Capítulo 3 "Quando estou com você".

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Perderam o voo. Passaram a noite juntos e perderam a noção do tempo. Quando viram, já era tarde, mas não estavam preocupados com isso. Ela não estava.

Helena acorda e ao vira-se percebeu Daniel ainda dormindo tranquilamente. Não queria acorda-lo. Foi para o banheiro e logo se deparou com o espelho. Seu rosto estava sereno. Lembrava-se da noite de outrora. Ainda senti a os beijos de Daniel em seus lábios, flamejantes e desejosos. Os lábios dele eram macios. Aquilo tudo parecia loucura e ela não se arrependia. Não fazia ideia de como as coisas ficariam de agora em diante. Lavou o rosto e tentou mais uma vez se encarar no espelho. Sentia seu corpo chamar pelo dele, de novo.

"Ah, meu Deus. Eu quero, de novo, e de novo."

Voltou para o quarto e ele continuava dormindo. Ela o observava. Ele estava lindo, envolvido em um sono tranquilo. Com o que será que ele estaria sonhando? Ela voltou a deitar-se na cama de frente pra ele, e tentou acaricia-lo, mas ele ameaçou acordar, então desistiu. Ficou apenas olhando o rosto tranquilo dele. Ficaria assim pelo resto da vida.

O celular dele toca, e num impulso ele desperta procurando pelo aparelho e quando o encontra no criado mudo ao lado atende a chamada.

— Alô... Sim, não conseguimos pegar o voo de ontem. Vamos voltar ainda hoje... Está bem, me mantem informado. Obrigado– E desliga o telefone.

Ele a encara.

— Bom dia...

— Bom dia. Não queria acorda-lo... —     Lamenta, ela.

— Tudo bem. Precisamos providenciar outro voo. —     Sugere, ele, sorrindo.

Ele se aproxima delas com um braço apoiado na cama e o outro segurando o seu rosto para beija-la. Sua boca estava macia.

— Vamos tomar café e ir para o aeroporto. Tenho uma reunião importante mais tarde, não posso deixar de ir... —     Ele avisa, se lamentando.

Tomaram o café. Logo depois tomaram banho e fizeram amor de novo, com a mesma intensidade e mais paixão. Era quase incontrolável um resistir ao outro.

Mais tarde estavam no avião de volta para Nova Iorque. Lado a lado. Ele adormecia em seu ombro durante o voo.

Assim que chegaram à Nova Iorque foram direto para a editora. Separados. Ainda não haviam decidido como seria a relação e mantinham a discrição. Cumpriram a agenda do dia e no fim da tarde ela estava exausta. Não tinha visto Daniel desde que chegaram. Não sabia se iria procura-lo, ou deixar tudo como estava para ver o que acontecia. Mas estava cansada e precisava ir para casa.

Havia correspondências na sua caixa de correios e subiu para o apartamento. Abriu a porta e logo se jogou no sofá. O apartamento parecia maior. O som da rua era perturbador. Não ligava mais. Seu celular toca. Um número desconhecido pisca no visor.

— Alô. —     Ela atende.

Ouvia apenas o silêncio. E novamente tenta.

— Alô. Tem alguém na linha?

O telefone desliga. Não houve nenhuma resposta do outro lado. Resolveu abri as correspondências. Havia uma, sem remetente, como outra que ela recebeu dias atrás.

"Há o instante que pertence ao momento. Há o momento que pertence ao instante. Eis a questão: Quem somos e fomos senão... o instante do momento?"

Sem assinatura. Agora não pareciam ser de Ronan. Estava começando a ficar assustada. Não fazia mais ideia de quem poderia estar enviando essas cartas sem remetente, sem assinatura e com frases desconexas. Nada fazia sentido.

Meu milionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora