Capítulo 46

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Após abrir os olhos notei que não estava mais na cela ou na masmorra com a rainha.

Estava na cama de Leon.

Levantei olhando ao redor e Lilith entrou no quarto me encarando como se eu estivesse louca.

— Ele pegou leve com você. Por mim já estava morta — disse colocando um belo vestido branco em cima da cama. — Se limpe e o vista. Irei busca-la daqui uma hora. Então seja rápida, humana.

Pisquei incrédula pelo que estava acontecendo.

— Espere — minha garganta estava seca e era doloroso falar. — Por que estou aqui? Onde esta Damien?

— Perguntas, perguntas — ela bufou. — Eu só lhe direi que se não arrumar antes do tempo que lhe dei irá para o julgamento de seu amado plebeu completamente nua.

E saiu do quarto me deixando perplexa.

Julgamento?

Leon o iria julgar?

Lembrei do Dia Vermelho e sai da cama completamente fraca e fui em direção ao banheiro.

Fiz o que ela pediu e vesti a porcaria do vestido branco com várias camadas e mangas longas que se abriam no cotovelo. A personificação da pureza e bondade.

Pronta e faltando alguns minutos vi um caderno que me lembrava um diário na sua cômoda.

Não faria mal olhar.

Talvez houvesse algo que pudesse ser usado contra ele.

O peguei e dentro encontrei várias cartas, minhas cartas.

Ele tinha entrado no meu quarto e as roubado. Teria ficado chocada, mas dada as circunstâncias era uma descoberta que fazia sentido. É claro que ele as roubou.

Um barulho na porta e peguei uma, escondendo no busto.

Lilith entrou com uma tiara de rosas pequenas, feitas de algum material transparente, talvez vidro. Ela a colocou na minha cabeça e se afastou com um sorriso zombeteiro nos lábios rubros.

— Uma princesa de vidro.

Não era um elogio.

Eu era algo frágil, assim como a coroa que ostentava na cabeça.

Vidro, nenhum valor.

Plebéia e frágil.

Não quebraria hoje, a segui com a cabeça erguida até o salão do trono.

O salão do trono já estava cheio de nobres. Reconheci alguns e outros eram rostos desconhecidos e de expressões cruéis. Os pais de Alba estavam perto do trono de Leon, um aviso claro de que ainda eram aliados, seja lá o que Leon fez para acalmar o rei pareceu funcionar.

O rei me lançou um olhar de falsa simpatia e a rainha de desdém. Alba estava com uma expressão que conhecia muito bem, raiva controlada. Finalmente sabia o monstro que Leon era.

Também haviam plebeus, nenhum que eu conhecesse e duvidava que me conheciam.

Leon estava sentado no trono e quando me viu estendeu a mão, uma ordem. Vou até ele sentindo todos me olharem e peguei sua mão, faria o que me pedia até descobrir onde estava Damien.

Princesa de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora