os filhos, e ora parecia ser a melhor mãe do mundo. Dou de exemplo o final de semana que havia chegado e ela resolveu ir viajar para casa de seus pais com as crianças, que ficava em uma cidade bem próxima de San Diego. Foram nessa manhã e só voltariam no domingo à noite.
— Sério que você vai passar a noite de sexta em casa? — perguntei a Shawn, que estava jogado no sofá, assim que desci, quando escutei o carro buzinando do lado de fora.
— Sim. — ele riu, encarando-me. Escutei em seguida as vozes estridentes de Jade e Kylie gritando em frente a casa.
— Você já viu a noite linda e o calor que tá lá fora? — Shawn apenas balbuciou um aham e eu apenas dei de ombros e me olhei no espelho, retocando meu batom.
— Não precisa se arrumar mais, tá linda, agora vai logo porque eu não aguento mais essas meninas buzinando e berrando. — Shawn clamou rindo e eu gargalhei. Kylie e Jade estavam com o carro estacionado em frente a casa, não paravam de buzinar e de me chamar. Nós iríamos para uma boate, porém, ambas tinham acabado de sair de um aniversário, e provavelmente já estavam bêbadas.
— Aeeeee! — Kylie se jogava em meu colo no banco de trás.
— Sério que vocês querem sair assim? — olhei assustada para Perrie, que ria de tudo.
— Eu já quero desistir! — o rapaz que estava ao lado de Jade, no banco do carona, admitiu. Eu não sei o que essa noite me reservava, porém, sei que não prestaria.As luzes do lugar e a batida eletrônica combinavam perfeitamente com o álcool descendo garganta abaixo. Não tinha uma pessoa sequer sóbria ali, e me atrevo a dizer, que algumas delas não estava apenas bêbadas.
— Eu quero qualquer coisa que me deixe bêbada. — Kylie falava, olhando para o bar.
— Mais bêbada, você quer dizer... — Jads a corrigia e eu ri.
— Para começar, um Long Insland, por favor! — pedi uma maravilhosa bebida que continha tequila, rum, vodka, gin e Coca-Cola, esse era de derrubar qualquer um. Danças. Risadas. Diversão. Azaração. Luzes. Gargalhadas. Malibu, por favor! Eu quero um Cosmopolitan. Um Blue lagoon. Me vê uma Margarita. Pode ser aquela bebida azul ali. A noite estava assim, e quando deu apenas três da manhã, eu resolvi ir embora. Aquilo não ia dar certo. As meninas estavam loucas demais e eu já tinha bebido muito. Mais uma hora naquele lugar e eu seria presa, porque, com certeza, ficaria fora de mim. Peguei um táxi, que me levou rapidamente até em casa. Abri a porta rindo sozinha e tirando a blusa, deixando em cima do sofá. Eu estava louca de bêbada. Fazia tempo que não ficava assim e não me orgulhava de chegar a esse ponto, mas, às vezes, você precisa simplesmente encher a cara para espairecer. Entrei no meu quarto e me taquei na cama, encarando o teto e vendo tudo rodar.— Droga. — falei, levantando-me antes que passasse mal. Estava fazendo muito calor, desde cedo, e, sem pensar, tirei a saia que ainda estava em mim, já que a blusa eu havia deixado no andar de baixo. Andei até a janela e fechei os olhos ao sentir o vento gelado tocando meu corpo. Sem dúvidas, aquela era a noite mais quente desde que cheguei aos Estados Unidos. Acordei do meu transe e logo estiquei meus braços para fechar pelo menos uma janela para que pudesse dormir, quando bati meu olhar nos fundos da casa e arregalei meus olhos com a cena que eu estava presenciando. Esfreguei meus olhos para tentar enxergar melhor. Eu realmente estava vendo aquilo? Forcei minha vista e fiquei incrédula. Shawn estava deitado na espreguiçadeira, todo molhado, provavelmente tinha acabado de sair da piscina, apenas de boxer, e estava nada mais, nada menos, do que se masturbando. Aquela cena era a mescla entre o paraíso e o inferno. Eu estava hipnotizada pela imagem que via. E algo me dizia que eu precisava ver aquilo de perto. Desci as escadas correndo e rindo indo em direção aos fundos da casa, exatamente do jeito que eu estava, apenas de calcinha e sutiã, e mergulhei na piscina. Como eu já havia dito, eu estava fora de mim. Naquele momento, tinha álcool o suficiente no meu corpo para eu fazer o que sem dúvida nenhuma não faria sóbria.
— O que você está fazendo? — ouvi a voz de Shawn assim que minha cabeça emergiu na água. Soltei uma risadinha e nadei até a borda da piscina, ficando de frente para Shawn. Ele, obviamente, já não estava com os mesmos movimentos de antes. Suas duas mãos estavam sobre suas pernas e seu tronco ereto. Apoiei meus dois braços na borda da piscina e abri o sorriso mais safado que havia no meu estoque.
— Pode continuar o que você estava fazendo... — falei baixo. Shawn me olhava desesperado e eu apenas ria.
— Isso é o resultado da bebida? — ele arqueou a sobrancelha e riu. Eu joguei meu corpo para trás e boiei, batendo meus pés lentamente. Voltei à posição inicial e encarei Shawn.
— Vai, Shawn, para de se fazer de desentendido e continua a se divertir. — disse o olhando e Shawn encostou seu corpo novamente na espreguiçadeira, porém, agora, um sorriso maroto havia brotado em seus lábios.
— Amanhã você vai se arrepender de tudo o que está dizendo. — disse. Porém, Shawn era homem. Que homem em sã consciência vai negar o pedido de uma mulher seminua na piscina de se masturbar? Ele desceu sua mão até sua boxer e começou a acariciar o que tinha ali. Na mesma hora, bufei e rolei meus olhos, estava alterada demais para ser enrolada.
— Assim não! — falei rindo. — Quero do jeito que você estava quando eu te olhei da janela. — sussurrei e Shawn semicerrou os olhos. Tenho certeza de que em sua cabeça estava passando milhões de coisas.
— Você anda me espionando? — ele perguntou, colocando a mão dentro da boxer.
— Como não espionar um homem se masturbando na beira da piscina às três da manhã? — falei de uma forma bem explanada. Shawn balançou a cabeça em negação, mas não se conteve e logo estava se masturbando exatamente como antes. Sorri com a cena. Era uma cena perfeita, e eu estava vidrada. Apoiei meus braços na borda da piscina, fazendo força para cima, saindo da água. — Quer ajuda? — perguntei, sem tirar os olhos dos movimentos que Shawn estava fazendo.
— Para com isso... — ele me reprimiu e eu ri. Shawn estava desesperado porque sabia que eu não tinha consciência do que estava fazendo, logo, não imaginava do que eu seria capaz. Na verdade, nem eu. Apoiei uma perna em cada lado do corpo de Shawn, sentando exatamente nele.
— Para de se fazer indiferente. — eu ri da cara séria de Shawn.
— Mila, não me faz aproveitar de você bêbada, sério. — ele quase implorava e eu estava adorando isso.
— Você não quer fazer nada comigo? — falei com a sobrancelha arqueada e Shawn não respondeu nada. — Vou ter que fazer sozinha? — abri a boca incrédula e ri em seguida, saindo de cima de Shawn e jogando meu corpo na espreguiçadeira ao lado.
— Não sei o que te deu hoje... — ele falou se sentando e passando a mão em seu rosto. Eu estava enlouquecendo Shawn. Se tinha uma coisa que eu sempre fui muito boa, era nisso. Quando o assunto é sexo, não há nada que eu não fazia. Não tinha pudor. Eu fazia o que tivesse que fazer, e falava o que tivesse que falar.
— Shawn... — eu escorreguei minha mão em minha barriga. Meu sutiã e minha calcinha estavam encharcados por causa do banho de piscina. — Eu estou há quatro meses nessa casa com tesão reprimido, porque o único cara que eu tenho vontade de me envolver é casado. — falei, acariciando-me por cima da minha calcinha. Olhei para Shawn, que estava com os olhos compenetrados em meus dedos. Ele não estava acreditando na cena que estava vendo, assim como eu não acreditei quando o vi se masturbando mais cedo. — Então... — fiz menção de enfiar dois dedos em mim mesma, mas me contive. — Você não tem que me julgar. — eu brincava com meus dedos, ameaçando me masturbar, porém não fazia. Escutei a respiração pesada de Shawn e ri com o som. Desde que conheci Shawn, sempre tive desejos por ele. Desejos esses que eram obrigados a serem esmagados e abandonados. Mas não agora. Não agora que eu sabia que o casamento dele praticamente não existia. E não agora que eu estava bêbada de calcinha e sutiã. Vi que Shawn estava nervoso, e passava as mãos freneticamente pelo cabelo e, em um pulo, ele se levantou e se jogou na piscina, com certeza, para tentar espairecer. Ri da atitude de Shawn, que não conseguia disfarçar o quão tenso estava com aquela situação. Mas eu ainda não tinha desistido. Não que eu fosse do tipo de mulher chata que pegava no pé do cara, no entanto, eu estava tomada pelo álcool. Nada me faria virar as costas e ir embora. Imitei seu ato e mergulhei novamente na piscina, sentindo minha cabeça rodar por inteiro. Sorri para Shawn, que estava de pé bem a minha frente. Não estávamos no fundo, o que fazia com que a água batesse em meus seios, e no tórax de Shawn. Deixamos não só a água nos levar, mas também o momento, e logo estávamos próximos um do outro. Levantei minhas mãos e pousei sobre o ombro de Shawn, que respirava pausadamente, analisando tudo o que eu fazia.
— Shawn...
— Shhh! — ele me interrompeu e, em um impulso, me beijou. Finalmente, depois de muito insistir, Shawn tinha cedido a mim. Sua língua percorria toda minha boca. Eu disse toda. Era um beijo tão rápido, tão agressivo, tão indelicado, que se fosse com qualquer outra pessoa, ou em qualquer outro momento, seria estranho. Mas não. Shawn colocou as mãos em minha bunda e apertou com força, me impulsionando para cima, fazendo com que minhas pernas ficassem em volta de Shawn. Já que estávamos dentro d'água, eu estava mais leve do que o normal, e rapidamente Shawn caminhou até a borda da piscina, colando minhas costas na parede dela. Eu sugava os lábios de Shawn tão fortemente que, por um momento, achei que pudesse machucá-lo. Porém, nem eu nem ele ligaríamos caso acontecesse. As mãos de Shawn agarravam minhas coxas que, sem dúvidas, ficariam marcadas pela força usada por ele. Eu puxei o cabelo molhado de Shawn, tentando descontar minha tensão, o que foi em vão. E logo ele se afastou. Respirei fundo e o encarei. Shawn estava mais uma vez com o olhar perdido.
— Amanhã nós vamos se arrepender disso, pode ter certeza. — disse por fim, retirando-se da piscina, e me deixando ali, sozinha. Abri a boca em contentamento, mas Shawn nem ali estava mais. Não era possível que ele fosse capaz de se controlar tanto e não ceder pelo simples fato de ser errado. Eu não aguentava! Shawn simplesmente me deixou na mão. Literalmente.
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Au Pair • shawmila << adaptada >>
Teen Fiction" ela era só pra ser mais uma au pair que cuidaria de sua filha,mas parece que tudo mudou"