Capítulo 13 "Calmaria depois da tempestade"

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  O sol desaparecera por completo depois de quase um dia todo de chuva. Helena ainda não recuperara da declaração de Alex, que a deixara desajeitada e agora não sabia como seria sua relação com ele. Não houve beijo, por mais que pudesse e tivesse direito a isso, seu coração ainda pertencia a Daniel, não conseguia mudar isso. Alex voltou para a cidade depois da cavalgada, assim que a chuva cessou e deu lugar para a calmaria, deixando Helena na casa de campo, com vás recomendações aos caseiros antes de partir. Estava pensativo e desajeitado ao se despedir dela, que apenas prometera se cuidar até a sua volta. E agora ela estava ali, parada olhando para uma janela que dava a vista para o horizonte, algo que se escondia entre as montanhas e todo aquele verde. E suas hesitações para tudo o que estava acontecendo aos poucos voltam para seus pensamentos, deixando a imagem de Alex olhando para os seus olhos mais distante. O que farei até lá?

— Srta. Helena, se reúna conosco, querida. — Sra. Claire a chama, apontando para a sala de estar. — Está bastante frio, acendemos a lareira.

— Obrigada. Estou indo daqui a pouco.

— Está bem. Vou passar um café agora — A Sra. Claire sorri, convidativa.

— Muito bom.

Enquanto a Sra. Claire se retira, Helena volta os seus olhos para a janela e suspira. Não havia mais nada a fazer. Logo será a temporada de neve como vira na previsão do tempo, o que a deixaria ainda mais isolada naquele campo.

O cheiro do café invadira todos os recintos, atiçando o desejo de Helena em toma-lo. O Sr. Lincon ajeita as madeiras ao lado da lareiro num compartimento, assobiando uma canção, que Helena desconhecia, mas deixara o ambiente mais alegre. Logo a Sra. Claire entra na sala com a bandeja prateada com algumas xícaras, um bule uma cestinha pequena com biscoitos que ela acabara de fazer.

— O cheiro está maravilhoso, Sra. Claire.

— Pode me chamar só de Claire, querida.

— E pode me chamar só de Helena também. — Ela completa sorridente.

Enquanto a Sra. Claire serve Helena e Sr. Lincon, oferecendo de forma gentil e delicada, Helena tenta entrar em algum assunto, com medo de não tornar aquele momento monótono e monossilábico.

— Aqui costuma ser muito calmo. Deve ser bom morar aqui.

— Temos uma vida maravilhosa aqui, o lugar é cheio de paz, de verde, e com isso, ajuda na nossa saúde.

— Acredito.

— Marisa vem pouco aqui, desde que os pais dela se separaram depois de anos de casamento. Ela vinha com as filhas, o marido e os pais. Uma vez ou outra davam festas. Agora, quase ninguém aparece mais aqui — Contou Sra. Claire.

— Lamento. Deve ser difícil pra ela.

— Muito. Ela era apegada ao pai. Depois da separação deles, ela sofreu tanto, coitadinha. Ela não esperava que os pais se separassem depois de mais 30 anos de casamento.

— Entendo.

— E você, querida, o que está acontecendo?

— Acho que Alex mencionou alguma coisa, não é?

— Ele disse que você precisava de proteção. Marisa pediu que acatássemos todos os pedidos do detetive, que você precisava de ajuda. Não disse muita coisa também.

Helena começa a contar toda a história, toda a perseguição e o mistério em volta, desabafa o medo e o cansaço de fugir, de estar em lugares diferentes a cada semana, as vezes dias, e a Sra. Claire e seu marido a escutam atentamente, com rostos compreensivos.

Meu milionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora