Capítulo 14 "Despertar"

52 3 6
                                    

Depois daquela aflição, passando horas indo á sua janela observando cada ponto da neve que começara a cair, fazendo caminhos brancos cobrindo o verde daquele recanto isolado, Helena acabara se cansando e se deitou, adormecendo logo em seguida. Seus medos haviam se intensificados depois daquela manhã, havia em algum em seu íntimo que acreditava que estaria sendo seguida em todos os cantos, e que a qualquer momento a pegariam e ela não sabia o que aconteceria se isso ocorresse, sequer fazia ideia em que estaria envolvida para estar sendo seguida, e se ao menos soubesse onde Daniel estava para que tudo aquilo acabasse e ela finalmente ter uma vida normal, sem o terror e a sensação de não estar sozinha nem mesmo um quarto de quatro paredes.

Lá fora, a neve continuava a cair, deixando seu manto branco e claro, diminuindo a sensação térmica e deixando o a temperatura do quarto frio, fazendo com que Helena desperte. Já são quase duas da tarde, passara do horário do almoço e ouvia vozes vindo do andar de baixo, que parecia ser da Sra. Claire e mais uma mulher. Ela se levanta, ainda confusa e sonolenta, e dá uma olhada, uma última olhada para fora da janela, e só havia neve, nada mais além de alguns pontos verdes das árvores. O quarto está frio, fazendo com sua respiração fique mais devagar e ela esfrega as duas mãos nos braços com a intenção de se aquecer. Vai até o andar de baixo descendo as escadas em passos lentos, deixando para trás o quarto frio, e entrando na sala aquecida pela lareira. Os vidros das janelas estavam embaçadas, a lareira estava acesa com várias lenhas reservadas ao lado. Ela fica por alguns instantes em frente a lareira se aquecendo, aproximando as mãos perto do fogo e sentindo o calor penetrar em suas estranhas. Era uma sensação agradável sentir seu corpo aquecido depois de sair do quarto tão gelado.

— Você acordou! — Exclamou a Sra. Claire.

— Sim. Desculpe, eu dormi tanto que perdi a hora.

— Tudo bem, minha querida, eu deixei que descansasse. Vi que você havia adormecido e não queria acordá-la.

— Obrigada.

— Vou preparar algo para você comer — Disse Claire, saindo da sala— Ah, menina, você tem visita.

— Visita? Quem?

Entra uma mulher loira, com cabelos enrolados até o ombro, com os olhos cinzas e diretos. Era Marisa, a proprietário da casa de campo e colega de trabalho do detetive Alex.

— Como tem passado? — perguntou Marisa.

— Bem. Obrigada mais uma vez por me deixar ficar aqui... não tenho como agradece-la.

— Não precisa, apenas desfrute da hospitalidade.

— Como estão as coisas...?

— Primeiro, vamos te alimentar e depois conversaremos, pode ser?

— Tudo bem.

Marisa e Helena vão até a cozinha, e aguardam a Sra. Claire preparar algo, enquanto conversam e Marisa lhe conta histórias sobre a sua infância e adolescência no rancho da paz, como ela apelidara a casa de campo.

— Meus pais não vem muito aqui, desde que se separaram. Meu pai ainda tem acesso, e minha mãe prefere não aparecer muito. É uma pena.

— Sim, este lugar é lindo, Marisa.

— Obrigada. E como tem passado?

— Bem. A Sra. Claire e Sr. Lincon são muitos gentis e amigáveis, me tratam muito bem.

— Eles são maravilhosos, são meus segundos pais!

— Ah, que meninas gentis!! — Exclamou a Sra. Claire, passando a mão no rosto de Marisa e Helena, num gesto carinhoso — Vocês são boas meninas, merecem todo o carinho deste mundo.

Meu milionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora