Capítulo 17 "Sempre ao seu lado"

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  Por mais que Helena fechasse os olhos tentando não acredita no que vira ali, ele ainda estava lá, com os mesmos olhos intrigantes e sensíveis pelos quais ela nunca esquecera e agora compreendia porque se lembrava da voz, mas sua culpa em não se lembrar do dono dela voltara a lhe inquietar. " O que ele está fazendo aqui?"

  — Desculpe aparecer assim, eu não quis mais esperar para explicar tudo pra você. Não imaginei que estivesse na banheira...

— Como não?

— A porta estava aberta... bem, Hel... — Ele fica desconcertado com a situação.

Então Helena percebe que não trancara a porta por precaução, caso precisasse de alguma ajuda de Naná. E também nota que ele não teria como adivinhar que ela estaria na banheira já que estava no fundo dela, e sente seu rosto se avermelhar.

— Tudo bem... O que você faz aqui?

— Vou te explicar tudo. Vou te esperar fora do quarto e te deixar a vontade.

Ele sai e fecha a porta pela metade, deixando uma brecha aberta, ela escuta o familiar ranger da porta ao abri-la e ele fecha-la em seguida.

Enquanto ela finaliza o seu banho não muito tranquilo, ficando ainda mais agitada que outrora, Helena tenta buscar respostas dentro de si para explicar aquela situação, não imaginar que ele estaria por trás do seu "sequestro", seria para protegê-la? Ela se enrola no robe e vai até o quarto, observando se ele estava por perto, mas estava sozinha com seus pensamentos, sendo desestabilizada. Então, se troca rápido, colocando a roupa que Naná lhe deixara a disposição, e com impaciência ela sai do quarto, pela primeira vez. Helena atravessa um corredor com muitos quadros pendurados, muitos são de algum Haras com belíssimos cavalos, outros com algumas celebridades e ele lado de todos. Ao descer as escadas Helena nota que ele está sentado em um dos sofás marrom de couro, pensativo e neutro, passando a mão nos cabelos como se quisesse afastar algo dos pensamentos, e nota que ela está parada nas escadas, observando-o.

— Venha, vamos conversar. — Ele diz.

Helena caminha até ele, olhando tudo ao redor e confirmando que tudo era tão familiar á tudo aquilo.

— O que está acontecendo?

— Sente-se, lhe contarei tudo, querida.

E os olhos dela se enchem de lágrimas, notando aos poucos seu estado de choque em saber que seu amado está á salvo, á sua frente, com o mesmo olhar doce que ele lhe lançara naquela noite em que ele a fizera tão mulher, ela não consegue conter a emoção meio aquelas confusões ainda não esclarecidas. Helena lança o olhar para Daniel, que a pega pela mão tateada pelos curativos com a mesma delicadeza do olhar.

— Eu voltei, Hel, voltei pra você.

— Eu não sei o que dizer, Daniel! — Helena soluça como um bebê, desabando nos braços de Daniel, sem acreditar que aquilo estava acontecendo — Onde você estava, Daniel, onde você estava? — Repetia isso diversas vezes como se estivesse testando sua realidade, que não era apenas mais um sonho confuso.

— Calma, minha querida, venha aqui, venha. — Ele a abraça calorosamente.

O abraço entre os dois durou o tempo suficiente para sentirem que a eternidade era breve daqueles sentimentos que nunca morreram, que o amor ainda era alimentado, e tantos outros sentimentos misturados com as emoções jamais imaginadas por eles um dia. Eles ficaram ali por um bom tempo, com o silêncio falando mais alto do que qualquer voz que existisse, mas nada mais importava agora, ele estava ali para ela, não sem mais vestígios alimentando a loucura que a fazia questionar se Daniel existia mesmo depois de acordar de vários pesadelos e terrores noturnos. O momento é deles.

Meu milionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora