Capítulo 4 "A vida por um fio".

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Era para ser um assassinato, um homicídio.

"Meu Deus, quem fez isso?" Parecia um pesadelo. Quem teria interesse em mata-lo? Por quê? Os policiais queriam falar com Daniel e ele ainda estava sedado. Assim como ela, eles precisavam esperar, porém, saíram dizendo que voltariam para obter o depoimento de Daniel. Ela também teria que dar o seu. Mas não agora, queria estar ao lado dele.

Uma enfermeira avisa que Daniel estava acordado e que ela poderia vê-lo.

- Oi. Como se sente? – Perguntou ela, com voz chorosa e preocupada.

- Bem. Já estive melhor – Ele responde a olhando nos olhos e pegando na sua mão. – Você passou a noite toda aqui?

- Sim. Alguém contou? – Ela pergunta em tom de brincadeira.

Ele sorri.

- Você está horrível, Hel. – Diz ele.

Ele a chamou por um apelido. Nunca tinha tal coisa antes. Mas ela estava feliz com isso, havia acendido nas estrelinhas a esperança de que aquele homem não era tão sério assim.

- O que aconteceu?

- Não me lembro direito. Parou na minha frente e... atirou.

- Você viu quem foi?

- Não. Ele estava de capacete. Foi tudo muito rápido. Só deu tempo de encostar meu carro e te ligar.

- Tudo bem. O hospital procurou contato de parentes seus, mas não encontrou. Pedi à Camila que conseguisse pra mim.

- Hel, meus pais faleceram há muitos anos. O meu único parente que conheço é meu irmão que não tenho mais contato. Quando meus pais morreram ele foi morar com meu tio, que também faleceu há dois anos. Depois disso, não o vi mais. Ele sumiu. Eu o procurei...

- Tudo bem.

- Sr. Wosh, o senhor tem visitas. – Avisa uma enfermeira.

- Obrigado. – Daniel agradece.

- Bom, vou pra casa e mais tarde eu volto. Vou tirar o dia hoje pra ficar aqui. Tudo bem pra você?

- Sim.

Eles se despedem. Daniel teria visitas. Ao passar pela sala de espera ela reconhece algumas pessoas. A notícia se espalha e a Intense inteira parecia ter se comovido. Queriam falar com ele, perguntavam o que aconteceu, e Helena disse apenas que foi uma tentativa de homicídio e que a polícia já estava investigando.

Helena foi para a casa, recapitulando em sua cabeça tudo o que aconteceu naquela noite e precisava admitir que a vida de Daniel era desconhecida pra ela. Soubera que ele fundou a revista com mais dois sócios que mais tarde seguiu sozinho quando acharam que a Intense não teria futuro. Daniel seguiu em frente se tornando um dos mais brilhantes empresários no ramo. Nunca se casou, não tem filhos e agora soube que seus pais morreram e o irmão estava solto no mundo. A vida amorosa dele também era limitada, ela sabia apenas de uma ex-namorada, a bela Sofia que apareceu no restaurante em Seatlhe. Daniel era uma incógnita.

Dias se passaram. Helena prestou depoimento na polícia, e Daniel ainda estava no hospital se recuperando. As pessoas o visitavam, e ela ás vezes passava para vê-lo. Quando ele recebeu a alta ela foi notificada, estava no trabalho e cancelou uma reunião e foi direto para o hospital, queria leva-lo pra casa.

Ele estava bem melhor e agitado. Estava com o ombro ainda imobilizado por uma faixa e reclamou bastante dos dias que ficara no hospital.

- Não aguentava mais ficar nesse hospital. Ficar de cama não é comigo. – Resmungava enquanto entrava no carro. Seu motorista já o esperava, para a surpresa de Helena.

Meu milionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora