Capítulo 7

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Resolvi voltar para o quarto.

Estava fendendo a vinho e sem forças para sustentar um sorriso.

Consegui chegar no quarto sem me encontrar com ninguém e ali dentro com os sussurros da música distante me senti derrotada, completamente cansada.

Era o primeiro dia, o primeiro e já não suportava mais.

Tinha tanta coisa para digerir, as palavras do príncipe herdeiro, as ameaças das outras participantes.

Me arrastei até a cama e sentei no chão e um vazio começou a crescer em mim, sentia falta de algo... não, alguém.

Nesses momentos nos quais eu sentia que o mundo estava contra mim Damien era o único que me confortava, mesmo não sabendo os motivos pelos quais eu chorava ele sempre me abraçava e dizia que tudo ficaria bem.

Eu nunca fui uma pessoa que sentia as coisas em pequenas parcelas, se algo me entristecia eu ficava horas chorando para depois levantar e superar. Era algo constante, já que ela fazia questão de me colocar para baixo a ponto de ser quase impossível levantar, mas eu o fazia, todos os dias.

Por isso peguei as cartas de Damien e as li. Se fosse para sentir sua falta que fosse de uma vez e não de forma lenta e dilacerante.

Leio a primeira carta que peguei e percebi que foi uma péssima ideia.

"Querida, Rosemary.

Não tenho noticias suas a alguns dias. Mad está me enlouquecendo com perguntas de o porque você não aparecer aqui mais. Ela sente sua falta e esta muito preocupada e eu também. Sei que às vezes você some por uns dias e depois volta como se nunca tivesse ido. Porém já se passaram muitos dias e estou muito tentado a ir até a sua casa, o que como você sabe me causa tremores, afinal sua mãe me da medo.
Então acabe com minha preocupação e com a da Mad. Você está bem? A algo a incomodando?
Saiba que a amamos, de modos diferentes, que fique claro e estamos esperando noticias suas.

Com amor e carinho, Damien e Mad."

Minha garganta se fechou e senti as lágrimas rolarem, mesmo tentando convencer a mim mesma que ele havia me traído e que somente assim me veria livre de todos o arrependimento me invadiu.

Não sei por quanto tempo fiquei chorando baixinho abraçando a carta, mas devo ter dormido, no chão r cheirando a vinho.

☽⋯❂⋯☾

Os vestidos balançavam no salão, mesclando suas cores e tecidos. Todos estavam rindo e entregues em conversas agradáveis.

Os observou durante minutos num canto afastado sem parecer suspeito, chamar atenção não era algo que buscava, não naquele instante.

Eles comiam e bebiam sem preocupações, sem temer o dia seguinte, sem fugir, sem medo.

Aquilo fazia o ódio aumentar e fazia cada hesitação e arrependimento morrer lentamente.

Depois que tivesse acabado o que viera fazer no castelo, eles iriam descobrir o que era ter medo e o faria apenas por um motivo, vingança.

Princesa de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora