Capítulo 2 "Quando me ganha".

119 5 0
                                    



Helena estava pronta com a mala ao lado. Verificava alguns papéis, passaporte, documentos... Estava ansiosa. Mais ansiosa do que deveria. Pessoas andavam de um lado para o outro dentro do aeroporto, ou sentavam, conversavam entre si. Famílias se reencontravam nos portões de desembarque, namorados, pais e filhos... A vida poderia ser feita de encontros e reencontros. Quem sabe.

     — Bom dia, Helena.    

O querido "Senhor Sério Demais" chegara. Estava com a barba por fazer e isso o deixava mais sedutor. Vestia uma camisa social branca, calça preta de linho e sapatos impecavelmente engraxados. Seus cabelos estavam desarrumados deixando-o com o ar mais descontraído, parecia estar menos preocupado.

—Bom dia. O nosso embarque será daqui a meia hora. Está tudo certo?- Respondia ela, ainda mais ansiosa e quase trêmula. Nunca estava pronta para responde- lo.

— Sim. Já tomou seu café? Ainda podemos sentar e comer algo antes de pegarmos o voo e aproveitamos para decidir alguns detalhes. Chequei os e-mails bem cedo e te repassei alguns. – Agora sua fisionomia mudara. Seus olhos estavam fixos checando o celular, parecia mecânico tudo o que dizia agora.

— Ainda não vi os e-mails. Podemos sentar ali e... — Sugeria ela apontando para a loja Café Boss, um dos preferidos dela. Ofereciam graciosos cappuccinos que ela própria costuma dizer, que era uma das melhores coisas que inventaram para o seu paladar, que era exigente.

Ele consentiu com a cabeça, pegando de volta sua mala prateada com detalhes de segurança perto da alça. Um cadeado com código, que deveria pedir uma combinação de seis dígitos, e ao lado, dados discretos sobre o dono dela. Carregava um casaco extra em um dos braços e o outro, celular junto com alguns papéis e documentos.

— Vocês querem fazer algum pedido?— Perguntou uma moça, cujos cabelos eram loiros, que se aproximava segurando um bloco de anotações e uma caneta e alguns menus embaixo do braço.

— Um cappuccino, por favor, com pedacinho de chocolate. — Iniciando seu pedido enquanto ela abria uma parte da mala em que portava o seu notebook.

— E o senhor, deseja alguma coisa? — A moça encarava Daniel, deslumbrada e era visível sua hesitação enquanto acatava o pedido dele. Sim, ele é bonito.

— Café preto, puro. Obrigado — Fez ele seu pedido sem encarar a moça, que ainda o observava, talvez na esperança de ser notada. Ela sabia que não eram namorados e que a aproximação era apenas profissional, fossem pela presença dos notebooks na mesa, alguns papéis e celulares em suas mãos. Estavam distantes um do outro. Cadeiras em lados opostos da mesa. Era visível que eram apenas colegas de trabalho.

Checavam os novos dados que foram enviados na noite de outrora direto de Seattle. Estavam de acordo em alguns pontos do problema a ser resolvido e conseguiram elaborar algumas soluções possíveis, enquanto que cada um tomava seu líquido.

— Faltam 10 minutos para o embarque. Vamos pro check- in. — Sugeriu ele, já guardando os papéis. Já dava para visualizar a fila que se formava no portão de embarque e Helena se levanta guardando tudo na mala, ficando apenas com os documentos do seu voo.

Dentro do avião as poltronas eram compostas de cores azuis claro, em fileiras organizadas e havia aparelhos televisores embutidos em cada umas delas com a finalidade de entreter os passageiros. Daniel e Helena se acomodaram em suas poltronas, um ao lado do outro. Levariam cerca de cinco horas até Seatle. Os pensamentos de Helena estavam na reunião quando percebeu que Daniel estava distraído olhando para a janela, seu rosto havia mudado de expressão quase que imediatamente, talvez ele não gostasse de voar.

Meu milionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora